Os doentes empanturram-se
(...) Entre nós, pelo menos, o medicamento banalizou-se. link
A farmácia está mais perto dos cidadãos do que os serviços públicos de saúde; os seus agentes mais em cima duma identificação com os compradores.
Temos agora as ”outras farmácias“ como dizem os meus utentes, numa série de medidas de liberalização económica e social cujo resultado final conheceremos em cenas de próximos capítulos...
Os doentes empanturram-se do que podem comprar sem passar pelo médico ou, então e até, comprando agora e ”cravando-nos“ receitas a posteriori, numa prática em que todos alinhamos, a começar pelo INFARMED e outros agentes que, como nós, sabem que se vendem medicamentos de receituário obrigatório sem emissão prévia da receita...
Mais: até já teremos utentes ultramodernos, que compram pela Internet livros, discos e estatinas, mais baratas do que na farmácia!
Rui Cernadas, JMF 05-11-2007
A farmácia está mais perto dos cidadãos do que os serviços públicos de saúde; os seus agentes mais em cima duma identificação com os compradores.
Temos agora as ”outras farmácias“ como dizem os meus utentes, numa série de medidas de liberalização económica e social cujo resultado final conheceremos em cenas de próximos capítulos...
Os doentes empanturram-se do que podem comprar sem passar pelo médico ou, então e até, comprando agora e ”cravando-nos“ receitas a posteriori, numa prática em que todos alinhamos, a começar pelo INFARMED e outros agentes que, como nós, sabem que se vendem medicamentos de receituário obrigatório sem emissão prévia da receita...
Mais: até já teremos utentes ultramodernos, que compram pela Internet livros, discos e estatinas, mais baratas do que na farmácia!
Rui Cernadas, JMF 05-11-2007
1 Comments:
"How the world's biggest pharmaceutical companies are turning us all into patients"
Há uns largos anos, o director executivo da Merck, quando da sua aposentação, declarou na revista Fortune que tinha pena que os únicos clientes dos produtos da sua empresa fossem os doentes.
Se conseguisse produzir medicamentos para os saudáveis, então poderia vender muito mais - a todos!
Há 30 anos, a aparência de uma jactância utópica ou a sofreguidão da universalização do negócio. Hoje, a realidade.
As empresas farmacêuticas, para além disso, começaram a vender um novo conceito de "doença". Afecções comuns ("de trazer por casa"), isto é, sem carácter deletério que tenha significado na sáude, são, primeiro, divulgadas e, depois, transformadas em situações graves. Os laboratórios já terão na calha a solução.
No meio disto tudo, começamos a interrogar-nos se, neste momento, vendem medicamentos ou se "vendem doenças".
As estatinas são o exemplo acabado desta situação.
Fizeram convergir a atenção das pessoas para os problemas cardio-circulatórios, depois fizeram-nos concentrar sobre o colesterol.
Outros factores de risco cardiacos, isto é, o tabagismo, o sedentarismo, a obesidade, etc,.) são secundarizados.
Estes riscos ainda rendem pouco...
Na verdade, não dependem directamente da indústria. São pecadilhos do mercado liberal, nomeadamente, a obesidade.
Mas, como os livros, discos e as estatinas eles já estão na lista dos próximos produtos a introduzir no consumo.
Os "spa's" são a primeira abordagem.
Na calha estarão outros "produtos" para saudáveis... empanturrarem-se!
Não só os doentes...estão metidos neste imbróglio. Estamos todos!
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