segunda-feira, março 10

Requalificação da Rede Urgência


Entrevista de José Manuel Almeida da Comissão Técnica de Apoio ao Processo de Requalificação da Rede de Urgência (CTAPRU).link

«Tempo Medicina»O Ministério da Saúde demorou a formalizar os pontos da rede de referenciação de Urgência/emergência. A reforma ficou comprometida?

José Manuel AlmeidaO Ministério formalizou os pontos de rede.
link Este era um passo político fundamental para definitivamente acertar a rede de referenciação entre eles e para planear o investimento que é preciso fazer para que esta rede funcional se comporte muito melhor e de acordo com a expectativa da população do País, por inteiro, e não de interesses locais. Esta publicação é o reflexo da intenção do Governo de levar por diante a reforma, o que atesta a grande coragem com que está a enfrentar os verdadeiros problemas do SNS. Não posso deixar de saudar Correia de Campos e Carmen Pignatelli, que permitiram que esta reforma estruturante se iniciasse. Agora é necessário fazer já um calendário de aberturas e requalificações, nomeadamente na questão dos novos serviços de Urgência básica e dos serviços de Urgência polivalente que não têm conseguido, ao longo dos anos, assumir essa condição. Esta calendarização será, do meu ponto de vista, mais um sinal inequívoco das intenções do Governo.

«TM»Esta é uma reforma para concretizar em quantos anos?

JMA — É difícil dizer. O calendário de aplicação destas medidas não é feito por nós. É uma reforma difícil e deve ser faseada e gradual, como, aliás, está escrito nos documentos. Querer ser eficiente e poupar recursos não é um erro, mas esta reforma não admite a acusação de economicismo, porque vai precisar, para o esforço de qualificação que envolve, de investimentos avultados. Queremos serviços de Urgência bem equipados, em termos de instalações, de soluções técnicas e de alocação de recursos humanos qualificados.

3 Comments:

Blogger e-pá! said...

A entrevista ao Dr. JM Almeida, que muito respeito e cujo trabalho no seio da CTAPRU foi notável, lembra-me uma daquelas expressões paradigmáticas dos brasileiros
Eles chamariam à entrevista : "tirar leite de pedra..."

A rede de referenciação é, ainda, assinada pelo Ministro Correia de Campos que, em 28.01.2007, estava em funções, ou melhor, tinha iniciado manobras de "esbarrros" e "spins" bna arena de S. João da Madeira, ou se quiser, a amestrar o cavalo a recuar, segundo a gíria equestre.

É natural que a próxima campanha eleitoral traga, ainda, ajustes.
A política é issso: A Arte do possível.
As questões relativas a Viseu e mais particularmente a S. Pedro do Sul, estão ainda frescas.

Agora, o tempo de concretização da reforma não será com certeza o tempo dos "apertos" e do "comandos" orçamentais. Isto é que me parece fazer toda a diferença.
Primeiro, porque a situação é mais "folgada" (CC nunca entendeu issso!) e depois porque depende dos avanços e recuos de outras situações concorrenciais. (CC também nunca compreendeu que não pode ser tudo ao monte e fé em Deus!)
Precisamos de saber como estamos na questão dos CPS, na urgência Pré-hospitalar e nos equipamento e recursos humanos dos SUB, SUMC e SUP.
Como a CTAPRU, e muito bem, refere este não é um trabalho de arranjo e arrumação da loja dos fundos, juntando trapos que anadariam por aí dispersos...tresmalhados.

Na verdade serviços de Urgência bem equipados, em termos de instalações, de soluções técnicas e de alocação de recursos humanos qualificados, são investimentos avultados, que não se enxergam no orçamento da Saúde (...eu, que não sendo técnico, não os diviso).

Vai ser difícil construir Urgências em PPP's ( é melhor esconjurar a ideia), pelo que a reforma que a Drª Ana Jorge têm por missão levar a cabo, faz-me lembrar - ressalvadas as diferenças pessoais, de personalidade, culturais e de sexo - o período francês de Mitterrand:

"Vous voulez le changement, vous ne le regretterez pas car le changement paisible, harmonieux, la force tranquille, elle est là, devant vous !".

LA FORCE TRANQUILLE!
C'ést ça!...

10:18 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Há comentadores que durante anos e anos protestaram contra a "captura" sindical do Ministério da Educação, denunciaram a autogestão escolar, condenaram as progressões automátas sem avaliação de mérito. Agora que, finalmente, estão em curso reformas para corrigir esses factores do desastre do ensino, afadigam-se em arranjar razões para apoiar a revolta dos professores contra elas, protesto que, a triunfar, deixaria tudo na mesma durante mais uma geração. Vá-se lá entendê-los...
vitalmoreira, causa nossa

2:16 da tarde  
Blogger Clara said...

Car é-pá,

É certo o que diz.
O tempo das reformas já passou.

Outra coisa é tomarmos posição sobre o que achamos correcto para o desenvolvimento do SNS.
E esta é uma reforma necessária.
Temos de continuar a pugnar pelo SNS, sem temer a avalanche de PPPs, que ameça submergir o SNS.
Para deitar abaixo já temos o Sócrates, o PR e o PS, responsável por esta miserável governação.

5:02 da tarde  

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