sexta-feira, novembro 23

Contas da Saúde

De acordo com relatório do Tribunal de Contas (TC) “Acompanhamento da Situação Económico Financeira do SNS 2006”, as contas do SNS voltam a não bater certo link

Relativamente ao exercício de 2006, os valores apresentados pelo IGIF/ACSS e TC apresentam desvios significativos (no quadro acima, alguns valores referentes ao exercício de 2006, apurados pela ACSS e o TC).link

Para Francisco Ramos é tudo uma questão de método (seguido por uma e outra entidade no tratamento de informação).

Para o TC o problema está precisamente no método uilizado pela ACSS: «A informação económico-financeira consolidada do SNS quer de 2005 quer de 2006 continua a não dar uma imagem verdadeira e apropriada da situação financeira e dos resultados do conjunto das entidades que integram o SNS, em virtude de a actual metodologia de consolidação de contas não garantir que o resultado dessa informação seja exacto e integral, não só devido às limitações inerentes ao tratamento das relações económico - financeiras inter-institucionais, como também, por não incluir os fluxos económico-financeiros globais do SEE.

O TC não perdoa também os HHs do SNS.
O HHs empresarializados, apresentam os piores resultados: «Após análise à informação relativa aos fluxos financeiros (receita e despesa) dos hospitais do SEE verificou-se que a mesma não oferece uma confiança razoável para dela se retirarem conclusões a respeito da verdadeira situação financeira destes hospitais.A dívida dos Hospitais EPE, a fornecedores externos, que representa a maior fatia do total (94,3% em 2005 e 92,7% em 2006), assinalou em 2006 um aumento de 49,3%.»
Relativamente aos HHs SPA «tanto os saldos financeiros do exercício, como os acumulados, de 2005 e de 2006, mantêm-se negativos, verificando-se que estes hospitais se encontram a acumular défices que em 2006 já atingem os 464 M€. No SPA constatou-se um agravamento do prazo médio de pagamento a fornecedores, que no caso dos hospitais (SPA) passou de 3,7 meses em 2005 para 6,7 meses em 2006.»

Já poucas coisas animam tanto (cada vez menos) a alma dos portugueses.
Pró ano há mais...

5 Comments:

Blogger tambemquero said...

CC, a Caminho do Fim ?
O TC dá uma poderosa ajuda para a próxima remodelação ministerial.

Reagindo pela segunda vez ao documento, Correia de Campos considerou que o tribunal faz comentários "absolutamente correctos e legítimos" e comprometeu-se a seguir as recomendações do relatório.
"No que respeita à consolidação das contas, talvez já devêssemos ter trabalhado nisso com mais insistência", comentou, citado pela Lusa, argumentando que essa tarefa tem sido dificultada pelas mudanças constantes nos hospitais EPE. "Temos um universo que muda todos os anos; era difícil fazer [a consolidação] com esta mutação", justificou, defendendo, no entanto, que as unidades são altamente escrutinadas e que "há uma enorme transparência nas contas do SNS".
No relatório, o TC arrasa o método usado pelos serviços da Saúde para comparar hospitais-empresa com os do sector administrativo, método esse que permitiu reduzir o défice financeiro global do SNS em 206 milhões de euros e conduziu à apresentação de um saldo do exercício positivo.
"A metodologia seguida pelo Instituto de Gestão Informática e Financeira da Saúde [IGIF] para tornar o universo dos hospitais comparável conduziu, quanto a 2005, a uma redução do défice financeiro global do SNS de cerca de 25 por cento", diz o documento. "Ao mesmo tempo, [levou] a uma melhoria no saldo financeiro do exercício de 140 por cento (verificando-se um superavit de 27 milhões de euros em vez de um défice de 68 milhões de euros)."
Também ontem, o secretário de Estado da Saúde justificou que a discrepância de valores não significa que "os números do Governo não sejam verdadeiros". "O TC alega que o Orçamento Rectificativo de 2005 foi receita dos hospitais nesse ano e deve ser considerado nas contas de 2006. O IGF defende que não", frisou Francisco Ramos.
JP 24.11.07

5:34 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Contas Trapalhadas ou Contas Aldrabadas?

Eu penso que as más decisões políticas do senhor ministro da saúde estão na base destas trapalhadas.

Trapalhadas que resultam de dificuldades de utilização de procedimentos correctos, nomeadamente a reconhecida de sistemas de informação capazes, de mudanças de estatuto dos hospitais, como se defende o senhor ministro, e fundamentalmente de decisões erradas do ministro da saúde em relação à organização da Administração dos Serviços de Saúde?

Ao ministro da saúde deve ser assacada toda a responsabilidade por não ter sido capaz de montar uma máquina administrativa capaz dirigida por profissionais conhecedores do ofício.

6:45 da tarde  
Blogger cotovia said...

O relatório do TC vai fazer rolar cabeças.

Desde logo, o Manuel Teixeira, presidente da ACSS.

CC ou faz o que tem de ser feito (bem feito) AGORA, ou não terá muitos mais meses de vida.

7:01 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Diz o governo que as contas do SNS estão equilibradas em 2006. Diz o Tribunal que faltam 284 milhões. Credibilidade e resultados: aqui está a contabilidade criativa: anunciar resultados imaginários, e ignorar os problemas reais.

Estas contas do SNS revelam ainda outra realidade, bem mais grave. O governo exigiu sacrifícios com o fecho de serviços. O governo impôs o aumento das taxas e aplicou-as a cirurgias e internamentos. Sempre com o argumento de que era preciso menos saúde para ter as contas certas. O custo dos medicamentos para as famílias ultrapassou, pela primeira vez na nossa história, a participação pública. O governo negociou com a Associação Nacional de Farmácias entregar-lhe as farmácias hospitalares. Tudo em nome do rigor e dos resultados.

BE, debate do Orçamento de Estado

1:00 da manhã  
Blogger Hospitaisepe said...

Reagindo pela segunda vez ao documento, Correia de Campos considerou que o tribunal faz comentários "absolutamente correctos e legítimos" e comprometeu-se a seguir as recomendações do relatório.

O professor Martelo considerou estas declarações de muito honestas.

O certo é que está instalada a confusão de pois de conhecido o relatório do TC.
a)- O modelo EPE, afinal não vale nada?
b)- As contas da Saúde continuam atamancadas;
c)- A centralização na ACSS não trouxe nenhumas vantagens, antes pelo contrário;
d) - CC vai ter de remodelar ou é remodelado;
e)- até nestas trapalhadas de contas, CC quer imitar o seu antecessor LFP.

10:47 da tarde  

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