segunda-feira, março 10

Portugal mexe


"Sente-se hoje na sociedade portuguesa um mal-estar difuso, que alastra e mina a confiança essencial à coesão nacional”.

Não sou tão pessimista. Portugal mexe, apesar de tudo, e nalgumas áreas com firmeza. Habitualmente somos submersos por textos catastroficos que convidam ao desanimo. Para que servem? Talvez sejam atitudes de exorcismo, mas, convenhamos, de pouco valem. Parece-me que a tomada de posição da SEDES (re)diz o que está dito. Deveria, mais do que dizer o que fazer, dizer como fazer. Porque "o que fazer" consta de toneladas de papel (lá estão os eucaliptos) que por aí circula. Mas quando chega ao "fazer", alto lá que a coisa magoa.
Mesmo continuando mal, penso que caminhamos, e mesmo se tivermos que mudar alguns dos caminhos que tomámos, é melhor que o façamos em vez de ficarmos parados a queixarmo-nos dos outros. Até porque para os outros, os outros somos nós.
Manuel

1 Comments:

Blogger e-pá! said...

Não vou entrar naquela de que a SEDES é o ópio do Povo…

Mas intriga-me as alturas em que a SEDES ganha protagonismo…

É uma associação de burguesa, de doutos economistas, eméritos juristas, indecifráveis diplomatas, alguns já passaram pela área do poder ou povoaram as “bordas”…
Francamente, não sei se por lá andam generais, almirantes ou até marechais. É provavelmente que não (antes do 25.4.) e que sim – depois!
Se calhar só capitães, tenentes-coronéis ou algum coronel tresmalhado!

O que me preocupa é a capacidade de equilíbrio da SEDES.
Aquela irresistível atracção pelos equilíbrios instáveis.

A SEDES não é a favor do governo. Isso, mesmo, não é contra o XVII Governo Constitucional como o Pacheco Pereira, sem conseguir explicar de quem está a favor.

A SEDES previu uma fase difícil para o governo. Previu a imensa greve dos professores contra o Governo. A instabilidade era, afinal, isso.

Sócrates, já disse que isso valia pouco. A Reforma era mais importante. Onde existe alguém sério que não deseje, não esteja sedento a ser submetido a uma avaliação? Nem que seja por fax!

A SEDE poderá também ter previsto outros problemas coma os trabalhadores…
O alerta da SEDES, naquilo que ultrapassava a gereve dos professores só confirmou aqulas bolorentas teorias de Marx, em que os trabalhadores continuarão a ser explorados.
Pelos governantes, pelos patrões, pelos políticos e a partir de agora pelos “sacanas” dos funcionários intermédios, ansiosos de consideração social e reconhecimento público, com dreito a vénia (já não há chapéu, que pena!).

Mas, atenção, não vêm aí uma Revolução!
Anda tudo esgotado, não há alternativas e depois tantos problemas: O caso da Casa Pia, o Apito Dourado, os malabearismos do BCP, o caso caso "Freeport” ( é em Alcochete, não é ?), o casino pródigo, etc….

Afinal a SEDES disse pouco: “Portugal à beira de crise social de contornos difíceis de prever.
Tudo controlado.
A máquina infernal vai continuar a funcionar: os ricos vão ficar cada vez mais ricos (aumentam o produto per capita), e os pobres continuarão explorados, mas é uma praga divina, não têm formação para outras tarefas. A reinserção social democratiza-se. Alguma coisa terá de democratizar-se.

Finalmente a SEDES é pouco educada e muito pouco polida:
“alerta para falta de confiança nos políticos, e presença asfixiante do Estado na Sociedade”.
Nem o “Compromisso Portugal” se atreveria a dizer tanto.

Uma falha imperdoável. A SEDES não previu a retoma de António Borges. Santana foi apanhando de surpresa…

Quando olho, ou quando leio estas inconsequentes diatribes da SEDES, lembro-me de um inolvidável filme:

“A Delicate Balance” (1973).

Realizado por Tony Richardson baseado na obra de Edward Albee e protagonizado por Katharine Hepburn, Paul Scofield, Lee Remick, Kate Reid, Joseph Cotten, Betsy Blair.

O filme, muito bom, não chega a durar uma crise. Não pode ser acusado de demasiado longo como a SEDES acusou a crise social portuguesa.
O movie dura, cerca de 90 minutos – um jogo de futebol.

Esta era provavelmente a “longa” crise da SEDES:
O BALANCE!

10:22 da tarde  

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