terça-feira, abril 1

OM, imita ASAE


«Uma delegação da Ordem dos Médicos (OM) – a que presidiu o Bastonário, acompanhado pelos presidentes dos três conselhos regionais e dois outros dirigentes do Conselho Regional do Centro – visitou na madrugada de 26 de Março, os serviços de urgência geral do Centro Hospitalar de Coimbra e dos Hospitais da Universidade de Coimbra.
Esta iniciativa, que não foi previamente marcada pela Ordem dos Médicos e que vai ter sequência noutros hospitais do país, visa avaliar no local a composição das equipas de urgência e, particularmente, tudo o que diz respeito ao trabalho dos médicos em formação, à sua tutela e ensino, bem como ao exercício da autonomia.
A OM adverte que aos médicos internos cuja fase de formação exige o acompanhamento de colegas especialistas não podem ser atribuídas responsabilidades de decisão clínica e adverte, igualmente, para a necessidade absoluta de se respeitarem os números mínimos estabelecidos para as equipas de urgência.
A Ordem dos Médicos, no âmbito das suas atribuições reguladoras, poderá retirar a idoneidade formativa às unidades que não cumpram o regulamentado.»
Portal OM- Comunicado - idoneidade formativa - 26 de Março 08

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3 Comments:

Blogger Unknown said...

Ora então como se vai desbloquear esta situação?

Contratar mais uma dúzia de médicos cujas horas ficaram em défice após o fecho dos SAP's e pagá-los a peso de ouro (7000 euros mês) para que assegurem os números mínimos para manter uma equipa na Urgência ou perguntar à OM porque bloqueia o aumento do numerus clausus nas faculdades de medicina ou ainda a abertura de uma faculdade privada?

É que um dos argumentos usados para não aumentar mais o número de vagas é precisamente a falta de campos de estágio idóneos para que os formandos tenham uma formação de qualidade?

Em que ficamos? Há falta de médicos nas Urgências? Então aumentem-se o número de vagas para que a situação seja resolvida a médio/longo prazo. Ou será que os HUC e o CHC não têm "capacidade" para formar médicos?

É que se o argumento for o excesso de utentes ( sendo um dos indicadores o tempo de espera na triagem) duvido que qualquer uma das grandes instituições o cumpra e aí também se pode argumentar que o excesso de trabalho não permite fornecer uma formção de qualidade...

1:59 da manhã  
Blogger e-pá! said...

É espantosa a inocência do post sobre a OM e as crónicas questões de idoneidade e responsabilidade técnica que se vivem na construção das escalas de Serviços dos HH’s.
Elas existem nos Hospitais, praticamente desde Hipócrates.
Tem toda a razão a OM quando chama a atenção:
….“adverte que aos médicos internos cuja fase de formação exige o acompanhamento de colegas especialistas não podem ser atribuídas responsabilidades de decisão clínica e adverte, igualmente, para a necessidade absoluta de se respeitarem os números mínimos estabelecidos para as equipas de urgência.”

Agora a realidade pode apresentar “nuances”.
Sempre ouve diligências no sentido de incluir internos do Internato Complementar mais diferenciados, promovidas pelos próprios Serviços ou em concertação com a Direcção Clínica ou de Internato do Hospital, no sentido de “atenuar” sobrecargas de escalonamento de urgências, nomeadamente em Hospitais Centrais.

Esta “solução de recurso” sempre foi uma maneira de “alargar” una escala de determinada especialidade com um reduzido número de membros. E a regra sempre foi: a partir do 3º. Ano do Internato Complementar haveria capacidade operativa de resolver os problemas correntes da Urgência. Este era um esquema praticado dentro dos próprios serviços. Exclusivamente, dentro dos próprios serviços, e baseava-se em dois parâmetros essenciais: no conhecimento e na capacidade de desempenho.

O que a “leitura” do comunicado da OM sobre idoneidade formativa de 26 Março, sugere é que nessa “visita” não programada teriam sido encontradas situações irregulares, isto é, questionam (põem em risco?) a qualidade assistencial dos doentes que recorrerem aos Serviços de Urgência (neste caso Polivalentes).
É isso que parece transparecer quando se afirma que estas “visitas não programadas” :
visam avaliar no local a composição das equipas de urgência e, particularmente, tudo o que diz respeito ao trabalho dos médicos em formação, à sua tutela e ensino, bem como ao exercício da autonomia.
Isto é, as equipas de urgência - nomeadamente em SU Polivalentes - não podem ser asseguradas ( ou preferencialmente formadas) por médicos em formação.
A verificar-se situações dessas ( e não digo que se tenham verificado) a qualidade dos serviços assistenciais nestas urgências – como é óbvio para qualquer cidadão - pode estar seriamente comprometida. Isto decorrente da “amputação” de médicos nos serviços nevrálgicos da rede nacional de Urgência, sempre pelos mesmos motivos – "economicistas" (que os economomistas não aeitam).

O comunicado da OM - para quem não quer vestir o hábito de tolo - indicia que algo de anormal se passa (ou se passou) e é por isso que surge o apelo à consciência dos responsáveis (sugeri a “não-inocência).

Aliás, este assunto, de novo levantado, é recorrente.
O COMUNICADO DA SECÇÃO REGIONAL DO NORTE da ORDEM DOS MÉDICOS DE 12.12.2002, JÁ “ALERTAVA”:
- contratação de médicos para o serviço de urgência do Hospital de S. João;

Por outro lado, este assunto é absolutamente independente da capacidade formativa dos HH's e do seu preenchimento cujos critérios dependem dos Serviços Centrais do MS.
A capacidade formativa dos Serviços Hospitalares anualmente fornecida ao MS raramente é preenchida.

Caro magistral estratega:
A formação defina-se. Nem terá tempo de ir ao enterro das carreiras médicas.
E sem carreiras médicas, não há formação, não há qualquer sentido de continuidade do conhecimento e do desempenho, é melhor começar a "fazer contas" e a importar médicos do estrangeiro.
Enquanto, fazem-se "remendos" nas Urgências, até que a OM actue ou surja o 1º. problema.

Finalmente é justo reconhecer que a OM (Decreto-Lei n.º 29 171 de 24 de Novembro de 1938) precede, portanto, em muitos anos, a ASAE (2005).
Os tempos são outros.
Diria mais, as exigências quer dos utentes, quer dos profissionais de Saúde, cresceram, tornaram-se mais rigorosas, mais rígidas.
Os direitos de cidadania tornaram-se mais latos, mais abrangentes e exibem outro poder reivindicativo.

Nada disto tem a ver com qualquer tipo de “policiamento” persecutório do que se passa nos HH's.
É a defesa do SNS.

12:07 da tarde  
Blogger Joaopedro said...

A OM em concorrência com a ERS e a IGAS.

A OM foi subitamente atacada de zelo inusitado ?
Até que ponto, estas intervenções têm cariz essencialmente político?
Vamos esperar que a OM intervenha com o mesmo empenho no sector privado.

2:55 da tarde  

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