Despesa com medicamentos
SNS, despesa farmácias 2008
Gastos per capita
MB diz que os gastos com medicamentos estão a derrapar link
Ora vejamos.
O orçamento do SNS de 2008 prevê uma dotação de 7,9 mil milhões de euros (repartidos em 72,7% bens e serviços e 20,4% pessoal).
O crescimento da despesa com medicamentos e MCDTS estabelecido para 2008 é de 2,9%, correspondente ao valor da actualização da dotação do corrente ano.
Ora vejamos.
O orçamento do SNS de 2008 prevê uma dotação de 7,9 mil milhões de euros (repartidos em 72,7% bens e serviços e 20,4% pessoal).
O crescimento da despesa com medicamentos e MCDTS estabelecido para 2008 é de 2,9%, correspondente ao valor da actualização da dotação do corrente ano.
A despesa com medicamentos fornecidos por farmácias oficina no primeiro semestre de 2008, regista um crescimento de 4,2% relativamente ao período homólogo do ano anterior (quadro acima). Ou seja, 1,3 pontos acima do limite estabelecido.
Conforme frisou na altura CC: "O OE 2008 não prevê nenhuma medida específica de contenção para além da fixação de limites de crescimento. Desvios para além do previsto desencadearão medidas correctoras, como não pode deixar de ser”.
Conforme frisou na altura CC: "O OE 2008 não prevê nenhuma medida específica de contenção para além da fixação de limites de crescimento. Desvios para além do previsto desencadearão medidas correctoras, como não pode deixar de ser”.
Gastos per capita
O DE avança com algumas das medidas susceptíveis de suster a derrapagem: a) apostar na pressão sobre os médicos; b) Introduzir medidas temporárias; c) Diferenciar os doentes; d) Estudar a prescrição por zonas. Uma medida de grande potencial dadas grandes assimetrias que se verificam no nosso país .
Quanto aos hospitais de acordo com a monitorização do Infarmed a 6o HHs do SNS representando cerca de 66% da despesa total com medicamento, reportada a Maio do corrente ano, o crescimento da despesa é de 4,6%.
Globalmente o panorama não é pois nada animador.
Etiquetas: Medicamento
6 Comments:
O mau da fita
O Hospital de S. João, E.P.E., o Hospital da Universidade de Coimbra, o Hospital Curry Cabral, o
Hospital Garcia de Orta, E.P.E., o Centro Hospitalar Coimbra, E.P.E., o Instituto Português de
Oncologia, E.P.E. – Porto, o Hospital de São Marcos – Braga e o Hospital Distrital de Faro
representam aproximadamente 51,3% da despesa com medicamentos.
De salientar o Hospital de S. Marcos – Braga, que apresentou uma variação homóloga de 83,2% e
contribuiu com 39,7% para o crescimento total nos hospitais em análise.
Há que referir que se prepara, já em Setembro uma baixa de 30%(!) no preço dos genéricos, o que levará a uma redução do mesmo valor no preço de referência, logo a uma muito significativa redução do encargo do SNS nas comparticipações de medicamentos incluídos em Grupos Homogéneos.
Apesar do crescimento da despesa ser maior nos HH, onde o Governo vai mexer, por ser mais fácil, é no ambulatório.
Assim é fácil fazer política! Tudo o que depende do Estado não se muda, tudo o que depende de privados, é para atacar.
Lendo a notícia, ressaltam duas medidas para controlar a despesa em medicamentos:
- Prosseguir com a gestão empresarial dos hospitais do SNS.
- Aumentar a taxa de prescrição de genéricos no ambulatório. Nesse sentido porque não permitir que seja o doente no acto da compra a decidir se quer ou não um medicamento genérico? Para tal bastaria a sua assinatura na receita.
Havendo um medicamento mais barato e com qualidade certificada pelo INFARMED, que razões se invocam para que seja o clínico a decidir por algo que vai ser pago pelo doente e pelos nossos impostos? Que arte sábia tem o médico para avaliar da qualidade do fármaco.
Uma outra medida é persistir na credibilização dos genéricos junto da opinião pública. É que há muitos doentes que continuam a desconfiar da sua qualidade. Olham para o genérico um pouco como para as T shirt Lacoste na feira de Espinho. Só que neste caso o crocodilo não é para engolir.
E com esta me despeço por uns dias, até breve e bons debates.
O limite de crescimento previsto para a despesa hospitalar com medicamento para este ano é de 3,9.
Estamos portanto 0,7% acima.
O crescimento da despesa hospitalar acima dos limites, eventualmente, indicia que o controlo da nova tecnologia não está a ser tão eficaz como seria desejável.
Clara disse...
"O crescimento da despesa hospitalar acima dos limites, eventualmente, indicia que o controlo da nova tecnologia não está a ser tão eficaz como seria desejável."
A rede informatica da saude é uma nódoa! Nem a ACSS consegue ter a tempo os dados necessários que promovam a correcção de desvios!
Além disso há algo que deve ser tomado em atenção, os gastos, por exemplo nos CSP, com materiais para tratamento de feridas, que são prescritos e aplicados pelos enfermeiros, os quais o MS e ACSS são incapazes de controlar, pois o MS continua a não encarar esta(s) situações de acordo com a gravidade das mesmas, é que a somar a este material há um enorme volume de farmacos prescritos!
Mais incompreensivel torna-se o facto da campanha pró genericos, não chegar aos serviços do estado! O estado continua a adquirir medicamentos de referencia em vez de genericos! O problema por vezes não está ao nivel dos profissionais no terreno, no MS, mas sim nas estruturas intermedias que se tornam obsoletas, preconceituosas e por vezes incompetentes na gestão de gastos, isto para não falar nos devidos interesses associados! O melhor exemplo é a reforma dos CSP, uma pequena parte das unidades é obrigada a gerir os seus gastos (USF), sendo que as restantes unidades por vezes nem o perfil de prescrição de medicamentos, MCDT e restante material clinico têm, seja individual ou da unidade toda!
Novos farmacos mais eficazes nas patologias cronicas (como a diabetes) têm sido lançados para o mercado, mas nem por isso mais eficientes, sendo que continuam a ser asseguradas a 100% pelo estado, por vezes com uma duvidosa relação custo/benificio.
Tudo isto tem que ser ponderado, mas parece não importar, importa apenas os numeros grandes e os relatorios.
Com pequenos investimentos, em formação, aquisição de material adequado às necessidades (no caso do material de tratamento de feridas) e genéricos, bem como uma sólida rede informática conseguia reduções de gastos brutais.
Não basta dizer gasta-se muito, é preciso identificar de forma séria os gastos e propor soluções simples e igualmente sérias!
Dos medicamentos fornecidos em farmácias oficina a despesa total (SNS + privados de Jan a Junho 2008cresceu (apenas) 2,8% em relação ao período homólogo de 2007.
Os genéricos atingiram neste mesmo período uma quota de mercado de 19,37%
O crescimento da despesa do SNS é que foi superior, ou seja, de 4,2% no mesmo período.
E isto só poderá ser devido ao sobreaquecimento das canetas dos prescritores.
São realmente dificeis de explicar algumas das diferenças de valores per capita registados por região do nosso país.
As medidas do Governo em anos anteriores, essencialmente de cariz administrativo, tem um efeito muito circunscrito no tempo.
Este ano, vamos ter mais do mesmo com a redução dos preços dos genéricos...
Quanto à despesa hospitalar, o crescimento acima dos limites estabelecidos (3,9) deve-se com certeza à utilização de nova tecnologia. E de medicamentos de marca.
Enviar um comentário
<< Home