quinta-feira, outubro 2

30 anos de SNS


«Para espanto dos portugueses, a reportagem denunciou a existência de médicos a trabalharem mais de 70 horas por semana (!). Que sistema de saúde permite que um médico trabalhe desta forma? Que tipo de gestão hospitalar promove este tipo de mercantilismo?» link

PKM não perde oportunidade para atacar o serviço público. Esquecendo-se de referir, por exemplo, a experiência de gestão privada do hospital Amadora Sintra, que nada mais fez do que reproduzir o modelo de exploração dos hospitais públicos, com médicos de aluguer e longas jornadas de trabalho.
Estou à espera que PKM nos diga quais foram as inovações clínicas e de gestão que o Amadora Sintra trouxe e que vieram beneficiar o SNS (veja-se a diferença em relação ao La Ribera, por exemplo).

12 Comments:

Blogger tonitosa said...

O texto de PKM é bem mais rico e está bem para além deste simples extracto tirado à medida!
E meter o Amadora Sintra nisto pode ser uma forma, hábil, de desviar a atenção de coisas essenciais.
Na verdade nos nossos hospitais bem sabemos, os que cá trabalham e não só, que se reclama, diariamente, contra a falta de trabalhadores obrigando a que os que estão tenham que trabalhar mais do que aconselham as regras de segurança. Mas depois é ver os reclamentes a sair do hospital e ir fazer mais um "turno" numa qualquer clínica ou hospital particular.
E é aqui que encaixa, a meu ver, o texto de PKM a propósito das 70 horas de trabalho de um médico (prática que sabemos, felizmente, não é normal nem generalizada). Mas há enfermeiros e técnicos, e até auxiliares de acção médica, que acumulam postos de trabalho para além do desejável.
Será isto correcto? Não deverão, afinal, as Ordens e os Sindicatos contrariar esta prática?
Não correm os doentes riscos associados a erros motivados por cansaço? E que rendimento dá ao Hospital ou Centro de Saúde um técnico que acaba de fazer um turno no sector privado (nocturno muitas vezes) e inicia um dia de trabalho no hospital ou centro de saúde a que está vinculado?
Deve o Estado permitir ou sequer tolerar esta prática?

1:34 da manhã  
Blogger tambemquero said...

O presidente da Microsoft, Steve Ballmer, anuncia hoje um conjunto de aplicações exclusivamente desenvolvidas para o Magalhães. O O minicomputador produzido em Portugal vai ser o único no mundo com a nova Learning Suite, numa estratégia de exportação assinada também pelo Governo português. Este é o mais recente resultado da pareceria estabelecida entre Portugal e a Microsoft em 2006, que já levou o gigante informático a investir 346 milhões de dólares, cerca de 245 milhões de euros.
link
DN 03.09.08

Basta ver o que tem sido escrito na nossa imprensa sobre este projecto (José Manuel Fernandes é o caso patológico mais em evidência) para percebermos quem são os principais inimigos do nosso desenvolvimento: A tacanhez nacional.

10:39 da manhã  
Blogger Bicho said...

Concordo com o que escreve Tonitosa.
Aíás, interessa referir que os profissionais em causa têm meios legais para se recusarem a trabalhar tempo excessivo de que, naturalmente, resultam riscos para os doentes e, já agora, para os próprios profissionais.
A realização de tantas horas de trabalho consecutivas, como o exemplo invocado, é um absurdo. Se acontece deve ser denunciado publicamente, com identificação das instituições e dos profissionais.
Só assim é possível responsabilizar as duas partes.
Deixemo-nos de cumplicidades e/ou hipocrisias

11:52 da manhã  
Blogger Joaopedro said...

Caro Tonitosa,

Esta nem parece sua.
Sabe-me dizer quantos casos há de médicos a fazer 70 horas semanais e a sua distribuição por hospital?.

O que é lamentável é que haja professores, que se dizem investigadores, que se sirvam deste dados jornalisticos, sem mais, para participarem na orgia da propaganda.

É evidente que todos nós rejeitamos estas situações.
Cuja solução passa pela revisão das carreiras.

E o caro Tonitosa também é contra a dedicação exclusiva do pessoal médico, imagino.

11:55 da manhã  
Blogger Clara said...

Para termos uma ideia tão aproximada quanto psssível do tipo de análise e dos objectivos que persegue, basta compararmos o texto de PKM (riquissimo, segundo o tonitosa)com o do Hermes sobre o mesmo tema.
As conclusões são obvias.

No caso do Hermes é fácil de concluir estarmos perante um investigador sério capaz de uma análise profunda dos problemas.
Quanto às crónicas de PKM não passam de peças jornalisticas de má qualidade (por nos darem uma imagem distorcida da realidade).
Segundo esta última perspectiva basta compará-los com os trabalhos do Mário Baptista do DE.

12:09 da tarde  
Blogger tonitosa said...

Se não queremos ver...então nada nos pode ajudar.
Isto para dizer o seguinte:
Ao João Pedro que não viu a minha ressalva entre parêntesis quanto ao número de casos; e o que se sabe é que segundo a Visão um médico anda de hospital em hospital, como muitos outros.
À Clara que não "viu" o que eu escrevi, pois é bem diferente de ter dito que o texto de PKM é "riquíssimo".

Cara e Caro colega de blogue, como são inteligentes bem terão percebido o sentido do meu comentário. Repararam certamente que digo que o texto (aquele texto que se não leram, podem ler)é bem masi rico do que o extracto (postado) pelo Xavier.
É o meu entendimento, e independentemente de concordarmos ou não com a opinião expressa, a matéria é importante e já aqui foi tratada, precisamente por o ser.
E não é importante a questão da incompatibilidade referida dos "especialistas" que colaboram com os próprios laboratórios?
E não é verdade que existem profissionais (médicos e não só) que são autênticos mercenários?
Os caros colegas, não viram nada disto no meu comentário! Será que apenas o nome do autor (tonitosa) os levou logo a pensar: cá está o tenebroso...e há que zurzir.
PS: não sou contra nem a favor da exclusividade; acho que é errado pensar-se que "todos os médicos" devem estar em exclusividade, além de que é pensar-se no impossível e, para determinadas especialidades, talvez até desnecessário.
Aceitem cumprimentos respeitosos

1:10 da tarde  
Blogger ochoa said...

Ora aqui está um ponto em que o senhor bastonário da OM parece ter razão (finalmente).

O bastonário da Ordem dos Médicos adianta que não encontra grande utilidade no trabalho deste organismo.
«Há cinco anos que o doutor Álvaro de Almeida e a Entidade Reguladora da Saúde tenta demonstrar ao país que servem para alguma coisa», disse Pedro Nunes.
Este responsável acusa a entidade de apenas estar a gastar dinheiro aos hospitais e médicos, apresentando resultados fracos, como «estudos sobre coisas que toda a gente sabe e que não têm consequências absolutamente nenhumas».

DD 03.09.08

4:40 da tarde  
Blogger cotovia said...

O bastonário anda a ler muitas crónicas do VPV.

5:43 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

O sector privado deve ser uma «alternativa», mas as fronteiras entre este e o serviço público devem ser definidas. O cirurgião cardiotorácico dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC) defendeu «a fixação dos médicos do SNS em dedicação plena» e notou que «aos agentes do Estado não deve ser permitido acesso a convenções ou formas de prestação de serviço ao sector público enquanto participantes do sector privado». Manuel Antunes lembrou, a propósito, que «algumas agências prestadoras de serviços médicos — que usam recursos humanos pertencentes, simultaneamente, ao público e ao privado — são propriedade ou geridas por administradores hospitalares».
Já no tópico da acessibilidade a cuidados, o médico declarou que as listas de espera seriam atenuadas com a melhoria da eficiência: «É essencial aumentar o tempo de utilização dos blocos operatórios e de funcionamento das consultas externas. A dedicação plena favoreceria este objectivo.»
O controlo da despesa do SNS passa, segundo Manuel Antunes, pela «diminuição progressiva da pletora de funcionários», já que é para o pessoal que vai metade do orçamento. O cirurgião acredita que a definição de fronteiras claras entre público e privado levará também «à racionalização dos serviços e ao aumento de produtividade». E porque outra grande fatia do orçamento vai para os medicamentos, «há que obter uma redução efectiva do seu preço e privilegiar a utilização dos genéricos», acrescentou.
A conhecida despesa (10,3% do PIB), os orçamentos que crescem de ano para ano, o desperdício, a falta de produtividade, a desorganização e a indisciplina foram tópicos abordados para fazer o retrato do SNS que temos, «quase impossível de gerir numa perspectiva de eficiência». Ora, considerou o cirurgião, a ruptura «corresponde à falência de um modelo de gestão e de política de Saúde».
Segundo Manuel Antunes, «o sistema assenta num quadro legislativo incoerente, ambíguo e despesista, burocrático, lento e ineficiente». No entanto, «interesses corporativos e a própria inércia do sistema têm impedido a implementação de reformas desesperadamente urgentes». Um quadro que se reflecte no «défice de prestação de cuidados, que estão longe de ser universais e, sobretudo, não o são em tempo útil como evidenciam as listas de espera para consultas e cirurgias», sustentou.
Os governos «têm-se limitado a alterações cosméticas, muitas vezes contraditórias», considerou o médico e gestor. Apesar de admitir um papel progressivamente mais importante dos privados, Manuel Antunes entende que «o SNS deverá manter-se como pedra angular do nosso sistema de Saúde» e que, por isso, é preciso reformar verdadeiramente.

Responsabilizar os CA

Para o cirurgião e consultor da Presidência da República para a Saúde, combater o desperdício e optimizar os recursos existentes implica também responsabilizar os conselhos de administração (CA). Porém, «a escolha das administrações deve ser feita pela competência de gestão e não por factores pessoais ou partidários».
Manuel Antunes admitiu mesmo a realização de concursos públicos, eventualmente de âmbito extraconstitucional, baseados em critérios de qualificação científica e técnica, para os cargos de directores de serviço. «E o papel destes deverá ser revalorizado com restituição de toda a autoridade sobre a totalidade do respectivo quadro de pessoal. A admissão de pessoal médico (e não só) deverá depender muito mais da decisão dos respectivos directores de serviço», sublinhou.
Manuel Antunes considerou fundamental conferir, de modo progressivo, a todos os hospitais «um estatuto verdadeiramente empresarial, modernizando e profissionalizando a gestão», e criar uma «verdadeira e diferenciada» política de incentivos que premeie os melhores desempenhos, quer ao nível da gestão hospitalar e dos serviços, quer ao nível dos profissionais de saúde. «É importante» que aos gestores públicos seja, de facto, dada a possibilidade de utilizar «instrumentos de gestão característicos da actividade privada e os orçamentos institucionais deverão ser definitivamente indexados à produção», advogou.
De acordo com o cirurgião dos HUC, «o modelo de hospitais EPE seria, teoricamente, uma boa opção, se as suas direcções fossem escolhidas por critério de capacidade de gestão e com verdadeira independência e autonomia, e se fossem responsabilizadas pelos resultados da sua gestão, o que manifestamente não tem acontecido», disse.

«Taxas não financiam nem moderam»

Manuel Antunes não concorda com o actual sistema das taxas moderadoras — «que não financiam e, pela sua reduzida expressão parcial e global, nem servem o propósito de moderar o consumo». Entende que os utentes deviam ser informados dos custos elevados das suas consultas e operações e está certo de que «a grande maioria da população, 80%, poderia pagar qualquer coisa» pelos cuidados de saúde. «Os cálculos e a forma de o fazer caberão aos técnicos.» Da mesma forma que entendeu o pagamento de propinas na universidade ou os cortes nas pensões, a população iria compreender esta alteração, acrescentou.
O cirurgião concordou com António Arnaut, presente na assistência, ao dizer que a sociedade deve garantir a saúde aos mais carenciados, mas chamou a atenção para o «mau uso que a dita população pobre faz dos cuidados de saúde, simplesmente porque não paga».

Tempo de Medicina 06.10.08

Inteiramente de acordo com o professor Manuel Antunes.

Cavaco Silva tem aqui enunciados alguns pontos chaves para a elaboração de um programa de intervenção decisivo destinado à recuperação do serviço público de saúde.
O que poderá constituir uma preciosa ajuda para Ana Jorge e este governo levarem por diante uma verdadeira reforma do nosso Sistema de Saúde.

É preciso "matar" de uma vez a reforma de Correia de Campos que tem por objectivo primordial a privatização do nosso Serviço Público de Saúde.

6:19 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Eu não queria mais histórias PKM, mas a tentação é mais forte... do que a prudência.

Os artigos de PKM estão, progressivamente, mais explícitos.
O de ontem é novo na forma. Arrasta no seu bojo um presságio.

"O possível, e para alguns inevitável colapso do SNS deve-se ao efeito do mercado das indústrias fornecedoras ou à incompetência da regulação do Estado?"

Desde que andou por Tallinn e adoptou uma nova liturgia, que já lhe é permitido aproximar-se de Júpiter (deus romano dos negócios, da moda, do mundo...).
Começa por "o possível", e sem perder tempo, na mesma frase no mesmo contexto, levanta a lebre do "inevitável". Insondáveis transições de novos sacerdotes do saber.
É de esperar que, quando chegar ao altar (dos sacrifícios necessários para aplacar os deuses) oficiará a leitura do "implacável" fim do SNS.

Depois é a hora de desfazer a tenda e preocupar-se com limpidez do sistema.

O Infarmed "corroído" pela falta de declarações de interesses dos seus colaboradores, tardiamente denunciadas, por alguém que foi, durante anos, o mais alto responsável, e que foi, no mínimo, conivente com um procedimento de ocultação.
Bem, a origem destes males é do tempo do criaccionismo (não de Adão e Eva, mas do Instituto). Instituto da Farmácia e do Medicamento
Ou só, tão somente, o Instituto do Medicamento?
A “instituição farmácia” não tem outras vias de representação, reivindicação, de controlo?
Ou esta associação é para diminuir o poder negocial do Estado?

E a expressiva repulsa pelo mercantilismo do mercado?
Como se esse mercantilismo fosse uma coisa nova estimulado por empresas privadas que levaram alguns médicos tarefeiros a fazer opt out do nosso horário laboral. Uma vergonha!
Vergonha foi, também, a proposta das a 65 h/semanais, no Parlamento Europeu, que necessitou da decisão do Tribunal comunitário para a “travar” (parcialmente). Não li qualquer protesto de PKM.
Como PKM sabe , a sobrecarga horária não é prática inédita na Europa. No Reino Unido é, então, usual, e serve para compor os vencimentos de médicos “juniores”.

“Para o exigente trabalho de um médico” – gostei da tirada!, a sobrecarga horária é um risco para o doente e para o médico. Mas quando se entra no campo das exigências é preciso tomar em consideração as consequências de ser exigente. E essas consequências têm custos elevados.

Sobre a regulação, mais propriamente a ERS, mais vale ficar calado. Pelo que sou obrigado a pagar anualmente, cada palavra, custa-me uma fortuna.

A interrogação de PKM sobre os 30 anos do SNS é uma atónita expressão de surpresa como um serviço deste teor, com estas limitações, sem as suas estratégias, não pudesse resistir tanto tempo.
É, também, indagar - para com os seus botões - quanto tempo mais resistirá.

É posicionar-se na esteira dos seus destroços. É não conseguir dissimular o ultraje sofrido com o episódio de Amadora-Sintra e o que ele representou.
Há alguns anos, logo a seguir ao 25.04 a Cornucópia (lá também havia um Cintra – com “C”) levou à cena um espectáculo que, não sei se PKM viu, mas que, em minha opinião, exprime o que considero o denominador comum do artigo no DE desta 5ª. feira, em relação ao SNS:
A peça denominava-se: E não se pode extreminá-lo?
Que não é mais do que uma dramática representação do desejo.

8:09 da tarde  
Blogger Tá visto said...

Nesta sua crónica PKM mistura várias coisas tendo como alvos principais o Estado e o SNS público. É manifesta a sua opção neoliberal ao tentar ilibar o mercado, leia-se capitalismo financeiro, da responsabilidade pela actual crise mundial e, em versão doméstica, os grupos financeiros por dificuldades que possa estar a atravessar o SNS.
Há crise? Então o mais provável é que tal se deva à incompetência do Estado em não cumprir o seu papel de regulador e não ao modelo económico mundial que condiciona e impõe a superstrutura. Ou seja, aqueles que estão sempre prontos a apontar o dedo ao Estado por intervir excessivamente na esfera económica, quando as coisas falham responsabilizam-no de igual modo por não ser capaz de exercer o papel de “watch-dog”, minimalismo a que procuram remetê-lo.
Nesta sua postura, PKM fez-me recordar uma crónica de JMF no Público em que criticava asperamente José Sócrates/Ana Jorge pela decisão de fazer voltar à esfera pública a gestão clínica dos hospitais do Serviço Nacional de Saúde, defendendo que o Estado deveria aligeirar procedimentos no controlo à actividade dos privados na Saúde como forma de poupar dinheiro e tornar mais baratos os custos administrativos da regulação. E, pasme-se o desplante, quando pouco tempo antes tinha zurzido os órgãos de acompanhamento e controlo da Banca (CMVM e Banco de Portugal) por não terem detectado as irregularidades cometidas em torno do processo BCP. Para ambos o Estado é preso por ter cão e por não ter ou, numa tradução anarcocapitalista, há Estado? Eu sou contra.
Num outro ponto, PKM insurge-se e bem, quanto ao facto de se permitir que profissionais de saúde possam trabalhar mais de 70 horas semanais pondo em risco a sua saúde e a de quem recorre aos seus cuidados. Pena é que não tenha estendido a crítica às formações políticas do seu espectro ideológico que no Parlamento Europeu procuram alterar as directivas europeias sobre tempo de trabalho, também extensivas aos profissionais da saúde, por forma a permitir regimes de trabalho sobre-humanos que pomposamente designam por flexi-trabalho.
Quanto ás bombásticas declarações de Correia de Campos, ou, como diria Pessoa, se não fossem bombásticas não seriam de CC, relativamente aos conflitos de interesses no Infarmed, estou em absoluto acordo com a opinião expressa por PKM. A sua extemporaneidade (dizê-lo quando já nada pode fazer) e falta de transparência (porque não tornou públicos os relatórios?) em nada abonam a favor do rigor e isenção intelectual de quem as produziu.
Por último, subscrevo em absoluto a sua observação quanto ao atraso do SNS relativamente à implementação do que designa de “Skills Mix”. O trabalho clínico excessivamente focado na prática individual (medicocentrismo) diminui a produtividade por não permitir tirar partido de sinergismos de um trabalho em equipa envolvendo outros profissionais do sector. Esta é uma das principais razões da proclamada falta de médicos quando os ratios por habitante o desmentem no que respeita ao sector hospitalar. Dizer apenas que tal pecha não me parece poder atribuir-se ao modelo público dos nossos hospitais mas a uma concepção atávica do exercício da medicina, caracterizada por relações hierárquicas rígidas e estanques dentro e entre grupos profissionais, explicada pelo nosso atraso sociocultural.

10:35 da tarde  
Blogger Clara said...

Caro tonitosa,

Está enganado. Nós gostamos de si.
O Tonitosa dá luta.
E goste-se ou não, o tonitosa tem sido coerente nas suas criticas ao longo destes anos todos.

12:40 da manhã  

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