Formação de Internos
Hospital Cuf Descobertas
A Ordem dos Médicos (OM) concedeu idoneidade formativa para Pediatria geral ao Hospital Cuf Descobertas. Para arrancar com a formação de internos este Hospital aguarda que o MS proceda à publicação da regulamentação específica necessária.
Tempo Medicina (TM)— A OM concedeu idoneidade formativa parcial pela primeira vez a uma unidade de saúde privada. Qual o seu comentário?
Pedro Nunes (PN) — Não tenho a certeza de que se possa dizer que é o primeiro serviço de um hospital privado a ter idoneidade. Pergunto se o Hospital Amadora-Sintra não era já um hospital privado. A idoneidade dos serviços não tem a ver com o facto de o hospital ser público ou privado, tem a ver com a qualidade e organização dos serviços. Até agora, só os hospitais públicos é que tinham garantidas essas condições [necessárias]. O que aconteceu é que hospitais privados apostaram, e bem, na formação. É uma forma de desenvolverem os seus serviços e a sua qualidade e de terem internos que são sangue novo, movimentam os serviços e obrigam as pessoas a melhorar. Os privados começam a perceber que o internato não é um peso, mas uma vantagem para o hospital.
TM — Isto pode ser uma lição para os hospitais públicos?
PN — Não tem de ser encarado assim. Mas alguns administradores começaram a imaginar que o internato era, de alguma forma, um peso para o hospital e começaram a querer tirar daí consequências nas negociações com o MS. É evidente que um hospital que perde a qualidade do internato vai perder qualidade. Alguns hospitais começaram a não perceber que o internato é uma fase de formação e começaram a utilizar os internos como mão-de-obra. E esses perderam rapidamente a sua idoneidade formativa. A Ordem, já que tem essas funções atribuídas, vai usá-las e executá-las com todo o rigor.
TM — Jorge Mineiro apontou a existência de carreiras médicas transversais como um factor essencial para que a formação nos privados se desenvolva. Este é um assunto também dependente da OM...
PN — É público que a OM, perante a ausência por parte do Estado da garantia de existência de carreiras como existiam até há pouco, irá implementar um sistema de carreiras. E irá fazê-lo até ao fim do ano. Estamos a trabalhar nisso.
Tempo de Medicina 16.06.08
Tempo Medicina (TM)— A OM concedeu idoneidade formativa parcial pela primeira vez a uma unidade de saúde privada. Qual o seu comentário?
Pedro Nunes (PN) — Não tenho a certeza de que se possa dizer que é o primeiro serviço de um hospital privado a ter idoneidade. Pergunto se o Hospital Amadora-Sintra não era já um hospital privado. A idoneidade dos serviços não tem a ver com o facto de o hospital ser público ou privado, tem a ver com a qualidade e organização dos serviços. Até agora, só os hospitais públicos é que tinham garantidas essas condições [necessárias]. O que aconteceu é que hospitais privados apostaram, e bem, na formação. É uma forma de desenvolverem os seus serviços e a sua qualidade e de terem internos que são sangue novo, movimentam os serviços e obrigam as pessoas a melhorar. Os privados começam a perceber que o internato não é um peso, mas uma vantagem para o hospital.
TM — Isto pode ser uma lição para os hospitais públicos?
PN — Não tem de ser encarado assim. Mas alguns administradores começaram a imaginar que o internato era, de alguma forma, um peso para o hospital e começaram a querer tirar daí consequências nas negociações com o MS. É evidente que um hospital que perde a qualidade do internato vai perder qualidade. Alguns hospitais começaram a não perceber que o internato é uma fase de formação e começaram a utilizar os internos como mão-de-obra. E esses perderam rapidamente a sua idoneidade formativa. A Ordem, já que tem essas funções atribuídas, vai usá-las e executá-las com todo o rigor.
TM — Jorge Mineiro apontou a existência de carreiras médicas transversais como um factor essencial para que a formação nos privados se desenvolva. Este é um assunto também dependente da OM...
PN — É público que a OM, perante a ausência por parte do Estado da garantia de existência de carreiras como existiam até há pouco, irá implementar um sistema de carreiras. E irá fazê-lo até ao fim do ano. Estamos a trabalhar nisso.
Tempo de Medicina 16.06.08
Etiquetas: Entrevistas
2 Comments:
Seguro de saúde beneficia 1,87 milhões de portugueses
Um estudo da Marktest contabiliza 1 874 mil possuidores ou beneficiários de seguro de saúde em Portugal, um valor que corresponde a 22.6% do universo composto pelos residentes no Continente com 15 e mais anos.
De acordo com o relatório Basef Seguros, centrado no quadrimestre móvel terminado em Abril, a análise da penetração de seguro de saúde por targets, indica «diferenciações importantes, sendo ao nível da classe social e da ocupação que elas são mais significativas.
Na idade também se registam comportamentos diferenciados, «sendo ao nível da região e do sexo que menores diferenças são encontradas», explica a Marktest.
Os quadros médios e superiores distanciam-se do valor médio, sendo junto destes que se observa a maior penetração do produto, «pois 43.1% destes indivíduos possui ou beneficia de seguro de saúde».
De acordo com a mesma fonte, os indivíduos das classes alta e média alta também registam valores superiores à média, com 42.3%, refere a mesma fonte.
DD, 13-06-2008
Falta saber como esta contabilidade é feita e o que é que cobrem.
Valeria a pena fazer alguns perguntas à Marktest (que as poderia convalidar junto do Instituto de Seguros de Portugal):
- Quantos destes seguros estão “incluídos” na anuidade dos cartões de crédito (só podendo ser utilizados em viagem, com o bilhete comprado pelo respectivo cartão e com franquias de tal dimensão que os tornam quase nunca utilizáveis. É o típico produto “fillet mignon” para os bancos e seguradoras). Mas contam para os 1,8 M.
- Quantos destes seguros são “impingidos” aquando da contratação de um empréstimo bancário para compra de habitação. Mas contam para os 1,8 M.
- Quantos destes seguros significam apenas “subsídio diário à hospitalização” de 50 ou 60 Euros sem quaisquer outro tipo de garantias. Mas contam para os 1,8 M.
- Quantos destes seguros apenas cobrem despesas de hospitalização com franquia, plafond de capital e intermináveis listas de exclusões e longos períodos de carência. Mas contam para os 1,8 M.
- Qual a taxa real de novas pessoas e empresas seguras face ao número de pessoas e empresas que anulam esses mesmos seguros. Mas contam para os 1,8 M.
Poderíamos listar muitas mais situações. Mas a propaganda abafaria a verdade. Ao sector privado interessa persistir na passagem desta mensagem (não se esqueçam de que uma mentira repetida muitas vezes passa a verdade). Deste modo condiciona apenas a opinião pública mas também consegue iludir a maior parte da classe política e dos jornalistas “light” que fazem doutrina baseados em sound-bytes.
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