De boas intenções...
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, inaugurou no Porto (22.02.08) o Instituto CUF do grupo José de Mello Saúde (JMS), investimento de 50 milhões, com Imagiologia, Medicina Nuclear, Radioterapia, Braquiterapia, Hemodiálise e Radiologia de Intervenção Hemodinâmica. link link
Oportunidade para o PR enaltecer as virtudes da JMS (iniciativa privada): «Este instituto é a prova de que há lugar em Portugal para a iniciativa privada, numa oferta complementar com a do serviço público de saúde».
JMS que, tudo indica, se prepara para ganhar o concurso de adjudicação do novo Hospital Universitário de Braga PPP. Hugo Meireles, terá mesmo abandonado a direcção do Hospital de S. Sebastião (Santa Maria da Feira), ao que parece, para assumir funções de director do novo HH .
JMS que, tudo indica, se prepara para ganhar o concurso de adjudicação do novo Hospital Universitário de Braga PPP. Hugo Meireles, terá mesmo abandonado a direcção do Hospital de S. Sebastião (Santa Maria da Feira), ao que parece, para assumir funções de director do novo HH .
Em breve, a Iniciativa privada terá conquistado posição hegemónica no mercado da Saúde em Portugal. De nada valendo o lavar de mãos do senhor presidente, quando afirma: “ninguém pode ser excluído deste «direito básico» por questões financeiras.”
Etiquetas: Politica
6 Comments:
Oficialmente ainda não se conhece o desfecho deste concurso, o que não impede que já toda a gente saiba e se lançem as habituais jogadas de antecipação no terreno.
A JMS terá ganho este concurso através de uma descida abrupta do preço na segunda fase de negociação.
Vamos ver o que vai acontecer à qualidade.
Mas como o Estado é vesgo, há margem de manobra para tudo.
Fez-se o 25 de Abril para nada.
Portugal continua entregue a meia dúzia de famílias _ Mellos, Espiritos Santos- mais uns tantos arrivistas recém chegados (Belmiro, Berardo).
Senão vejamos o conteúdo desta notícia a que se refere Joaquim Vieira, provedor do leitor, no JP (24.02.08).
Construção do aeroporto no Montijo obriga a expropriação de terrenos privados link
A construção do aeroporto nos terrenos do Campo de Tiro de Alcochete, no Montijo, vai obrigar à expropriação de terrenos pertencentes à família Espírito Santo Silva de Mello que têm estado cedidos para uso militar, avança hoje o Rádio Clube.
Os terrenos propostos pelo estudo do Laboratório Nacional de Engenharia Civil, para o novo aeroporto internacional de Lisboa, incluem esta propriedade com 500 hectares, cujos proprietários esperam que venha a ter um valor de expropriação “justo”.
Miguel Espírito Santo explicou ao canal de rádio que existe um protocolo de cedência que abrange 254 hectares e que se destina à utilização do campo de tiro.
No seu entender, como a decisão do Estado aponta para a alteração do uso do solo, também o acordo em vigor deixa de ter validade, situação que vai originar a denúncia do mesmo. “Todos temos muito presente que vamos ser expropriados”, afirma Miguel Espírito Santo ao Rádio Clube, que espera que o valor a pagar “seja de mercado”.
JP 18.01.08
Então a opção Alcochete não era mais barata por os terrenos serem do Estado?
A quem aproveitou a transferência da OTA para Alcochete?
O PR que apoiou esta solução estava a par destas jogadas?
Realmente os portugueses têm razão para estarem descrentes dos políticos que governam este país, incluindo o PR.
«O Instituto CUF, hoje inaugurado por Cavaco Silva e benzido pelo Bispo do Porto, D. Manuel Clemente»
Parecem os tempos da outra senhora...
«As ofertas são complementares, os dois sectores (público e privado) podem funcionar em paralelo, mas é preciso que coloquem o doente no centro das suas preocupações, para satisfazer o direito básico à saúde.»
Ninguém pode ser excluído deste «direito básico» por questões financeiras.
Uma no cravo outra na ferradura. O discurso da hipocresia.
O senhor presidente devia ser mais claro. Explicar como é que estes negócios acontecem todos os dias.
Precisamente porque o Estado está a recuar relativamente às prestações de cuidados.
Os privados como a JMS apenas têm de ir aos saldos.
Adivinha-se vencedor da PPP de Braga
O Diário do Minho publicou no passado dia 19 uma notícia com o título "Novo Hospital de Braga deve ser entregue ao Grupo Mello", sendo o provável futuro director Hugo Meireles, que no mês passado abandonou a direcção do Hospital de S. Sebastião (Santa Maria da Feira), por "motivos de ordem pessoal". Estes motivos terão então sido, a confirmar-se a notícia, a adesão ao Grupo Mello Saúde, para cujos quadros "terá sido contratado".
Embora o concurso público não tenha visto ainda os resultados publicados, o DM adianta que o ex-ministro Correia de Campos revelou no mês passado, aos deputados do PS do distrito, que se o Grupo Mello vencer o concurso "o nome de Hugo Meireles estaria no primeiro lugar para administrador do hospital central de Braga".
Um processo inteiramente claro e transparente, portanto, e revelador da total desfaçatez com que se vai privatizando a saúde em Portugal.
Em defesa do SNS, 20.02.08
A proposta para criar uma comissão de inquérito ao acompanhamento das contas do hospital Amadora/Sintra foi chumbada pelo PS.
O único hospital público com gestão entregue a privados desde há 12 anos tem vivido uma história conturbada sempre que chega a altura de fechar contas surgem as divergências de números entre o grupo Mello e o Estado.
Como argumento para recusar o inquérito à comissão de acompanhamento do contrato, os socialistas alegaram que ainda decorrem negociações entre o Estado e os Mellos para a validação das contas de 2002, uma fase que antecede o possível recurso a um tribunal arbitral.
Os relatórios demolidores da Inspecção Geral de Finanças, do Tribunal de Contas e a ineficácia da comissão de acompanhamento motivam a proposta do Bloco. Ainda estão por fechar as contas de 2002 a 2007 e não há acordo sobre quem deve pagar o quê. A insuficiência do Estado no acompanhamento do contrato com a José de Mello Saúde é nítida, uma situação tanto mais estranha se verificarmos que a dita comissão foi formada após a polémica que opôs Estado e Mellos por causa das contas de 2000 e 2001. Estas só foram fechadas com recurso a um tribunal arbitral que fez o Estado pagar 20 milhões de euros àquela empresa.
O Hospital Amadora-Sintra destaca-se igualmente por outras irregularidades condenadas pela Inspecção Geral de Saúde ou pelo Tribunal de Contas: contratos de trabalho duplicados para vários profissionais - um como funcionário público e outro como contrato individual de trabalho -, médicos afastados do serviço pela administração e proibidos de contactarem com os restantes profissionais, doentes em lista de espera não inscritos no programa de recuperação das listas de espera. Estas situações configuram um regime de excepção para este hospital, já que não existem nos restantes hospitais públicos.
"Perguntamo-nos se existe comissão de acompanhamento, se ela reúne, quais são as suas conclusões e quais os efeitos práticos do seu trabalho" . "Os portugueses pagam por ano cerca de 140 milhões de euros" por este contrato.
São estes senhores que vão gerir o Hapital Universitário de Braga!
São estessenhores que são protegidos pela maioria PS e acarinhados pelo PR.
Como estas decisões se passam longe do olhar dos portugueses, não dão azo à contestação popular capaz de pôr esta malta toda na rua.
A propósito duma situação de possíveis encerramentos de ATLs a cargo de IPSS, como resultado do prolongamento de horários escolares, o Senhor Bispo do Porto disse que o Estado tem de perceber que essas “coisas” que nascem à sombra da Cruz só existem porque existe a Cruz.
Na Quadratura do Círculo, o agnóstico e liberal Pacheco Pereira deu-lhe razão.
Quem sou eu, que não sou agnóstico nem liberal, para pôr em causa a imensa obra Social da Igreja.
A começar pelas Misericórdias que criaram, mantiveram e ainda gerem tantos hospitais.
A prova da vitalidade dos Hospitais das Misericórdias foi dada pelo Sr. Presidente da União que respondeu ontem, afirmativamente, ao desafio lançado por Cavaco Silva, para que todos se empenhem em garantir o direito dos portugueses à saúde.
“A UMP está pronta para colaborar com os sectores público e privado, de forma a garantir o direito à saúde para todos os portugueses”, afirmou o representante das Misericórdias.
O Sr. Presidente da UM vem repetindo, aliás, que os Hospitais das Misericórdias estão preparados para ajudar a resolver o problema das listas de espera.
Não tenho dúvidas que o Senhor Presidente da República estará disponível para dar o seu alto patrocínio a este programa de colaboração social-privado, com pagamento público.
Mas, antes que tal aconteça, atrevo-me a pedir, com todo o respeito, ao Reverendíssimo Bispo do Porto, que mande averiguar se, dentro daquelas “coisas”, que cresceram à sombra da Cruz, ainda há vestígios …da Cruz.
E, já agora, seria bom que o Sr. Dr. Guilherme de Oliveira Martins, não se deixasse impressionar pela Cruz e tirasse a limpo o que se passa com os dinheiros públicos que alimentam tanta cooperação!
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