PPP de alto risco
O primeiro-ministro, José Sócrates, e a ministra da Saúde, Ana Jorge, presidiram hoje (25.02.08) à cerimónia de colocação da primeira pedra do novo Hospital de Cascais PPP.
José Sócrates, talvez por sugestão da leitura do excelente artigo de Miguel Gouveia, “Saúde: Volume e Resultados”, publicado no expresso desta semana, link defendeu na cerimónia a concentração das unidades de saúde para evitar o erro médico. NEW
Por sua vez, a ministra da saúde, Ana Jorge, na sua intervenção, justificou o recurso à PPP para construção/gestão do novo hospital devido à redução de custos desta solução (poupança de oito a nove por cento) face à alternativa, caso o investimento fosse público.
Por sua vez, a ministra da saúde, Ana Jorge, na sua intervenção, justificou o recurso à PPP para construção/gestão do novo hospital devido à redução de custos desta solução (poupança de oito a nove por cento) face à alternativa, caso o investimento fosse público.
A ministra da saúde não leu certamente o recente relatório do Tribunal de Contas que conclui link que «o Estado avançou para a construção de um novo hospital em Cascais, numa parceria com privados, sem saber o custo global do projecto nem se havia comportabilidade orçamental. ´
Os riscos são elevados, remata o TC
Etiquetas: PPP Cascais
5 Comments:
Curiosamente, nada discreta será a cerimónia - obviamente abrilhantada pelo primeiro ministro, de colocação da "primeira pedra" do futuro hospital de Cascais, marcada para esta segunda feira. Já em campanha eleitoral, como poderia Sócrates perder esta oportunidade de aparecer nos telejornais a oferecer ao país um novo hospital? O negócio esconde-se, a obra mostra-se. Ou, como é habitual dizer-se, vícios privados e públicas virtudes. link
Estes dois factos - entrega aos privados do hospital de cascais e insistência no fecho de serviços de saúde, falam pela nova ministra da saúde. Pelos vistos, nem ela nem o PS compreenderam as razões da queda de Correia de Campos e muito menos os erros por ele cometidos. Não é fechando serviços e entregando outros aos privados que se reforça, melhora e moderniza o SNS. A nova ministra começa mal o seu mandato.
João Semedo
De qualquer modo, caro Xavier, vamos a caminho desse novo Hospital. Não é?
Esperemos que não se transforme num cavaleiro hospitalário.
Que não caía do cavalo.
Socrates e AJ, para já, escorregaram...
Tem o HOJA perto!
Primeiro hospital público pago por privados deverá abrir daqui a dois anos em Cascais
26.02.2008, Catarina Gomes
Os preparativos até se chegar ao lançamento da primeira pedra do futuro Hospital de Cascais - o primeiro construído em parceria com o privado - demoraram seis anos, a construção não deverá levar mais de dois, prometeram ontem a ministra da Saúde, Ana Jorge, e o primeiro-ministro, José Sócrates, na cerimónia de inauguração das obras.
Segundo o contrato assinado com o Estado, o consórcio privado Hospitais Privados de Portugal-HPP (Grupo Caixa Geral de Depósitos)/Teixeira Duarte vai construir o edifício da unidade e vai poder explorá-lo durante 30 anos. Também a gestão clínica será privada, podendo este grupo prestar cuidados de saúde à população durante dez anos, renováveis até ao prazo máximo de 30 anos. Ao Estado caberá pagar ao grupo HPP (que tem cinco hospitais privados) pelos cuidados de saúde prestados.
Com uma imagem virtual do hospital projectada nas suas costas, Sócrates repetiu três vezes que "este hospital é do Sistema Nacional de Saúde" e será "um dos melhores hospitais do país".
A unidade de Cascais inaugura uma nova forma de projectar a área hospitalar, transferindo para os privados o grosso do investimento. Foram lançados concursos para a construção de quatro hospitais. Ao Ministério da Saúde cabe pagar e monitorizar um contrato de gestão onde o grupo privado se compromete a prestar um determinado número de cuidados de saúde. Ana Jorge falou da futura avaliação de desempenho, qualidade clínica, fiabilidade de informação, satisfação dos utentes, indicadores de acessibilidade, entre outros.
A anunciada inauguração trouxe consigo a polémica ausência de um serviço de oncologia, que existe no actual hospital de Cascais, que irá ser substituído. O presidente do município, António Capucho, disse ontem aos jornalistas que pediu à ministra para reequacionar esta questão. A retirada da especialidade do concelho levou mesmo à criação de uma petição, entregue em Outubro passado à Assembleia da República, refere a Lusa.
Ana Jorge respondeu que no primeiro ano de funcionamento da unidade (que se prevê abra em 2010) os doentes com cancro serão aí tratados, até que sejam encontradas alternativas. Sublinhou o facto de a unidade ganhar novas valências, como a psiquiatria e urologia.
Em termos de políticas de saúde, Sócrates reiterou a sua aposta na reforma dos centros de saúde, nos cuidados continuados, áreas em que disse existir "consenso". Aludindo à reforma dos serviços hospitalares disse que nesta área "não existe consenso", mas sublinhou: "As unidades devem ser concentradas. O erro médico é reduzido, quando há equipas de médicos; se separarmos os médicos, o erro médico aumenta."
JP 26.02.08
Pago pelos privados?
Então não são os contribuintes a arcar com estas aventuras?
Com juros de palmo.
E os pobres dos utentes.
Para termos uma perspectiva do que se irá passar basta termos presente a experiência do Amadora Sintra.
Uma pequena nota final: O é-pá está a transformar-se num caso do foro médico. Será que o homem não consegue ver as figuras que faz? Ou será que as suas intervenções se pautam segundo um objectivo de sabotagem da saudesa!
Caro João Pedro:
Em primeiro lugar quero agradecer-lhe os cuidados, o diagnóstico e inclusivé o prognóstico sobre o meu escabroso caso.
A terapêutica é que foi um pouco coxa.
Mas não podemos acertar em tudo. Era o fim das 2ªs consultas...
Agora, possuídos com a mania persecutória de que o Saudesa estará a ser vitima de elucubrações fantasmagóricas, delírios ou, pior, com maleovolos intuitos de sabotagem no seu debate das questões de saúde, não me parece mentalmente muito escorreito. Mas abstenho-me de classificar. Não é a minha área.
Mas sei uma coisa que não aprendi na Faculdade, nem em nehuma Escola Superior:
Estas são as "figuras" que todos fazemos, nomeadamente,
quando não aceitamos, nem gostamos, que se discorde.
Pode ser de um mero despacho criando uma "Comissão de Estudo para a Avaliação dos Conselhos de Administração dos Hospitais, EPE.", por o achar inadaptado à realidade nacional.
Pior será que à boleia dessa incongruência, se teçam extemporâneas e académicas sugestões sobre a "Avaliação e Objectivos dos HH's do SNS".
De facto, neste encruzilhada, convenço-me que o pouco que sei devo-o à minha ignorância.
Finalmente, joão Pedro, permita-lhe que cite um dos nossos vultos do movimento surrealista português:
"Todos os dias os encontro. Evito-os. Às vezes sou obrigado a escutá-los, a dialogar com eles. Já não me confrangem. Contam-me vitórias. Querem vencer, querem, convencidos, convencer. Vençam lá, à vontade. Sobretudo, vençam sem me chatear(Alexandre O'Neill)
Há duas coisas chatas, aborrecidas:
ser um "arrivista" ou um "parvenu", pode escolher entre ambas.
O que não tenho é - como julga - "etiqueta de casta" seja ela nobiliária, artísitica ou profissional, como alguns dos bloguistas gostam de colar em qualquer hibrido que se mova por aí ou por aqui.
Utilizo rótulos - como toda a gente - porque escondo parte da minha identidade nesse momento ... e depois, posso anulá-los - rasgá-los, desnudando-os o vidro onde aderiram e entusiasmo-me a substituí-los por novos.
Modernos! Pode ser?
Caro João Pedro:
Embarque num desses mitos "Edênicos", locais paradisíacos idealizados pelo homem (seja o reino se Salomão, o próprio mito judaico do Éden, o Eldorado, ou qualquer outro...).
Viva a fantasia!
Sem repressões, nem condicionalismos...
Livremente!
«O primeiro-ministro defendeu ontem a concentração das unidades e dos profissionais de saúde para evitar o erro médico»
O primeiri ministro saberá do que está a falar?
Então não foi por concentrar unidades e profissionais que CC foi despedido?!...
O que deve ser evitado, daqui em diante, é o senhor primeiro ministro falar de coisas que não sabe, nem percebe patavina.
Por mais que se esforce, senhor primeiro ministro, não apanha mais nenhum voto meu.
Quanto ao senhor é-pá não tenho mais nada a dizer.
Não era necessário desperdiçar tanta erudição.
Eu cá por mim, até convivo bem com semelhante infestante. Praga, virus dos comentários. No fundo até acho piada. É uma espécie de magazine Saudesa.
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