Polémica?
O Tempo de Medicina (TM), decidiu apresentar na edição n.º 1303 (01.09.08), a 1.ª depois das férias, uma avaliação da ministra da Saúde, solicitada aos responsáveis dos partidos com assento parlamentar (págs 4 e 5). link
As previsíveis respostas dos senhores deputados serviram que nem luva ao director do TM para reforçar, em editorial (pag 18), a sua tese de que a governação da saúde dá mostras de estar a resvalar de forma a comprometer muitos dos projectos em desenvolvimento.
Sobre este editorial tive o desplante de fazer um pequeno apontamento critico aqui no Saudesa link que, por sua vez, mereceu resposta do director do TM na edição de 15.09.08: Polémica ? Nem tanto. Com quem ? Saberemos? link
“Apesar dos tempos que correm e das peculiaridades imprevisíveis há alguns anos, nunca me passaria” pela cabeça que o referido “post” merecesse tal atenção.
Para perceber estas triangulações do TM é necessário enquadrá-las no contexto político de período pré-eleitoral que atravessamos e do aumento de pressão da classe médica sobre o MS a que temos vindo a assistir, com o objectivo claro de obter dividendos.
Efectivamente, muita coisa está em jogo por esta altura: carreiras e retribuição/reclassificação, SU e contratação de empresas, vinda de médicos do estrangeiro, mudanças possíveis na prescrição medicamentos, regime das convenções e preços, etc, etc.
Se em relação ao ministro Correia de Campos a palavra de ordem foi avançar e chegar-lhe forte e feio, com a actual ministra os métodos e estilo de actuação terão de ser naturalmente outros (até porque pertence à classe e está no cargo há muito pouco tempo). Embora o objectivo se mantenha: Forçar a governação a manter tudo na mesma e o mínimo de danos colaterais.
É evidente que nem tudo vai bem com a actual governação da saúde. Há um certo afrouxar de liderança... uma clara mudança de estilo, decisões mais administrativas e ad-hoc, navegação à vista, vigiada de perto pelo primeiro ministro José Sócrates, e recuos sempre que a OM diz que não (ex. exclusividade).
Mas há também realizações dignas de registo: regresso do Amadora Sintra à gestão pública, melhoria de eficiência do SNS em tempo de vacas magras (como refere o silly season), pacificação do sector (até ver), continuidade da política de saúde de CC (apesar de todas as contingências).
Do meu ponto de vista é, pois, de todo intolerável o cerco que se pretende fazer à ministra da saúde, pese embora o senhor bastonário ter pretendido dissimular a tensão existente na sua última entrevista, anunciada com uma semana de antecedência na contracapa do TM (08.09.09) : “Pedro Nunes elogia Ana Jorge”. O que, como era de prever, não passou de mera tentativa de dar “Música à ministra” link
Quanto à questão dos blogues, do Saúde SA, da deontologia jornalística, das leituras de referência, do anonimato, levar-nos-ia semanas, meses de discussão .
Antes de terminar não posso deixar de confirmar que sou um leitor atento do TM e que me apraz constatar que o director do TM também é leitor assíduo do saudesa. Espero que não seja à socapa, às escondidas. Quanto ao Xavier, director do SaudeSA (chamemos-lhe assim), asseguro-lhe que é só um... humilde trabalhador da Saúde, que, aqui no SaudeSA, tem a vantagem de não precisar de dizer o que lhe mandam.
(xavier51.netcabo.pt)
As previsíveis respostas dos senhores deputados serviram que nem luva ao director do TM para reforçar, em editorial (pag 18), a sua tese de que a governação da saúde dá mostras de estar a resvalar de forma a comprometer muitos dos projectos em desenvolvimento.
Sobre este editorial tive o desplante de fazer um pequeno apontamento critico aqui no Saudesa link que, por sua vez, mereceu resposta do director do TM na edição de 15.09.08: Polémica ? Nem tanto. Com quem ? Saberemos? link
“Apesar dos tempos que correm e das peculiaridades imprevisíveis há alguns anos, nunca me passaria” pela cabeça que o referido “post” merecesse tal atenção.
Para perceber estas triangulações do TM é necessário enquadrá-las no contexto político de período pré-eleitoral que atravessamos e do aumento de pressão da classe médica sobre o MS a que temos vindo a assistir, com o objectivo claro de obter dividendos.
Efectivamente, muita coisa está em jogo por esta altura: carreiras e retribuição/reclassificação, SU e contratação de empresas, vinda de médicos do estrangeiro, mudanças possíveis na prescrição medicamentos, regime das convenções e preços, etc, etc.
Se em relação ao ministro Correia de Campos a palavra de ordem foi avançar e chegar-lhe forte e feio, com a actual ministra os métodos e estilo de actuação terão de ser naturalmente outros (até porque pertence à classe e está no cargo há muito pouco tempo). Embora o objectivo se mantenha: Forçar a governação a manter tudo na mesma e o mínimo de danos colaterais.
É evidente que nem tudo vai bem com a actual governação da saúde. Há um certo afrouxar de liderança... uma clara mudança de estilo, decisões mais administrativas e ad-hoc, navegação à vista, vigiada de perto pelo primeiro ministro José Sócrates, e recuos sempre que a OM diz que não (ex. exclusividade).
Mas há também realizações dignas de registo: regresso do Amadora Sintra à gestão pública, melhoria de eficiência do SNS em tempo de vacas magras (como refere o silly season), pacificação do sector (até ver), continuidade da política de saúde de CC (apesar de todas as contingências).
Do meu ponto de vista é, pois, de todo intolerável o cerco que se pretende fazer à ministra da saúde, pese embora o senhor bastonário ter pretendido dissimular a tensão existente na sua última entrevista, anunciada com uma semana de antecedência na contracapa do TM (08.09.09) : “Pedro Nunes elogia Ana Jorge”. O que, como era de prever, não passou de mera tentativa de dar “Música à ministra” link
Quanto à questão dos blogues, do Saúde SA, da deontologia jornalística, das leituras de referência, do anonimato, levar-nos-ia semanas, meses de discussão .
Antes de terminar não posso deixar de confirmar que sou um leitor atento do TM e que me apraz constatar que o director do TM também é leitor assíduo do saudesa. Espero que não seja à socapa, às escondidas. Quanto ao Xavier, director do SaudeSA (chamemos-lhe assim), asseguro-lhe que é só um... humilde trabalhador da Saúde, que, aqui no SaudeSA, tem a vantagem de não precisar de dizer o que lhe mandam.
(xavier51.netcabo.pt)
Etiquetas: saudesa
11 Comments:
POLÉMICA OU DISCERNIMENTO?
Temos em mãos uma brilhante confusão entre diferentes meios de comunicação - um jornal (neste caso especializado) e um blog (também especializado na mesma área).
Esta separação é fundamental.
Porque, se não a fizermos,somos levados a levantar hipóteses macabras, lançar atoardas, fazer chicana política, lançar anátemas sobre pessoas...
A actividade de um blog baseia-se no dinamismo, pró-actividade, permanência de renovação, na capacidade de actualizar minuto a minuto, que muito dificilmente um jornal consegue.
Além disso, é uma tertúlia virtual, onde a expressão de opiniões é frequentemente coberta por anonimato ou nickname, o que lhe confere abertura e liberdade no campo da discussão. As responsabilidades das opiniões emitidas estão presentes. Se houver insultos, difamações, etc., como deve saber, as entidades policiais de investigação, conseguem identificar o autor. Portanto, o facto de assinar e divulgar o e-mail, não significa tanto...como julga.
O problema é que os blog’s, como o Saudesa, pela abrangência e disparidade de opiniões que colecta, pela rapidez de intervenção e resposta, pela qualidade dos seus conteúdos, são uma ameaça para a tradicional imprensa escrita.
A criação da prensa por Guttemberg, no séc. XVI, foi fundamental para a difusão do conhecimento e da ciência pelo mundo. Depois da informação.
Hoje os meios de comunicação são outros. Socorrem-se de outras tecnologias. Estamos na época da Telemática. Já não comunicamos através de colunas de fumo, bandeiras, sinais de luzes ou, mesmo, do código Morse.
Como jornalista deveria ter presente por exemplo o papel que tiveram os SMS na desmontagem da farsa urdida por Aznar no seguimento do acto terrorista de Atocha, impossível sem o avanço das telecomunicações.
Esta mudança de velocidade atingiu a imprensa e foi capturada pela cibernética, dando origem aos blogs (com qualidade e regularidade). O tráfego torna-se intenso, denso. Permite utilizar links, âncoras e hiperligações alargando a capacidade de cobertura dos factos, tornando mais vasta a pesquisa e o conhecimento – já que tem à disposição toda a Web;
E, finalmente, é possível controlar com precisão o número e a localização geográfica das visitas.
Caro Senhor Antunes:
As questões de sobrevivência levam-nos, por vezes, a tomar atitudes e discorrer com alguma ligeireza.
Como aquela em que pergunta:
Polémica? Nem tanto. Com quem? Saberemos?.
Não vou analisar o inquérito efectuado pretensamente para funcionar como uma avaliação da ministra. O inquérito, para mim, para além de penosamente previsível, destituído de significado, estreita o âmbito de actuação da Saúde e permite múltiplas interpretações. Escolheu como quis. Poderia ter a veleidade de dizer (recordar) que reproduz insinuações e ataques manifestados anteriormente em outros blog's, alguns deles, para seu contentamento, assinados
Não foi um boa informação.
Na verdade, como dizia Walter Benjamin, crítico literário, um homem da Teoria Crítica:
A informação só tem valor no momento em que é nova.
Nova nas abordagens, nova nos métodos, nova nos conteúdos...
É, neste pormenor que, por vezes, a imprensa escrita começa a claudicar e não resiste a atacar.
O saudesa tem desenvolvido desde sempre um trabalho notável de debate de temas da Saúde. Objectivo que desde início se propôs.
Coube ao Xavier o rasgo de levar a cabo esta feliz iniciativa promovendo e conseguindo trazer para o debate alguns dos mais brilhantes experts da saúde.
A critica malévola do director do TM denota essencialmente má compreensão e desactualização em relação ao fenómeno da informação dos nossos dias.
Um verdadeiro tiro no pé.
O director do TM cometeu o erro de bater à porta errada.
Caro Xavier de todos os que contribuem para animar intelectualmente o SaúdeSA contará, certamente, neste seu testemunho, com uma profunda solidariedade. A vantagem do SaúdeSA é que, para sobreviver, não depende de nada a não ser da disponibilidade e contributo daqueles que pensam e escrevem...
Quem acompanha mais de perto a actividade do SaudeSA sabe que este blog tem desenvolvido um trabalho sério, profícuo de análise dos mais diversos temas de Saúde.
Os seus conteúdos essencialmente de carácter técnico primam de uma forma geral pelo rigor das abordagens.
A crítica do Xavier ao referido editorial é pertinente, fundamentalmente porque a abordagem que o TM faz do tema "Avaliação da Ministra da Saúde" é exemplar de um jornalismo pouco rigoroso, bacoco (branco é galinha o põe), ultrapassado.
O director do TM "esqueceu-se" de abordar, por exemplo, as razões que impedem que as medidas lançadas no terreno avançem. Esqueceu-se, não quis ou não pôde, dado o tipo de jornal que dirige, analisar os dois lados da questão.
A questão do anonimato é um tema interessante de discussão.
Entende-se que haja preocupação sobre o anonimato em relação aos conteúdos difamatórios, aos ataques à má fila, o que não é o caso.
Aqui a preocupação extrema do director do TM sobre o anonimato, nomeadamente em relação ao Xavier, é outra.
A curiosidade mórbida está em saber que "trutas grandes" se escondem por detrás de tão estranhos nick names?
Esqueceu-se, não quis ou não conseguiu perceber que o saudesa é um caso especial que agrega um conjunto de técnicos que pensam e escrevem (rezingão) sobre a Saúde e gostam de confrontar aqui as suas ideias.
E que o anonimato também pode ter a função positiva de proteger estes livres pensadores que como os demais humanos do planeta precisam de trabalhar para sobreviver.
Estou com a Clara. O director do TM cometeu o erro de vir bater à porta errada.
Caro Hospitaisepe:
Na verdade, somos um País de gente anónima , que labuta penosamente pela vida...
As figuras públicas de referência , sejam na área política, empresarial, das artes, da ciência, da literatura, da cultura, etc., escasseiam.
Socialites , esses ou essas, abundam!
Para além da questão de fundo: O tratamento jornalistico da Avaliação à Ministra da Saúde, um tema certamente meticulosamente pensado pelo director do TM durante as férias para reabertura do jornal em 01 de Setembro,o que é digno de nota no editorial do dr. JMA é a forma sobrançeira como se refere às novas formas de comunicação, como se de um problema de saúde pública se tratasse.
Que JMA convive mal com as novas tecnologias, com os novos tempos da hiperinformação, já nós todos nos havíamos apercebido. Mas caramba o McCain não sabe utilizar um PC e nem por isso deixa de ser candidato a presidente dos EUA.
Se compararmos em termos de eficácia, qualidade de informação e de orçamento o Saudesa e o jornal "Tempo de Medicina", facilmente concluiremos onde está o futuro da informação.
Que esta discussão ajude os investidores do TM a decidirem-se pela melhoria da sua plataforma "on line", tornando-a mais dinâmica, mais atractiva, mais interactiva.
Mas afinal estamos a falar de quê?
Trabalho jornalístico? Isenção jornalistica?
Afinal, o que isso é?
Quando se trata de um órgão de informação corporativo.
Concordo com o ponto de vista do Xavier.
O SNS ameaça sucumbir às lutas intestinas das corporações, pouco preocupadas com a baixa produtividade e qualidade do serviço, apenas apostas em manter e melhorar quanto possível as suas posições.
Nesta conjuntura, Ana jorge é uma das últimas esperanças para se conseguir algo em defesa do serviço público.
Não teremos muitas mais chances para melhorar a performance do SNS se os projectos de reforma em curso não tiverem êxito: empresarialização dos hospitais, reforma dos CSP, redução da ineficiência do sistema, controlo das contas da Saúde, conseguir mitigar o financiamento maciço do Estado com outras fontes alternativas de financiamento.
Deitar abaixo a actual ministra da saúde é na actual conjuntura uma estratégia suicida que acabará por liquidar certamente o nosso actual modelo de funcionamento do sistema.
Polémica? Nem tanto. Com quem?
Denota que o director do TM acusou o toque.
Não é para menos.
Depois de ter levado todo o mês de Agosto a preparar a reentré, eis que surge alguém a interferir com a obra acabada. A falta de melhores argumentos refugia-se no espantalho do anonimato.
Acho muito mal a negociação das carreiras médicas ser efectuada neste período pré-eleitoral.
Faço votos para que a abertura dos telejornais, depois da vaga de assaltos,abertura do ano lectivo, não transite nos tempos mais próximos para a Saúde.
Inconsistências…
A SIC Notícias teve hoje, no seu habitual frente-a-frente, Fernando Rosas e Pedro Passos Coelho. Neste confronto foi possível consolidar a ideia da crise que percorre o PSD. A inconsistência programática é-nos gritada por circulantes banalidades de um discurso cuja coreografia procura compor a enorme vacuidade ideológica. Afinal qual o desígnio deste PSD? Será que Pedro Passos Coelho ainda proclama a privatização da CGD? Estará PPC consciente do quadro macroeconómico e financeiro que vivemos? Que pensará PPC do desmoronamento do sistema financeiro e da falência grave do mercado perante os quais estamos colocados? Não acreditamos que PPC desconheça a dimensão e a relevância de factos, tão importantes, como a nacionalização da Fannie Mae e da Freddie Mac ou a falência do Lehman Brothers ou ainda da ameaça que paira sobre o gigante segurador norte-americano - a AIG. Estamos a falar de instituições que multiplicam, por várias vezes, o PIB do nosso país. Será que PPC ainda defende a privatização da Segurança Social? E MFL, nos interlúdios do seu silêncio, ainda pensará que o Estado se deve retirar do sistema de saúde “as far as possible”? Afinal que pensamento estratégico produz o principal partido da oposição? Num tempo em que vemos, por todo o mundo (e também em Portugal) o sector privado da saúde ser tomado de assalto por fundos de capital de risco e se fazem propostas de parcerias com o Estado suportadas em derivadas incertas onde fica a consistência? A refundação ideológica do PSD faz falta ao sistema político para que este esteja ancorado em partidos sólidos, doutrinariamente fundamentados, claros nos valores e coerentes no discurso. Será que tal refundação ainda é possível?
Espectacular não foi Madonna. Espectacular foi P.N., entrevistado pelo Director do TM e com direito a transcrição aqui no Saudesa. Há muito tempo que não lia nada tão elucidativo!
Que me desculpe o Hospitaisepe, mas não tem razão quando afirma “O director do TM "esqueceu-se" de abordar, por exemplo, as razões que impedem que as medidas lançadas no terreno avancem”. Não tinha que o fazer, o seu entrevistado já o tinha dito sem deixar qualquer margem para dúvidas:
«TM» —“ Não apoia a ideia de impor a exclusividade aos médicos no SNS, nem mesmo com o argumento de atenuar a falta de profissionais”, naturalmente, pensava eu, como medida voltada para o aumento da produtividade dos que existem e para a eliminação da promiscuidade actual por todos reconhecida?
PN — “A exclusividade começa no dia em que os médicos tiverem uma remuneração condigna.”
A questão é a reforma dos CSP e do sucesso da sua implementação com a eventualidade de “obrigar os jovens médicos a permanecer um período de tempo no SNS?”
PN – “Concordo integralmente com as unidades de saúde familiar, é um bom modelo. Só que foi um bom modelo mal implementado e, ainda por cima, criou médicos e doentes de primeira e de segunda. Foram traídas muitas das aspirações dos médicos de família, porque não se viram vantagens em termos remuneratórios”.
Está em causa a escassez de médicos no SNS que, no meu entender, não é tanta como parece fazer-se crer?
PN — “Isso é um problema que se resolve abrindo vagas nas faculdades de Medicina e pagando mais aos médicos para eles não saírem.”
Façamos justiça a PN que afirma que “as pessoas não são tratadas só com contrapartidas económicas.” O SNS, “se não tem dinheiro, tem de os atrair de outras formas, tem de os tratar bem”. Mas, considerar insulto a exigência do controlo biométrico da assiduidade é, sem dúvida, uma afirmação excessiva para mim, como para outros, médicos incluídos. Se os insultos não são outros, então será legítimo que nos perguntemos o que pretende PN quando conclui que “esta (tratar os médicos com carinho) é que é a chave do problema dos próximos 10 anos....” Não será mesmo mais 10 anos sem que nada mude, deixando margem para que o problema da “remuneração condigna” continue a ter resposta fora do SNS, onde, em Portugal, os preços sobreaquecidos são dos mais elevados da EU?
Aidenos
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