quarta-feira, outubro 1

Reconstruir o SNS com os médicos (2)


Caro é-pá

Aceita-se que dialogar é uma das formas mais efectivas para apreender e difundir conhecimento. Há diálogo quando duas ou mais pessoas interagem: ouvem (lêem); analisam; contrapõem; concluem. Para isso é necessário duas condições, que consigo não se têm verificado, penso eu:

1º Tenham capacidade (para ouvir, analisar);
2º Tenham vontade (disponibilidade) para: se centrarem no assunto em causa, compreender a outra parte, para aprender e ensinar, descobrir novos pontos de vista e argumentos, chegar a uma conclusão.

Por isso começo a acreditar que tentar dialogar consigo é uma pura perda de tempo. Ler com atenção e analisar as suas opiniões e conclusões não fundamentadas, os seus “estados de alma”, os seus delírios e invencionices é penoso. Em post anterior apresentei citações suas que justificam o meu desânimo por não ser capaz de o ajudar a dialogar, acrescentarei agora mais cinco pérolas.

1ª Pérola
”… vivência actual dos médicos - de completo divórcio dos processos de gestão e produção, em stakeholder's capazes de reconstruir o SNS… utópico.”

Os médicos estão divorciados do processo de produção? Pelo contrário é pelo seu labor, empenho e liderança na produção (clínica) que os resultados do SNS têm melhorado nos últimos anos.
A sua colaboração na gestão é um facto em todos os hospitais, pode ser melhor organizada e aumentar – como eu defendo e acredito – mas não a querer ver e negar a sua existência (na gestão operacional e de topo, nas comissões, etc.), só o Sr.
Então os médicos não são já stakeholders de pleno direito? Não têm vontade e capacidade para ajudar a melhorar o SNS? Isto é utópico?

2ª Pérola
”Navegar em águas límpidas, para além da DE, não pode significar o CIT, que considera o "estatuto adequado". Com certeza que economicamente adequado já que permite jogar com o mercado (oferta e procura) e com circunstâncias particulares.”
”Não haverá sossego - nem reconstrução - sem um Acordo Colectivo de Trabalho …”.


O CIT é o estatuto que a (nossa) lei prevê como normal para toda a área “civil” e por isso também para as empresas, públicas e privadas. Na Administração Pública há o “Contrato de trabalho em funções públicas” que é uma adaptação daquele (CIT). Isto é normal, legal e não será por o Sr não querer ver que a realidade não existe. O seu comentário seguinte revela como, por vezes, alia ao desconhecimento a facilidade de afirmar (na expressão de um distinto bloguista) e tirar conclusões sem sustentação.
Quanto ao ACT, que o Sr. reivindica para poder haver “sossego”. Repare que ele é inerente à figura que contesta (CIT), por isso ao invés de ser uma condição sine qua non para o “sossego” ele é um direito e irá efectivar-se, nos termos da lei – é certo, o seu timing é que é para nós desconhecido.

3ª Pérola
”… os HH's …. têm trabalhadores, também especiais, diferenciados e qualificados. Quando esquecemos isso e os tratamos como lumpen, …”.

Os trabalhadores da saúde são lumpen em quê, onde e porquê? O prestígio, a retribuição global e as condições de trabalho são inferiores aos dos trabalhadores médios?
Refere-se aos que abandonam a segurança do CIT ou da função pública para ganhar muito mais?

4ª Pérola
”Falámos da gestão próxima e participada, julgo que referimos aos CRI's, mas essa mudança, esse tipo de "gestão próxima e participada" não é prioridade para qualquer Administração, nem estará no horizonte de muitas. Falta agendá-los. Até parecem activos "toxicos"...”

Pode haver gestão próxima e participada sem CRIs e em muitos hospitais é o que se passa.
Afirmar que “não é prioridade para qualquer administração” não será um exagero e uma generalização abusiva? Mesmo naquelas onde pontificam os seus amigos e outros médicos respeitáveis?

5ª Pérola
“Agora inventar um tecto salarial, vejam lá… para não pôr em risco o SNS”.

Aqui já está em delírio completo, pondo noutras pessoas o defeito que demonstra. Ninguém falou em nenhum tecto salarial, salvo (nesta frase) o Sr. A isto chamo inventar com a intenção de denegrir e acusar injustamente.

Termino como o anúncio de há (muitos) anos: Palavras para quê? É um “artista” português …

Hermes

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8 Comments:

Blogger e-pá! said...

Caro Hermes:

Perfeitamente de acordo com a sua elaboração conceptual sobre o diálogo.
Mas o diálogo, para o qual discriminou 2 condições essenciais, tem uma terceira que se omitiu:
Deve decorrer em igualdade de circunstâncias. O que, sejamos claros e directos, não se tem verificado em relação aos seus post’s quando confrontados com outros.
Este privilégio (não sei se o "sente") é uma regalia.
Também não sei se é um dom adquirido, se congénito.

Por outro lado, usamos metodologias diferentes. Eu, respondo a quente, expressando o que sinto e penso.
Nada daquilo que escrevo tem carácter irrevogável. Tenho manifestado abertura para anular ou corrigir discussões. Aquilo que, traduzindo a humanização das relações (neste caso do diálogo) tenta arrastar para o burlesco – os chamados “estados de alma”.

Eu, que não tenho formação jurídica, não preparo textos, transformando-os em “sentenças” ou “máximas”.
Aliás, a nossa tradição mais remota de crítica e maldizer são os monólogos, nomeadamente, os do período vicentino, que ridiculizava a corte de D. João III…
Virtudes que encontra no diálogo, francamente, nos textos que tem publicado aproximam-se muito mais das caracterísitcas dos monólogos.

Vamos às pérolas...

1ª. pérola:
”… vivência actual dos médicos - de completo divórcio dos processos de gestão e produção, em stakeholder's capazes de reconstruir o SNS… utópico.”

Eu não escrevi processos de gestão e de produção. Escrevi: dos processos de gestão e produção, o que significa haver uma dissociação entre estas duas componentes – gestão e produção. Portanto, precipita-se, quando, isoladamente, tenta dissociar a profissão médica da produção.
Tenho de confessar que não conheço grande parte do Sector Hospitalar do SNS. Trabalhei 35 anos num Hospital SPA que recentemente passou a EPE. Esse HH conheço. E, quando classifico a vivência médica como divorciada – dos problemas da necessária efectividade hospitalar – não estou a criar invencionices, como deselegantemente designa. Cheguei de interno a chefe de Serviço, sempre com concursos públicos de porta aberta e com candidatos oponentes, não fui promovido por antiguidade. Chefiei, anos a fio, quase 20, uma Unidade Funcional, com centro de custos e recursos humanos próprios Alguma vez foi consultado sobre planos estratégicos, objectivos de contratos-programas, etc.? Nunca!
Chama a isto ser um stakeholder de pleno direito?
O hospital para concretizar a passagem de SPA para EPE, sentiu a necessidade de criar 16 comissões em diversas áreas, essas sim integrando médicos. Isto há poucos meses ( passou a EPE em 01. Set.08) e significa que, antes, existia o deserto. Só o trabalho dessas múltiplas comissões permitiu elaborar um plano estratégico e de investimento, que julgo estruturado e compatibilizado com as disponibilidades orçamentais.
Vai dizer-me que a minha vivência é única e atípica. Que nos outros HH’s é diferente?

2ª Pérola
”Navegar em águas límpidas, para além da DE, não pode significar o CIT, que considera o "estatuto adequado". Com certeza que economicamente adequado já que permite jogar com o mercado (oferta e procura) e com circunstâncias particulares.”
”Não haverá sossego - nem reconstrução - sem um Acordo Colectivo de Trabalho …”
Segundo sei, os sindicatos médicos (FNAM e SIM) vão pugnar, i. e., exercer o direito consagrado na Lei, exigindo a aplicação do artigo 310º. da Lei n.º 59/2008 de 11 de Setembro que aprovou o Regime do Contrato de Trabalho em Funções Públicas.
Artigo 310.º
Direitos

1 — As associações sindicais têm, nomeadamente, o direito de:
Celebrar acordos colectivos de trabalho;

Foi, isto que quis dizer e que tanto o escandalizou. Finalmente, impeliu-me a apelar ao meu “sossego”.
Se há alguém que anda em desassossego com a discussão das “carreiras médicas” não são os médicos. Impressiona-me, por exemplo, que não se tenha indignado, quando alguém escreveu, em comentário neste blog, que o SNS não teria dinheiro para pagar aos médicos. Como me comove o choque que o atinge, quando a partir dessa afirmação espúria, sugiro que estão a tentar impor um “tecto salarial”. Podemos julgar as coisas com diversas medidas.

3ª Pérola
”… os HH's …. têm trabalhadores, também especiais, diferenciados e qualificados. Quando esquecemos isso e os tratamos como lumpen, …”.

Os trabalhadores da Saúde não são só administradores, gestores, médicos, enfermeiros, técnicos, etc. Existem outros e quando optei pelo uso pejorativo da palavra lumpen (contracção da forma lumpenproletariat, ) era uma subtil referência a outros trabalhadores como auxiliares, maqueiros, condutores, etc..
Lamento que não tenha captado a minha tentativa de subtileza…quando a questão temática é "Reconstruir". Penso que com todos!

4ª Pérola

”Falámos da gestão próxima e participada, julgo que referimos aos CRI's, mas essa mudança, esse tipo de "gestão próxima e participada" não é prioridade para qualquer Administração, nem estará no horizonte de muitas. Falta agendá-los. Até parecem activos "tóxicos"...”

Embora possa, como diz, haver gestão próxima e participada sem CRI’s, na minha concepção( não será crime ter opinião), este é o melhor meio de o conseguir. Segundo um mecanismo organizativo para os HH’s a minha afirmação de que não é “não é prioridade para qualquer administração” é plenamente confirmada pelo nº. de CRI’s em funcionamento…e, não é crucial, efabular mais argumentos , porque os factos estão aí.

Sobre o entendimento do tecto salarial já me referi na “2º. Pérola”.

Finalmente, o que para mim é fundamental.
Todos os lamentos, todas as questões, todas as interpelações que levanto acerca do post “Reconstruir o SNS com os médicos” (deu-lhe outras interpretações e designações , não significam qualquer discordância dos princípios definidos para essa crucial tarefa.
Só que considero os médicos pouco integrados no SNS para desempenharem essa tarefa, e o próprio SNS, carregado de “disfunções” que facilitem essa integração, ou reconstrução.

Ao fim e ao cabo, não pretendo transformar esta troca menos amistosa e pouco serena de conceitos ou entendimentos, numa questão de honra e terçar armas num duelo pueril, como se fazia nos séculos passados.
Até porque considero que a honra é um preconceito de cada pessoa e de todas as condições humanas.

A terminar, posso garantir-lhe que abandonei as actividades artísticas há mais de 3 dezenas de anos…
Mas aconselho o mister a quem nunca experimentou! De maneira que está sempre a tempo de começar...

1:35 da manhã  
Blogger Hermes said...

Caro é-pá

Não se amofine!
Com o meu comentário anterior não quis desvalorizá-lo, antes chamá-lo a um diálogo mais estruturado e sereno (menos “a quente”) porque assim, acredito, todos aprenderemos mais e o blogue concluirá melhor. Mas caso se tenha sentido atacado faça como eu que, nessas ocasiões, recordo o aforismo: “Só se atiram pedras às árvores que dão frutos”. Sempre ficamos melhor.

Apenas algumas notas ao seu desabafo perlífero.

Desconheço o privilégio a que se refere. Quanto ao “Dom” posso garantir-lhe que sou inteira e completamente plebeu. A única qualidade que reivindico é o trabalho, seguindo aquela velha máxima: “5% de inspiração e 95% de transpiração”. Por isso preparo textos não para serem “sentenças” ou “máximas”, apenas para serem tomados como uma base de discussão fiável, minimamente claros, completos e adequados ao tema.

Não “quis arrastar para o burlesco os estados de alma– expressão que usou no 2º parágrafo do post “Profissão ou Missão”. Quis sublinhar que os ditos podem ser (ou não) compreendidos, mas que será estultícia tentar discuti-los aqui – antes analisar as causas e condições em que assentam.

A sua prosa sobre o “de” em “processos de gestão e (de) produção” é interessante, lembra aquela do “De balde o procuraram”. Porém os processos que se conhecem são específicos de gestão, próprios da produção (transformar inputs em produtos de saúde para clientes) e outros. Sem o “de” o que escreveu perde significado.

Aproveito para lhe dar os parabéns pela sua carreira hospitalar. Reparei que se limitou a citar graus e anos de chefia, omitindo, claramente por modéstia o que só lhe fica bem, as transformações/melhorias e os resultados alcançados.

Lamento que não tenha sido consultado para o plano estratégico. A ausência de uma verdadeira gestão estratégica em muitos hospitais continua a ser um dos problemas que inibe o alinhamento de objectivos, a participação na gestão e na avaliação do desempenho. No entanto concluir retirando daí a qualidade de stakeholder aos médicos parece-me um passo demasiado largo.
Lembro-me de ter lido um post seu, classificado pelo Xavier como um dos melhores trabalhos:
“HUC, Acudam que se faz tarde!
A dar ouvidos ao que corre, parece que tudo vai ser mexido. serviços a extinguir, serviços a albergar, serviços a integrar, etc. Parece que vai haver uma nova invasão bárbara … praticando uma política de terra queimada. Sobre os escombros ninguém sabe o que irá nascer. Há 16 comissões para estudar a re-estruturação. Disse 16! “. Notei alguma diferença entre aquele seu grito lancinante e os resultados que agora, finalmente, parece atribuir àquelas 16 comissões. Tudo bem.

Diz que “abandonou as actividades artísticas há mais de 30 anos”, refere-se ao teatro, não é verdade? Dizem-me que era um óptimo actor, por isso lamento esse abandono. Agradeço o seu amável convite mas não vou aceitar, porque reconheço não estar à altura do desafio.

“Finalmente, o que para mim é fundamental.
Todos os lamentos, todas as questões, todas as interpelações que levanto acerca do post …, não significam qualquer discordância dos princípios definidos para essa crucial tarefa.”


Ok. Soa-me a conclusão final, com que o debate sobre a “reconstrução com os médicos” pode terminar.

12:11 da tarde  
Blogger xavier said...

«Mas o diálogo, para o qual discriminou 2 condições essenciais, tem uma terceira que se omitiu:
Deve decorrer em igualdade de circunstâncias. O que, sejamos claros e directos, não se tem verificado em relação aos seus post’s quando confrontados com outros.
Este privilégio (não sei se o "sente") é uma regalia.
Também não sei se é um dom adquirido, se congénito.»

Entendi o seu reparo.

Critério de postagem na página principal é só um: a qualidade dos textos.
Acresce que os textos que chegam por mail, se tiverem qualidade, têm de ser postados na página principal.

Já aconteceu anteriormente, a meio de uma discussão, ter sido postado na pagina principal um comentário do é-pá e adiscussão ter prosseguido a partir desse novo post.

Também acho que as suas intervenções demasiado a quente lhe dão uma grande desvantagem.
Mas esta minha opinião são contas doutro rosário.

4:37 da tarde  
Blogger Clara said...

Apesar deste quiproquo este debate tem sido dos mais interessantes e proveitosos .
As intervenções a quente do é-pá têm tido o condão de espicaçar o Hermes para prestações de elevado nível.
Deste diálogo entre a razão e a emoção têm reasultado esclarecimentos importantes sobre o tema em debate, pouco importando quem é o vencedor.
Vencedores saímos todos nós com o empenho de ambos .

6:32 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Caro Xavier:

Fiz uma curta observação que não encerra qualquer critica aos critérios, digamos, editoriais deste blog. Considero-os isentos e equilibrados. Mas não me vai obrigar a mandar textos preparados, burilados, exaustivamente fundamentados, pejados de números, gráficos, estatísticas, etc - para o seu e-mail. Fico-me pelos comentários (que também vão lá ter...)

O remoque que pode encontrar nas minhas palavras é fundamentalmente de metodologia de procedimentos - o modo como são construidos os textos - preparados, pensados, revistos e, como eu (o sublinhado é intencional) gosto de participar.
Com expontaneidade, directo, chegando a casa, abrindo o site quando me aprouver e, se houver feeling, ou particular interesse no tema, escrever logo, de imediato, directamente, o meu comentário, na caixa de texto. O processamente é de tal maneira directo (e pouco revisto) que muitos dos comentários saiem com os chamados lapsus teclae (falta acentos, espaçamentos, virgulas, preposições,etc).

Mas há uma coisa sagrada. Escrevo o que penso e sinto.
Abomino intrigas, rodriguinhos e não tolero as(os) "canetas de aluguer" (isto não se refere aos colaboradores do blog, mas a muita imprensa que circula pelo País).

O meu conceito dinâmico de blog, enquanto uma espécie de "tertúlia aberta" - como se estivessemos à mesa do café. (não será só isso mas não podemos aproveitar todas as propriedades de um produto).
Na maior parte das vezes, o que escrevo sai da minha longa experiência pessoal - fundamentalmente na área hospitalar - e do convívio que tenho diariamente com amigos que exercem funções em divesas áreas ligadas à Saúde: nas Ordens, Sindicatos, Associações, Faculdades, etc.

Mas, atente-se bem: nada tenho contra a feitura de textos cuidados, de tese, elaborados, verdadeiros artigos de opinião e, então se forem inovadores, deliciam-me.

São duas metodologias de participação diferentes que, em minha opinião, não se anulam, nem devem chocar-se
Eu não quero impôr a minha maneira de participar a ninguém. Mas terá que reconhecer que o último post de Hermes, macula a sua imagem ponderada e deslustra o seu tracto com os "outros".
Mas para mim o problema está esclarecido e sanado. Sabemos que somos diferentes.

Se alguns dos meus comentários não tiverem a clareza suficiente, peço desculpa. É so dizer e, se eu com mais tempo souber fazer melhor, lá estarei.
Muitas vezes, quando comento neste blog (também ando por outros) tenho uma sensação voltaireana:
"Escrevo-vos uma longa carta porque não tenho tempo de a escrever breve...

6:38 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Também tem sido prática deste blogue lançar no meio da discussão outros temas que nada têm a haver.
Espero que não levem a mal.


Quase 80 mil pessoas subscreveram a petição contra a inclusão do Hospital Dona Estefânia no futuro Todos os Santos, em Lisboa. O cirurgião Gentil Martins é um dos subscritores e garante que «as crianças perdem» com a integração.
O grande objectivo dos subscritores do documento, que será quinta-feira entregue ao Presidente da República, é o mesmo que levou a rainha Dona Estefânia a oferecer o seu dote de casamento para a construção de uma enfermaria: o atendimento exclusivo de crianças.
A rainha - cujo nome foi dado ao hospital em forma de homenagem - insurgiu-se na altura (século XIX) contra o atendimento de crianças e adultos na mesma enfermaria (Hospital São José).
Do dote da rainha nasceu o maior hospital pediátrico em Portugal, inaugurado a 17 de Julho de 1877, e que o Governo prevê integrar no futuro Hospital de Todos os Santos.

6:57 da tarde  
Blogger e-pá! said...

A COMISSÃO LIQUIDATÁRIA ATACA...

Essa integração, já anunciada há quase 1 ano neste blog - até acho que há até uma "Liga de Amigos do D. Estefânia" para tentar salvar esta tenebrosa situação - prende-se com uma política de alienação de património público sistemática, programada e perniciosa que, o PS sustentáculo deste Governo criticou a Durão Barroso (Manuela Ferreira Leite era um às nestas alienações...) e, agora, entrou em velocidade de cruzeiro pelo mesmo caminho.

Será que o deficit ainda está assim tão mal?

Ou os Ministérios precisam de vender património para fazer obras, renovar instituições, criar novas estruturas.
O HTS a construir não será uma PPP's (sem gestão clínica - espero que continue assim).

Não me estou a ver virado para o H. D. Estefânia e dar de caras com um Hotel de charme do Pestana ou do Amorim. E por detrás dessa imagem, escondidos uns milhões de euros no Tesuro. Gostaríam?

As razões de natureza clínica que contra-indicam a transferência para o novo Hospital, foram hoje dissecadas pela Ministra que além de decisora política tem elevada competência técnica na matéria.
Se, algum dia o H D. Estefânia for substuído por uma unidade nova (autónoma) acho que, para respeitar as condições da doacção, a CML deveria interditar qualquer tipo de negociata do betão. O mínimo aceitável seria transformá-lo no Museu da Criança.

Está tudo à venda! Agora até o histórico Mosteiro de Sta Clara, em Coimbra, pertença do Min. da Defesa, vai ser posto à venda. Estavam aí os Serviços de Saúde Militares, mas como tudo vai fechar, excepto Lisboa e Porto, mais património para alienar. E assim vão-se realizando uns cobres...

Enfim, um governo que mais parece uma comissão liquidatária... ou pior, vende a pronto e compra submarinos em leasing), faz HH's e aeroportos em PPP's, i. e., hipotecando os proventos futuros. Farão isso nas suas casas?

Para onde irá o dinheiro dos impostos cuja colecta tem crecido todos os anos, apesar da crise económica?

7:36 da tarde  
Blogger xavier said...

Caro e-pá,

É evidente que tenho muita estima pela sua colaboração corajosa e esforçada no debate diário que conseguimos aqui manter.
É também certo que não vou pedir-lhe que altere a sua forma de intervenção.

Relativamente ao Hermes também lhe posso dizer que ele não prepara os posts da forma que refere.
A coisa sai-lhe com a maior das naturalidades. Fruto de muitos anos de dedicação e trabalho, estudo aturado e muitissimo
talento. Mas nem por isso os seus textos deixam de ser do melhor que se faz no nosso país na área da Saúde.

Tal como certamente acontece consigo quando assiste ao nascimento de mais uma criança .

11:33 da tarde  

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