Saúde: público & privado
As críticas ao sector privado não devem ser julgadas pela medida dos interesses pessoais. Basta rever alguns dos posts publicados, neste blog, nas últimas semanas, para compreender o que vai pelo mundo. Aliás CC, na sua última entrevista, deixa dessa circunstância um bom sinal quando diz ter perdido o sono com a “abaixamento súbito do preço da oferta da JMS para Braga".
Parece haver alguma ingenuidade quando se divide a competência por sectores. Não iria tão longe na assertividade quando se diz que é mais difícil aos incompetentes aceder aos postos de trabalho no sector privado. Se existem, por vezes dúvidas, nos critérios de escolha de dirigentes no sector público todos sabemos que o sector privado não resiste às chamadas redes sociais de conhecimento e influência onde se incluem os apelidos, o golfe, as ligações políticas e as cumplicidades no seio das ditas sociedades ocultas. Com efeito, particularmente, no sector da saúde é muito difícil descortinar o rigor dos critérios. Mas enfim, dir-se-á que nesse caso estamos no domínio do interesse privado e na esfera absoluta de competências dos respectivos accionistas.
No que se refere à substância da matéria vale a pensa reagrupar as ideias e debater, profundamente, qual o papel do SNS e da chamada “complementaridade” dos privados. Todos concordamos que a rede pública beneficiará de estímulos à competitividade e à eficiência. Contudo, estes não terão de ser, necessariamente, externos e muito menos oriundos de um sector cuja vocação primordial é o lucro.
O SNS visa a prestação integrada de cuidados respondendo às necessidades dos cidadãos, nos diferentes momentos do ciclo da vida, dos indivíduos e das famílias. Este modelo não é compatível com a competição com um sector de prestação privada cujas características de retalho e de dispersão o excluem de qualquer tipo de preocupação de equidade e equilíbrio social.
É por isso que falar de comparação de preços é imprevidente na justa medida que ao Estado cumpre garantir plenitude, acesso, universalidade e qualidade. Neste âmbito inclui-se, necessariamente, a preservação e o desenvolvimento das carreiras profissionais, da formação e da investigação. É quase o mesmo que comparar os preços da ADSE no público e no privado (comparamos o quê e como). Todos sabemos que um preço igual ou inferior ao custo gera aumentos de frequência com acréscimos inevitáveis da despesa. Era o que, inevitavelmente, aconteceria se o Estado enveredasse por um sistema generalizado de convenções baseado no cheque-saúde.
O SNS visa a prestação integrada de cuidados respondendo às necessidades dos cidadãos, nos diferentes momentos do ciclo da vida, dos indivíduos e das famílias. Este modelo não é compatível com a competição com um sector de prestação privada cujas características de retalho e de dispersão o excluem de qualquer tipo de preocupação de equidade e equilíbrio social.
É por isso que falar de comparação de preços é imprevidente na justa medida que ao Estado cumpre garantir plenitude, acesso, universalidade e qualidade. Neste âmbito inclui-se, necessariamente, a preservação e o desenvolvimento das carreiras profissionais, da formação e da investigação. É quase o mesmo que comparar os preços da ADSE no público e no privado (comparamos o quê e como). Todos sabemos que um preço igual ou inferior ao custo gera aumentos de frequência com acréscimos inevitáveis da despesa. Era o que, inevitavelmente, aconteceria se o Estado enveredasse por um sistema generalizado de convenções baseado no cheque-saúde.
pensador
Etiquetas: Parcerias da Saúde
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