Curso de Verão
A Universidade de Aveiro promove o Curso de Verão "Como gerir unidades de saúde num processo de reforma", entre 30 de Junho e 4 de Julho de 2008. link
Um bom programa para as próximas férias.
Temas de Saúde. Crítica das Políticas de Saúde dos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI Governos Constitucionais
3 Comments:
Foi aberto há minutos, o processo de candidaturas a unidades de saúde familiar (USF) modelo B, para as USF de modelo A que se encontram actualmente em actividade.
Assim, acaba de ser colocada na página da Internet da Missão para os Cuidados de Saúde Primários (MCSP) – linktoda a informação indispensável para efectivar a candidatura, bem como o necessário formulário electrónico. As candidaturas apenas serão admitidas na sequência da recepção do formulário electrónico e dos documentos.
nota: a colocação de conteúdos no site da MCSP denota um progressivo desleixo que é preciso corrigir.
No seu conjunto, as 34 instituições hospitalares do SNS que contam com gestão empresarial registaram uma melhoria de resultados na ordem dos 114 milhões de euros. Por sua vez, os hospitais que mantiveram o estatuto público administrativo obtiveram um resultado líquido positivo de seis milhões de euros.
Esta é mais uma razão para acreditar que o sector público da saúde pode ser bem gerido, podendo e devendo, como se comprova, obter resultados positivos.
Se é verdade que a relação com o sector privado é salutar e benéfica a vários níveis, não é menos verdade que sobrepô-lo ao serviço público pode levar a uma demissão do Estado das suas responsabilidades.
O sector privado é, sem dúvida, um parceiro, um estímulo, um motor essencial a uma relação de competitividade saudável com vista à melhoria no acesso e qualidade dos bens de saúde oferecidos à nossa população. Mas cabe ao Estado um importante papel, que, certamente, todos aqui reconhecerão: o de garante da equidade no acesso aos cuidados de saúde e da importante definição e evolução das boas práticas clínicas. E assumo aqui hoje este papel sem qualquer superioridade ou paternalismo estatal. Todos nós, que trabalhamos em saúde, necessitamos destas balizas.
Ministra da Saúde, Ana Jorge, VII Fórum Saúde, promovido pelo Diário Económico.
Consideramos importante e esclarecedora esta intervenção da ministra da saúde, Ana Jorge sobre as relações do sector público e o sector privado. Na linha das últimas que tem vindo a fazer.
Importa, no entanto, esclarecer melhor este passo da comunicação da senhora ministra que nos parece menos feliz.
«um parceiro (sector privado), um estímulo, um motor essencial a uma relação de competitividade saudável com vista à melhoria no acesso e qualidade »
Não percebemos bem o que a ministra quis dizer com esta história do motor essencial a uma relação de competitividade?
Então o sector privado não é complementar do sector público?
Não cabe ao sector público ser o motor do desenvolvimento da inovação tecnoloogica e da promoção da qualidade do nosso sistema de saúde?
Neste ponto fundamental da nossa política de saúde não pode haver lugar a confusão ou segundas interpretações.
Estou certo que a melhoria dos indicadores económicos do conjunto dos hospitais EPE e SPA poderia ter superado largamente os resultados conhecidos se, a par das novas regras de gestão, tivesse havido uma outra organização interna dos serviços de acção médica, através da criação de centros de custos; e uma nova política salarial valorizando o desempenho de grupo e individual, à semelhança da que está a ser implementada na carreira de Medicina Familiar. É bom lembrar, que estes resultados foram alcançados durante um período de ataque cerrado ao funcionário público em geral, de congelamento de escalões, com carreiras profissionais ameaçadas e de futuro incerto e crescente assédio do sector privado aos profissionais dos hospitais públicos.
O que pensa Ana Jorge sobre isto? Estará disposta a investir numa nova organização do Hospital Público? Não o sabemos. O teor do discurso no VII Fórum da Saúde é porém preocupante quanto ao papel que reserva aos diversos sectores da Saúde.
A Ministra diz que:
“O sector privado é, sem dúvida, um parceiro, um estímulo, um motor essencial a uma relação de competitividade saudável com vista à melhoria no acesso e qualidade dos bens de saúde oferecidos à nossa população. Mas cabe ao Estado um importante papel, que, certamente, todos aqui reconhecerão: o de garante da equidade no acesso aos cuidados de saúde e da importante definição e evolução das boas práticas clínicas”
Então o papel de motor é atribuído ao parceiro e, o Estado, a quem compete garantir da equidade no acesso e zelar pelas boas práticas clínicas, vai a reboque da competitividade do privado? A Drª Ana Jorge falou de improviso e saiu-lhe assim ou, tal como o seu antecessor, aposta na ambiguidade, evitando afirmar com clareza qual o papel que o Governo entende dever ser o do Estado e o dos Privados na prestação de cuidados de saúde?
Ana Jorge tem tido um discurso errático, dando uma no cravo outra na ferradura, e em política a ambiguidade é o pior dos males.
PS – No mesmo dia em que no âmbito do processo Apito Dourado o Tribunal de Gondomar fez a acareação de Pinto da Costa e Carolina Salgado, o Presidente do FCP foi à Assembleia da República, a convite de um conjunto de deputados, participar num jantar comemorativo da vitória no campeonato. Se isto não é instrumentalização e pressão ilegítima de uma parte de um órgão de soberania sobre um outro, então em política aquilo que parece já não é.
Vivemos tempos difíceis como de forma clarividente diz “falarverdade”.
Enviar um comentário
<< Home