MT à TM
foto GH
Todos temos presente as conclusões do recente relatório do TC (RTC) sobre o desempenho dos HHs empresarializados (comparação do exercício 2006/05) . link
«O agravamento mais significativo dos resultados líquidos, de 2005 para 2006, verificou-se no conjunto dos hospitais do SEE sem que tenham sido esclarecidas as principais causas que terão contribuído para essa tão elevada variação no resultado líquido agregado.» link
«Após análise à informação relativa aos fluxos financeiros (receita e despesa) dos hospitais do SEE verificou-se que a mesma não oferece uma confiança razoável para dela se retirarem conclusões a respeito da verdadeira situação financeira destes hospitais.»
«Quanto aos Hospitais EPE, e com base na agregação da informação utilizada no acompanhamento realizado pelo IGIF/ACSS, I.P., apurou-se, em 2006, uma dívida total que supera em 51,9% a dívida apurada no ano anterior (557,1 M€ em 2005 e 846,5 M€ em 2006). No entanto, este montante global diverge do montante de 1.047 M€, apurado pelo TC a partir da agregação dos balanços.»
«A dívida dos Hospitais EPE, a fornecedores externos, que representa a maior fatia do total (94,3% em 2005 e 92,7% em 2006), assinalou em 2006 um aumento de 49,3%.»
A propósito destas conclusões, CC considerou: «Os comentários do Tribunal de Contas às contas da Saúde são absolutamente correctos e legítimos. No que respeita à consolidação das contas, talvez já devêssemos ter trabalhado nisso com mais insistência.» CC, JP 24.11.07
Em entrevista ao TM , o presidente da ACSS, Manuel Teixeira, vem dizer que as coisas não são bem assim, e que o desempenho dos HHs EPE em 2006 melhorou link
(...)«TM» - Têm também acompanhado o desempenho económico-financeiro dos hospitais. Como é que recebeu o relatório do Tribunal de Contas (TC), que concluiu que foi nos hospitais EPE que a despesa subiu mais e que as dívidas a fornecedores ascendem a quase 50%?
MT - Penso que o relatório não diz isso. O TC fez uma comparação entre o universo dos hospitais EPE em 2005 e o universo dos hospitais EPE em 2006 e dizia que, face ao resultado de 2005, em 2006 os hospitais EPE pioraram. Mas temos de ter em conta que o universo de hospitais EPE em 2005 é diferente do universo existente em 2006; este último é muito maior, e portanto há aqui um problema de comparabilidade. O que sucedeu foi que os hospitais que eram do sector público administrativo (SPA) em 2005 e em 2006 passaram a EPE, receberam montantes muito significativos de rectificativo em 2005. E se não corrigirmos estes vários efeitos, quer do universo quer do orçamento rectificativo, na minha perspectiva a análise não fica correcta, pois estamos a comparar coisas diversas. E, fazendo esses ajustamentos, o desempenho dos hospitais EPE em 2006 melhorou.
TM "on line" 14.12.07
«O agravamento mais significativo dos resultados líquidos, de 2005 para 2006, verificou-se no conjunto dos hospitais do SEE sem que tenham sido esclarecidas as principais causas que terão contribuído para essa tão elevada variação no resultado líquido agregado.» link
«Após análise à informação relativa aos fluxos financeiros (receita e despesa) dos hospitais do SEE verificou-se que a mesma não oferece uma confiança razoável para dela se retirarem conclusões a respeito da verdadeira situação financeira destes hospitais.»
«Quanto aos Hospitais EPE, e com base na agregação da informação utilizada no acompanhamento realizado pelo IGIF/ACSS, I.P., apurou-se, em 2006, uma dívida total que supera em 51,9% a dívida apurada no ano anterior (557,1 M€ em 2005 e 846,5 M€ em 2006). No entanto, este montante global diverge do montante de 1.047 M€, apurado pelo TC a partir da agregação dos balanços.»
«A dívida dos Hospitais EPE, a fornecedores externos, que representa a maior fatia do total (94,3% em 2005 e 92,7% em 2006), assinalou em 2006 um aumento de 49,3%.»
A propósito destas conclusões, CC considerou: «Os comentários do Tribunal de Contas às contas da Saúde são absolutamente correctos e legítimos. No que respeita à consolidação das contas, talvez já devêssemos ter trabalhado nisso com mais insistência.» CC, JP 24.11.07
Em entrevista ao TM , o presidente da ACSS, Manuel Teixeira, vem dizer que as coisas não são bem assim, e que o desempenho dos HHs EPE em 2006 melhorou link
(...)«TM» - Têm também acompanhado o desempenho económico-financeiro dos hospitais. Como é que recebeu o relatório do Tribunal de Contas (TC), que concluiu que foi nos hospitais EPE que a despesa subiu mais e que as dívidas a fornecedores ascendem a quase 50%?
MT - Penso que o relatório não diz isso. O TC fez uma comparação entre o universo dos hospitais EPE em 2005 e o universo dos hospitais EPE em 2006 e dizia que, face ao resultado de 2005, em 2006 os hospitais EPE pioraram. Mas temos de ter em conta que o universo de hospitais EPE em 2005 é diferente do universo existente em 2006; este último é muito maior, e portanto há aqui um problema de comparabilidade. O que sucedeu foi que os hospitais que eram do sector público administrativo (SPA) em 2005 e em 2006 passaram a EPE, receberam montantes muito significativos de rectificativo em 2005. E se não corrigirmos estes vários efeitos, quer do universo quer do orçamento rectificativo, na minha perspectiva a análise não fica correcta, pois estamos a comparar coisas diversas. E, fazendo esses ajustamentos, o desempenho dos hospitais EPE em 2006 melhorou.
TM "on line" 14.12.07
12 Comments:
Caro Xavier:
Depois do grupo parlamentar PS ter impedido a ida do Tribunal de Contas à AR explicar o seu relatório, já comentado e rebatido pelo MS (na sua ausência), tudo o que vem a seguir deverá ser considerado uma cascata de interpretações departamentais e, consequentemente, meras chicanas contabilisticas, todas oriundas da mesma tutela governamental.
Inverteu-se a lógica do sistema constitucional:
o Governo, em diversas sedes (AR, MS) passou de auditado para auditor do Tribunal de Contas.
E, no aspecto político, o impedimento da CP da Saúde da AR de ouvir uma das partes (o autor do relatório) anteriormente criticada por um membro do Governo, representa o afunilamento do sistema democrático para as "verdades oficiais" (governamentais).
Continuamos, independentemente das diversas análises e justificações, a ter carradas de razão para apelar, neste polémico assunto, por transparência.
Como sabe, o tratamento, por parte da comunicação social, destas matérias é extremamente difícil, não só pela sua complexidade, mas, essencialmente, pela impreparação de muitos dos seus profissionais. Cuja preocupação dominante é a fogachada, o sensacionalismo, a dinamização de acontecimentos políticos postos na praça.
Nesta altura, parece-me que a análise do TC, sob o ponto de vista estritamente técnico, não foi tão profunda, direi mesmo, competente, como esta matéria, delicada (do ponto de vista político) exigia.
Este ponto da discussão nada tem a ver com a decisão reprovável dos serventuários do grupo parlamentar PS de impedirem a ida do Tribunal de Contas à AR explicar o RTC.
Separando as águas.
Mais uma vez, matérias em que CC, à partida, levava vantagem, esta é desperdiçada por falta de acerto no campo de actuação política (embora a intervenção de CC na AR tenha sido bastante boa) .
Sobre o processo de empresarialização dos HHs do SNS, a partir do RTC, recaiu um clima de suspeição, quanto a mim, injustificado
Há um défice permanente de capacidade na condução dos vários processos, mesmo quando se trata da execução de boas políticas, responsável por inúmeros contratempos e inêxitos do MS e deste Governo.
Em matéria de Contas só há uma conclusão a tirar:
O actual Ministério de Saúde não é de Boas Contas.
E quanto a ACSS, basta lermos esta entrevista a Manuel Teixeira para vermos como anda tudo muito baralhado.
Em relação a 2006, esqueçam-se os novos EPE's e faça-se um análise comparativa dos que já estvam criados em 2005.
Na verdade a gestão tem sido muito má e os AH designados para os CA, com MD à cabeça, reprovaram nos exames, quando como disse o próprio MD (e não só), os seus antecessores eram incompetentes(?). E nessas más provas foram (bem) acompanhados por alguns dos sobreviventes dos HH SA's.
Quando (e volto ao mesmo) ainda nem sequer no site dos HH EPE's estão publicadas as contas de todos os hospitais de 2005 e 2006, que credibilidade nos merecem os seus responsáveis, a todos os níveis?!
Caro Xavier:
O facto de as contas não serem inteligíveis para o comum dos mortais é péssimo, porque é exactamente aí, onde todo o processo perde a transparência.
É também aí onde começa o "campo da fogachada", tão de encontro aos apetites da comunicação social.
Agora, o Tribunal de Contas, ao que me parece, analisou as contas do SNS. Parece-me, como ponto prévio, haver divergências ou distintas interpretações - entre o MS e o TC - sobre o âmbito e os limites do SNS. O que é pior do que mau.
Situações no interior do SNS, relativas aos modelos de gestão, ou seja os HH's EPE's ou os do SPA's, têm relevâncias diferentes para o TC e para o MS.
Mas, para o cidadão contribuinte, o que interessa é o balanço global do exercíco do SNS, no ano em estudo. É esse saldo a apurar que diz respeito à opinião pública.
Outros "ajustes de contas", são questões referentes á administração pública, e nada têm a ver com a análise contabilistica do TC.
Até porque o TC não se pronuncia, nem tem de se pronunciar, sobre os HH's que permanecem no SPA e os que transitaram para EPE's e, muito menos, quais são os mais eficientes. O TC deve analisar e fiscalizar as contas dos 2 modelos com independência, autonomia e rigor.
Não podemos confundir decisões políticas com análises contabilisticas, baralhar tudo e, num gesto de prestigiação, distribuir novo jogo.
Em meu entender, depois do Relatório do TC misturamos estes diferentes planos e enveredamos pela tentação de demonstrar qual o melhor modelo, o que sendo uma discussão interessante, carece de oportunidade, no momento.
O Senhor Ministro, defendeu-se com argúcia política, mas cometeu um pecado capital. Ignorou o enquadramento institucional do Tribunal de Contas, enquanto orgão de soberania. Todos nos lembramos da arrogância do MS, no debate perante o grupo parlamentar, a respeito deste orgão (TC) que, não é mais nem menos, do que o "órgão supremo de fiscalização da legalidade das despesas públicas e de julgamento das contas que a lei mandar submeter-lhe".
Temos de aceitar que, embora seja importante conhecer os resultados, que podem ser - ou serão mesmo - diferentes, esta não era a sede adequada, nem o tempo aprazado, para misturar contas públicas com, o mérito ou demérito, de diferentes modelos de gestão.
A regra será: não politizar os Tribunais, nem justicializar os Ministérios.
Há mais marés do que marinheiros...
«O que sucedeu foi que os hospitais que eram do sector público administrativo (SPA) em 2005 e em 2006 passaram a EPE, receberam montantes muito significativos de rectificativo em 2005. E se não corrigirmos estes vários efeitos, quer do universo quer do orçamento rectificativo, na minha perspectiva a análise não fica correcta, pois estamos a comparar coisas diversas. E, fazendo esses ajustamentos, o desempenho dos hospitais EPE em 2006 melhorou.»
Se isto se passou assim com a análise do RTC, estes argumentos de MT fazem sentido.
Para apuramento da verdade e avaliação da transparência de actuação da administração da saúde, toda a análise deve cingir-se ao campo estritamente técnico, por mais enfadonha que ela seja.
E aqui estou de acordo com o Xavier.
A comunicação social, para lá da sua incompetência, limita-se, na maioria dos casos, a fazer recados políticos (tecnicamente: seguir linhas editoriais).
A mim interessa-me discutir esta matéria tendo emconta os dados e a argumentação técnica do RTC e da ACSS.
Deixo para os políticos, para determinada comunicação social e para o é-pá a discussão do foro político.
A turba ignara gosta de remeter estas discussões para o patamar da chicana.
«A impregnação da política pela linguagem da economia em que o "economês" se junta ao "futebolês" no mesmo lugar do pensamento e do discurso, no léxico do "politiquês". Nos últimos anos a ascensão do "economês" na política e no jornalismo traduzem a crise do referente político-ideológico, por um lado, porque este se transformou num mundo estereotipado de metáforas mortas, desgastado comunicacionalmente; por outro, porque a iliteracia política também cresceu com a ascensão ao poder das "juventudes" partidárias, formadas num jargão utilitário muito reduzido no seu vocabulário e na sua instrumentação teórica. Futebol e economia, jornais desportivos e imprensa económica fornecem chavões e palavras de encher o ouvido, que todos entendem porque lêem e vêem o mesmo, logo funcionam como lubrificante do discurso. » JPP, jp 24.1.07
Com chavões e economês, todos se sentem iguais, capazes de abordar e dar bitaites sobre os mais complexos temas.
Esta democratização comunicacional, onde tudo é permitido e a verdade anda a pontapés, é o campo por excelência onde fervilham conspirações, onde medram os futuros algozes das inevitáveis rotações políticas.
Cultores de meias verdades,líderes de opinião blogosférica, ajudam à intriga política indispensável a servir de pedestal a novos senhores.
O móbil?
O de sempre.
A conquista de novas oportunidades.
Caro saudepe:
Não sou técnico de contas. Para fiscalizar as contas existem mecanismos: auditorias internas, externas, etc. e um orgão próprio - o Tribunal de Contas.
As contas não existem para serem esgrimidas entre técnicos. Elas devem ser trabalhadas com rigor e justificadas pelos técnicos.
E, depois, (refiro-me às contas públicas) deverão ser publicitadas, i. e., lançadas à apreciação pública. Esta apreciação é polivalente, económica, financeira, etc, mas nunca deixará de ser política (por mais denegrido e desgastado que este conceito esteja).
Com certeza que não defende a criação de uma torre de marfim onde sejam encerradas, fora da vista profana dos "não técnicos" e ao abrigo dos "fazedores de recados políticos (?)".
Finalmente, um apontamento.
Diz, como remate conclusivo:
"O móbil?
O de sempre.
A conquista de novas oportunidades"
- Muito "Socrático"!
Ora vejamos...
a) Para o É-Pá as contas da Saúde estão mal. Ponto final. E não há mais discussão. Fundamento: RTC.
b) Tonitosa. Idem. E, ainda não há relatórios de 2006.
c) Saudepe: fundamentação técnica para a sua posição: viste-la!
A primeira reacção de CC foi aceitar as criticas do TC e reconhecer que se devia ter investido mais na consolidação das contas da Saúde.
O que se devia ter feito, desde sempre, era investir nos sistemas de informação.
Muito se tem feito ultimamente. É, no entanto, aina insuficiente.
Uma coisa estou certo. Hoje há mais informação fiável e transparente sobre as contas da Saúde. Melhor informação. Não tão boa como o desejável.
Os problemas levantados pelo TC, segundo estou convencido, dizem respeito unicamente a questões formais de arrumação e apresentação de dados.
A discusão das conclusões do RTC não são nenhum tabu, insusceptíveis de qualquer discussão pública, como parece defender o É-Pá. E não se trata de politizar a actividade dos tribunais.
A prova de que começa a haver informação em tempo útil, suficiente e fiável, está na recente publicação dos dados de informação sobre as contas dos HHs do SNS, referentes ao 3.º semestre de 2007 (2007, repito).
Importante será o investimento na modernização e sofisticação dos meios de informação da administração pública. Mais do que alimentar querelas com o TC, órgão de reconhecida competência na fiscalização das contas públicas. Que tal como outros sectores da AP requer, cada vez mais, melhores e sofisticados meios para o exercício eficaz da sua actividade.
Não querendo ser repetitivo, nem "chato", gostaria de colocar três coisas no seu lugar:
1 - Não sei se as contas estão bem ou mal. Só queria que o TC disfrutasse de oportunidades idênticas às do MS, para defender o seu relatório ou, em alternativa, se "enterrar" (também admito esta situação).
Ou então, muito mais engraçado (...ia a dizer "giro") seria promover uma acareação (pública) entre o TC e o MS / ACSS.
2 - A partir daí, toda a discussão é possível (incluindo a análise política) e todas as ilações, também (haverá com certeza fundamentos e justificações técnicas variadas).
3 - Quer as contas apresentadas pelo MS, quer o RTC, neste momento, pecam, ambos, por falta de transparência. O que favorece todo o tipo de especulações. Mau para as duas entidades em causa. Péssimo para a opinião pública.
Ao fim e ao cabo - uma questão metodológica.
Caro Xavier,
Na verdade nesta matéria de contas não consigo acompanhá-lo na apreciação positiva que faz.
Os resultados de 2005 foram bons? E os de 2006 foram positivos?
Houve ganhos de eficiência? E foram atingidos os objectivos?
São respostas que na verdade ou estão por conhecer ou, as que se conhecem, apontam em sentido negativo. E só me pronuncio sobre aquilo que conheço.
Repare que não são só as contas de 2006 que ainda não foram (todas)divulgadas no site dos HH EPE. Na verdade ainda faltam contas de 2005. E por isso digo, e reafirmo, que o actual MS não é de boas contas.
Diz o Xavier: "A prova de que começa a haver informação em tempo útil, suficiente e fiável, está na recente publicação dos dados de informação sobre as contas dos HHs do SNS, referentes ao 3.º semestre de 2007 (2007, repito)."
Certamente sabe que já no tempo dos HH SA's eram divulgadas contas trimestrais (que não podem passar de projecções quando se tra ta de apurar resultados). E não posso também aqui concordar consigo quanto a afirmar que a informação é "suficiente e fiável". Não digo que o não seja, mas basta recuarmos a alguns trimestres atrás para vermos como do dados são sempre provisórios... Mas não consigo (certamente por incompetência minha) perceber, com tanta facilidade, como um aumento dos proveitos de 8,9% e um crescimento de custos de 0,4% conduzem a uma redução dos prejuízos (resultados negativos) de 62,6%. E, antes que me chamem ignorante,...esclareço que eu sei que os resultados líquidos são diferentes dos resultados operacionais, mas também sabemos que é nos resultados operacionais que verdadeiramente se centra análise da solidez económico-financeira das empresas e da sua eiciência.
E não posso deixar de destacar a seguinte passagem da avaliação da ACSS: "...os hospitais EPE registaram um aumento dos proveitos...que se deve sobretudo a uma melhoria dos processos de cofificação e especialização."
Ou seja, parece que o crescimento dos proveitos pouco terá a ver com melhor e maior produção; antes se fica a dever a "manipulação" estatística (GDH e não só).
Direi pois que falta muita e melhor informação para se poderem tirar verdadeira e definitivas conclusões sobre o exercício de 2007 dos hospitais do SNS.
CC, vai lamentar para toda a vida não ter nomeado para a ACSS a Dr.ª Margarida Bentes.
A extinção das sub regiões e a forte centralização de poderes na ACSS, também não terá ajudado nada à operacionalidade desta estrutura.
Caro Tonitosa
As minhas desculpas, só há pouco li o seu comentário.
Existem inúmeras fontes de informação que dão indicadores positivos sobre a evolução do nossos sistema de Saúde.
A obtenção de ganhos de eficiência tem sido evidente: Desaceleração do ritmos de crescimento da despesa, crescimento da produção sem quebras evidentes de qualidade.
«Entre 2003 e 2005, a despesa corrente pública em saúde registou, em volume, taxas de crescimento progressivamente menores ( 2,7%, 1,4% e 1,0%, respectivamente em 2003, 2004 e 2005). Em termos nominais, a partir de 2003, a despesa corrente pública em saúde, cresceu a um ritmo inferior ao verificado em anos anteriores, com variações de 5,9%, em 2004, e de 6,0%, em 2005, face às observadas em 2002 e 2003 (8,6%,em 2002 e 8,7%, em 2003).»
INA- conta satélite.
«A execução financeira do Serviço Nacional de Saúde em Setembro de 2007, apresenta uma redução no saldo passando de € 460.7 milhões em 2006, para € 173.1milhões em 2007.»
in Boletim informativo do Ministério das Finanças e Administração Pública
«O Resultado Líquido e o Resultado Operacional cifrou-se em –127,9 milhões de €e em -145,1 milhões de €, respectivamente; Os Proveitos registam um acréscimo de 11,5%, tendo os Hospitais feito já parte da especialização de proveitos resultantes do Contrato Programa;Os Custos apresentam um crescimento de 0,5%, influenciadospela anulação da facturação dos Fluxos de P.V. por Farmácias das ARS (Despacho n.º13.542/2007 de 28.06) e por uma maior especialização de amortizações e provisões»
in Informação da ACSS sobre a Evolução dos elementos económico-financeiros dos Hospitais EPE Junho (2006/2007)
«• O Resultado Liquido do Exercício em 2006 cifrou-se em -189,3 milhões de €;
• Os Custos (s/ IRC) reduziram-se em 1,3%;
• Os Proveitos Totais registam um decréscimo -7,3%, fundamentalmente devido aos Proveitos Extraordinários (efeito provocado pelo Encontro de Contas e da anulação de Fluxos em 2005).
Do ponto de vista Financeiro consta-se que os Fornecedores cresceram 17,5%, os Créditos sobre Clientes reduziram-se em 4,8% e os
principais indicadores financeiros apresentam uma tendência mista.
No tocante à Produção verifica-se uma crescente tendência para a aumento da componente do ambulatório nos Hospitais (Consultas +4%, Urgências +2%, Hospital de Dia +7,3% e Intervenções Cirúrgicas em Ambulatório +11,2%), provocando um decréscimo dos Doentes Saídos, e,
sendo estes de internamentos mais prolongados.»
in Relatóri de Acompanhamento dos Hospitais EPE 2006.
A consulta a alguma desta informação poderá ser efectuada nos seguintes doc (links):
link link link link link link link link
Xavier,
Apesar do atraso, e certamente já sem relevo no blogue, mas pela consideração que me merece, não posso deixar de voltar a este assunto para responder ao seu comentário sobre as das Contas do SNS.
Diz o Xavier que:"Existem inúmeras fontes de informação que dão indicadores positivos sobre a evolução do nossos sistema de Saúde.
A obtenção de ganhos de eficiência tem sido evidente: Desaceleração do ritmos de crescimento da despesa, crescimento da produção sem quebras evidentes de qualidade."
Sinceramente, não vejo que os dados traduzam aquela realidade! Pelo contrário.
Há alguns aspectos positivos, e estranho seria se assim não fosse! Mas são mais os aspectos negativos do que os positivos. Sobretdudo quando se trata de avaliar indicadores de eficiência.
Se há ganhos de eficiência, então devemos pensar que o mesmo nível de produção se obteve com menores custos ou, numa outra óptica, que o custo médio de produção baixou. E se assim tivesse acontecido, os resultados operacionais seriam bem diferentes dos obtidos em 2004, 2005 e 2006.
Sabendo que os resultados líquidos são grandemente influenciados por "anormais resultados extraordinários" e que estes têm traduzido sobretudo subsídios de convergência (veja-se o caso do H. S. Maria em 2005) a verdade é que os resultados líquidos de 31 HH (links por si indicados) evoluiram negativamente nos últimos três anos, como segue:
-8,44 M€ em 2004; 2,359 M€ em 2005 e -181,173 M€ em 2006.
E eu considero isto o que de mais significativo há em matéria de boa gestão. Os hospitais, é certo, não são instituições (empresas) que visem o lucro, mas quando se analisa a sua evolução (calculando resultados) verifica-se uma evolução negativa que a variação da produção (quantitativa e qualitativa) não consegue justificar.
Sou dos que acho sempre necessário justificar as evoluções estranhas (grandes alterações de um para outro exercício) e por isso, os resultados apresentados em vários HH merecem-me reservas. Mas aceitando os relatórios consultados, a gestão medida em termos de resultados de exercício tem sido muito fraca, e em 2006, foi mesmo muito má.
Veja-se por exemplo o que se passou com a conta "Fornecedores" (fortemente representativa do endividamaneto): em 2006 constata-se um aumento de 17,5%, o que assume maior relevo se verificarmos que os créditos obre clientes baixaram 4,8%.
E não foi o aumento dos proveitos (7,3%) o suficiente para melhorar a situação.
Os custos operacionais melhoram 1,3% mas essa evolução foi mais que compensada (negativamente) pela quebra de 1,8% nos proveitos operacionais.
O Passivo agravou-se em 19,1% enquanto o Activo apenas subiu 16,8%.
Houve alguma incremento da produção, é certo mas, como se deduz, a custos médios mais elevados.
Quanto a contas de 2007 os dados são ainda provisórios mas, como já uma vez afirmei, em gestão empresarial não há milagres.
E há um pormenor, que volto a salientar, na análise da ACSS: os hospitais EPE registaram um aumento dos proveitos...que se deve sobretudo a uma melhoria dos processos de cofificação e especialização."
Um abraço
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