terça-feira, abril 1

Falta de médicos


Preenchidas só dez das 115 vagas para médicos em unidades carenciadas do interior
JP, Catarina Gomes , 31.03.08
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Comentário:
1)- Esta situação dramática é sobreponível com a que se verifica com a implantação das USF's.
2)-Se traçarmos uma linha ao longo da costa - recuada cerca de 50 Km - cabem lá praticamente todas as USF´s em funcionamento.
3)-Significa este estado de coisas - para além dos dados casuísticos - que apontavam insuficiências de quadros médicos e de pessoal de saúde no litoral, as últimas deslocações foram no sentido de acentuar o movimento para o litoral.
4)- Esta pode ser a grande ruptura das USF's.
5)- Reformada, uma geração de profissionais de saúde que dura, quando muito, mais 10 anos, e que se aguenta num instável equilíbrio entre o "joão semanismo" e os centros de saúde pré-históricos, vamos assistir em termos de saúde a um intolerável desequilíbrio, completamente incompatível com qualquer situação de equidade / acessibilidade.
6)- É melhor começarmos a estudar como se estão as resolver idênticos problemas na Austrália, obviamente com outra dimensão. (Para isso podemos dispensar Unidades de Missão!);

Na realidade, os nossos aborígenes, isto é, a população que persiste (resiste) em viver no Interior, começaram a instalar-se a partir dos 50 Km de recuo da costa atlântica. Muito recuados apesar das IP, IC, etc.
Para já vão lentamente ficando desguarnecidos, já que a mobilidade continuará - nessas novas vias de comunicação - como tem sempre sido: de Este para Leste.
A reconversão só tem uma saída: os CCI.
Mas o problema mantem-se: como fixar e mobilizar pessoal de saúde qualificado para garantir este apoio?
São os problemas que transcendem a casuística...
e-pá!

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1 Comments:

Blogger Unknown said...

A grande falha das USF:

Mudam-se as formas de fomento de trabalho mas não se muda o paradigma dos CSP ou seja prevenção primária e secundária para o "tecto".

Aproveitando esta deixa da prevenção primária e secundária que parece-me ser a única opção plausível de vir a resolver qualquer problema relacionado com a escalada ( e futuramente exponencial) dos custos com a saúde pergunto, o que se pretendia com a criação das USF?

Cobrir toda a população com médico de "família"?
Ou de facto prestar cuidados a nível dos CSP?

Se era esta última umas das intenções porque é que mantivemos o modelo médico-cêntrico? Nada me move contra a Medicina Geral e Familiar que julgo necessária, mas nunca à escala que este ou qualquer outro modelo/paradigma do universo dos CSP.

Se a intenção é prevenir porque é que a multidisciplinaridade não saiu do papel? Não seria mais sério um modelo com mais enfermeiros, assistentes sociais, fisioterapeutas, nutricionistas, psicólogos e com muitos menos médicos? Aliás com tanto enfermeiro e psicólogo no desemprego não seria tempo de apostar noutro modelo? Mais programas de prevenção, mais apoio domiciliário, maior acompanhamento a nível de todas as disciplinas da Saúde e "guardar" os médicos especialistas em MGF para as situações que exigissem a sua intervenção? Uma mais correcta triagem dos utentes "aliviaria" o médico de um papel que muitas vezes não lhe compete e que por vezes duplica o trabalho já feito por outro profissional, por exemplo uma consulta de acompanhamento de diabetes ou HTA que é feita com o mesmo mérito por um enfermeiro...

Pensemos nisso, se formos realmente honestos...

2:12 da manhã  

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