quarta-feira, outubro 3

Pessoal Médico do SNS


Actividade Público/Privado, half and half
Segundo CC, o pessoal médico vai poder trabalhar para o Serviço Nacional de Saúde na parte da manhã e exercer medicina privada na parte da tarde (uma vez que o ordenado-base é pequeno).link

"As pessoas têm-se-me dirigido, dizendo o seguinte: 'Permita-nos que trabalhemos num horário a tempo parcial, para estarmos presentes de verdade, e deixe-nos trabalhar no sector privado'".
"Quem está satisfeito com o trabalho que faz no sector privado reduz o seu tempo no hospital público, sem quebrar o vínculo, sem quebrar a relação de emprego, sem quebrar a sua contribuição para a reforma pública".

É aqui que entra o sistema biométrico :
Os médicos vinculados à Função Pública, mas que trabalham também no privado, vão poder optar por horários mais reduzidos quando estiverem implementados os novos sistemas de controlo biométrico. Sem prejuízo da gestão clínica: "O apuramento é automático, feito pelas máquinas, e a gestão será feita pelos directores de serviço" .

CC, pelos vistos, parece ter lido o texto do É-Pá sobre a gestão biometrizado (gestão administrativa/gestão clínica)... link

Quem andou anos e anos preocupado com a promiscuidade público/privado do sector da Saúde deve pasmar com esta promoção recente do MS sobre a complementariedade do trabalho médico biometrizada : parte da manhã no público; parte da tarde no privado. Ou vice versa.

6 Comments:

Blogger Joaopedro said...

Esta gestão biometrizada vai facilitar a transferência progressiva dos médicos do público para o sector privado.

Como o sector privado não está suficientemente robusto de forma a poder pagar a um grande número de médico em exclusividade,este sistema vai permitir a partilha de muitas coisas e também dos encargos com os recursos humanos devidamente biometrizados.

É a privatização a avançar em força.

Desta não se lembrou o Luís Filipe.
CC é bem mais sofisticado.

8:39 da manhã  
Blogger Hospitaisepe said...

O que o é-pá apresentou de forma dramatizada como um grande contra para a corporação revela-se afinal uma importante benesse para o pessoal médico.
É mais um mecanismo de retirada do Estado da sua função de prestador.

8:46 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Em minha opinião, as propostas do MS em Coimbra, são equilibradas e salvam, ao contrário de outros entendimentos, o essencial.
Não temos abundância de recursos médicos altamente diferenciados e qualificados. As medidas propostas pelo MS - um pouco numa linha salomónica - poderão estancar uma previsível hemorragia desses quadros médicos.
Este é, essencialmente, um periodo de transição, e as proposições de CC visam manter a estabilidade que há longos anos se vem mantendo nas despesas privadas com saúde [30% = 22,5% directas e 7,5% indirectasde (seguros, subsistemas de saúde, etc)].

Contém no seu núcleo uma contrapartida que é fundamental. Para a conservação deste (instável) equilíbrio é necessário modernizar tornar mais eficiente o SNS, sem proceder a contracções bruscas (de qualquer tipo).
A pacificação que se anuncia é, em minha opinião, e antes de conhecer quaisquer reacções das estruturas representativas dos médicos, um bom caminho.
Há nas palavras do MS claros indícios que se pretende salvaguardar a gestão médica dos serviços. Importantíssimo. Todavia não chega. É imperioso encontar caminhos, que os há, para a partilha de gestões.
Isto é o essencial, como vim afirmando desde o início das questões "biométricas".

Há também condições para moderar posições. Para mudar linguagens.
Por exemplo, em vez da "promiscuidade" público/ privada, começar a pensar numa fronteira público/ privada. Onde eventuais "promiscuidades" sejam investigadas e punidas. Não punir a migração em si mesma, mas os atropelos da passagem "a salto", por debaixo do arame farpado que deve dividir estes dois campos.

Uma solução do tipo da desenhada pelo MS, endossa uma enorme responsabilidade ao sector médico.
Esta é: defender a produtividade e a eficiência do SNS.
Caso contrário o equilíbrio corre o risco de romper-se.
E aí estará o berço de todos (disse todos) os fundamentalismos.

Penso que ninguém deseja nem beneficia com a instabilidade ou a conflitualidade institucional, muito menos o objectivo último do SNS: os utentes.

12:41 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Em minha opinião, as propostas do MS em Coimbra, são equilibradas e salvam, ao contrário de outros entendimentos, o essencial.
Não temos abundância de recursos médicos altamente diferenciados e qualificados. As medidas propostas pelo MS - um pouco numa linha salomónica - poderão estancar uma previsível hemorragia desses quadros médicos.
Este é, essencialmente, um periodo de transição, e as proposições de CC visam manter a estabilidade que há longos anos se vem mantendo nas despesas privadas com saúde [30% = 22,5% directas e 7,5% indirectasde (seguros, subsistemas de saúde, etc)].

Contém no seu núcleo uma contrapartida que é fundamental. Para a conservação deste (instável) equilíbrio é necessário modernizar tornar mais eficiente o SNS, sem proceder a contracções bruscas (de qualquer tipo).
A pacificação que se anuncia é, em minha opinião, e antes de conhecer quaisquer reacções das estruturas representativas dos médicos, um bom caminho.
Há nas palavras do MS claros indícios que se pretende salvaguardar a gestão médica dos serviços. Importantíssimo. Todavia não chega. É imperioso encontar caminhos, que os há, para a partilha de gestões.
Isto é o essencial, como vim afirmando desde o início das questões "biométricas".

Há também condições para moderar posições. Para mudar linguagens.
Por exemplo, em vez da "promiscuidade" público/ privada, começar a pensar numa fronteira público/ privada. Onde eventuais "promiscuidades" sejam investigadas e punidas. Não punir a migração em si mesma, mas os atropelos da passagem "a salto", por debaixo do arame farpado que deve dividir estes dois campos.

Uma solução do tipo da desenhada pelo MS, endossa uma enorme responsabilidade ao sector médico.
Esta é: defender a produtividade e a eficiência do SNS.
Caso contrário o equilíbrio corre o risco de romper-se.
E aí estará o berço de todos (disse todos) os fundamentalismos.

Penso que ninguém deseja nem beneficia com a instabilidade ou a conflitualidade institucional, muito menos o objectivo último do SNS: os utentes.

12:41 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Excelente comentário.

2:22 da tarde  
Blogger naoseiquenome usar said...

Estamos em Outubro, não estamos?
Já é Outono, não já?
...
Pois, esta "idéia salvadora", nada tem de novo e teve o alto patrocínio, ainda no Inverno de MD.

Veja-se TM 1.º CADERNO de 2007.02.050712301C12107RV05E

4:16 da tarde  

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