Fortalecimento da direita
O historiador britânico, Eric Hobsbawm, em entrevista à BBC, referiu que o maior perigo da actual crise financeira mundial poderá ser o fortalecimento da direita. link
"A esquerda está virtualmente ausente. Assim, parece-me que o principal beneficiário deste descontentamento actual, com uma possível excepção - pelo menos, assim, espero - dos Estados Unidos, é a direita".
O historiador marxista comparou o actual momento "ao dramático colapso da União Soviética" e ao fim de "uma era".
"A esquerda está virtualmente ausente. Assim, parece-me que o principal beneficiário deste descontentamento actual, com uma possível excepção - pelo menos, assim, espero - dos Estados Unidos, é a direita".
O historiador marxista comparou o actual momento "ao dramático colapso da União Soviética" e ao fim de "uma era".
2 Comments:
Com toda a consideração por Eric Hobsbawm, mas...
Há uma ascensão da Direita por toda a Europa, como raras excepções - Portugal, Espanha, RU? - anterior à actual crise financeira.
As causas estão de facto na Esquerda que não tem propostas inovadoras, nem coesão, nem imaginação.
Economicamente, o primado do mercado, seduziu-a e retirou-lhe a capacidade de manobra.
Por isso, no meio desta crise, a Esquerda não tem de se queixar. Deixou-se levar na onda.
O colapso da era soviética - ainda não completamente digerido - foi um dos grandes contributos para a viragem à Direita (na Europa).
Os apetites (políticos & económicos) dos povos que viveram nos Países do Leste europeu não estão, totalmente, saciados.
A febre consumista - perante 80 anos de privações de toda a ordem - tomou conta da suas orientações políticas.
As maravilhas e as ilusões do mercado livre, auto-regulável são, facilmente, vendáveis.
O Mundo comprou-as. A Direita fez todo este marketing. Vendeu o produto e colheu os lucros...
Hoje, o Mundo, tem de repensar tudo. Essa será a nova era!
Vota-se, essencialmente, com a carteira (cheia ou vazia). Mas, fundamentalmente, com a miragem de enchê-la facilmente.
Demora-se algumas legislaturas para aprender uma coisa muito simples: não há milagres!
A Direita empurrou a Esquerda para um redil, encantoou-a.
Deixou-lhe - por força do neoliberalismo reinante - pequenos nichos na área social.
Que são armas de 2 gumes: ou são parte uma política social envolvendo opções económicas (voltamos atrás), ou a Esquerda acaba por ser acusada de não conseguir acabar, p. exº., com a pobreza, a fome, etc.
Por outro lado, existe a dinâmica histórica, com correntes e contra-correntes. O Mundo é diversidade e mudança.
Como contraponto ao afundamento da Direita na Europa, surgem os Países da América Latina com uma emergente viragem à Esquerda, defendendo políticas económicas e sociais novas e uma identidade forte e autónoma.
São estes equilíbrios instáveis que nos sustentam e evitam convulsões sociais violentas. Aquilo que a Direita teme: as Revoluções.
Mas, hoje, não seriamos nada do que somos, se o povo gaulês não tivesse feito a Revolução Francesa...
Vejamos o caso da Islândia. Até 1991 foi gobvernada pelo Partido Social-Democrata. Desde aí a Direita tomou conta do País.
David Oddsson, do Partido da Independência, governa em coligação com Partido Progressista. Uma coligação dominada pela Direita.
O endeusamento do mercado, a livre actuação dos especuladores e a actual bancarrota.
Ninguém - no meio da gravidade da crise - acusa as opções políticas escolhidas, como responsáveis remotas pelo desastre, porque - e isso basta - foram livrementente escolhidas pelos irlandeses...
Bush - o visível culpado desta crise -não eclipsa a existência dos "neo-cons", nem a "bandalhice" da gestão do mercado, dito livre, prporcionada pelo maestro do FeD - Alan Greenspan - durante anos e anos a fio para, agora, se considerar parcialmente culpado e gozar uma principesca reforma...
Tenho dificuldade em concordar com Eric Hobsbawm.
Penso que pior para a Esquerda não é possível...
Julgo, também, que esta crise só poderá ser o fim de uma era, e o começo doutra, se a Esquerda conseguir trucidar o neo-liberalismo.
Infelizmente, não é isso o que se divisa no horizonte.
É bom estarmos atentos a estas coisas.
O desenvolvimento desta crise poderá ter o destino mais inesperado.
Desgraçadamente nos nossos dias os governos PS adornaram à direita e tornaram-se dos melhores alunos da cartilha liberal.
A exemplo do New Labour do RU.
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