sexta-feira, agosto 15

Encruzilhada neoliberal


Que as declarações do Dr. Paulo Mendo não se encaixam no projecto político do actual PSD, ninguém tem dúvidas.
As interrogações surgem quando, as mesmas, são confrontadas com o pensamento social - especificamente sobre a Saúde - do PS, liderado por José Socrates.

Paulo Mendo está à esquerda do PSD, José Sócrates é - desde há anos - um destacado lider da ala direita do PS.

No meio desta embrulhada de indefinições políticas aparece Ana Jorge, sem ligações com a direita do PS, discreta apoiante de movimentos cívicos apoiados ou controlados pela esquerda do PS e outros partidos da mesma área.
Ana Jorge está prisioneira destas indefinições e agrilhoada ao fim de ciclo político governamental. Não exibe qualquer peso político no aparelho partidário, nem tem trabalhado para isso - sejamos justos.
O novo OGE vai mostrar em que ponto as coisas estão.
Entretanto a ala neoliberal encabeçada por Socrates/Teixeira dos Santos, por enquanto, não pode prescindir do seu concurso, nem dispensar a sua presença.
O SNS está aparentemente "calmo" porque é tutelado por Ana Jorge, sua acérrima defensora.
Todavia persistem os problemas politicos e eles resumem-se à permanente exaltação do neoliberalismo e às tentativas de derrube do espaço de políticas sociais.

Finalmente, embora subscrevendo, em parte, algumas das afirmações de Paulo Mendo, gostaria de sublinhar que elas tornam-se notórias e visíveis porque a política do "centrão", não acabou, não cede terreno ao assalto à "coisa pública". Isto é, as declarações de Paulo Mento mostram que a torrente política caminha noutra direcção neoliberal.

E, é , desta rota que temos fundamentados receios e colocamos as maiores reservas.

É-Pá

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