sexta-feira, outubro 31

Vacinação HPV


A prevalência dos vários tipos de VPH de alto risco associados ao desenvolvimento de cancro do colo do útero têm diferenças geográficas e étnicas. Em estudos de genotipagem já efectuados nalguns países, foi também demonstrada a existência de poli infecções, ou seja infecções por mais que 1 tipo de VPV de alto risco.
Em Portugal não sabemos quais os tipos mais prevalentes nem a percentagem de multi-infecções. As vacinas protegem dos VPV de alto risco 18 e 16. Não seria de investigar em primeiro lugar se são esses os tipos de VPV existentes na população portuguesa e desenvolver um rastreio eficaz?
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sofia loureiro dos santos

2 Comments:

Blogger e-pá! said...

Já foi publicada alguma investigação neste campo. Outra, eventualmente, estará em curso.
Do que tenho lido, o tipo de HPV 16 prevalece na Região Centro de Portugal.
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Não tenho a noção se será assim em todo o País.
A escolha da vacina a adquirir pelo MS aparentemente foi - em questões de custo/eficácia - no mínimo, polémica, para não dizer, precipitada.
Ele (o HPV 16) estará, igualmente, coberto pelas duas vacinas que estiveram em concurso.
Os custos são substancialmente diferentes...
De qualquer maneira, é preciso ter a noção de que em 20 a 30% dos casos não há qualquer evidência de material de origem viral (pesquisado por PCR - polymerase chain reaction) nos cancros do útero diagnosticados e tratados. Nestes casos prevalece o factor “hospedeiro”.
Portanto, a escolha de um produto com espectro mais largo (Gardasil®) não deve deixar difundir a ideia que se bloqueou a possibilidade de qualquer mulher vir a contrair a doença.

A vacinação deverá ser acompanhada, pelo menos no SNS, de um programa que permita um screening apertado, rigoroso e diferido no tempo.
E os resultados desse screening – avaliados e divulgados.
É neste estadio que estamos.

1:37 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Acesso a fármacos inovadores sem problemas

Medicamentos inovadores, unidose e genéricos foram palavras-chaves das questões colocadas a Manuel Pizarro, que assegurou a autorização dos pedidos de acesso a novos fármacos.
Por outro lado, anunciou que vêm aí incentivos aos genéricos e frisou a importância da rastreabilidade na dose individual.

A inovação é um dos pontos-chaves, talvez o mais importante, no aumento das despesas na área da Saúde. Esta foi a ideia transversal às intervenções realizadas no encontro sobre «Os custos actuais e os futuros da Saúde», organizado pela Câmara de Comércio Luso-Belga-Luxemburguesa, em colaboração com a Câmara de Comércio e Indústria Suíça em Portugal e a Associação Portuguesa de Engenharia e Gestão da Saúde, que decorreu no passado dia 27, na Ordem dos Médicos.
O secretário de Estado da Saúde, convidado para o encontro, foi interpelado pela assistência, cujas questões em matéria de inovação se centraram no assunto mais mediático: a prescrição de medicamentos inovadores.
Manuel Pizarro garantiu que, em concreto, quem pediu o acesso a novas terapêuticas «conseguiu sempre a autorização» para a aquisição do fármaco pretendido e por esse motivo frisou: «Não creio que haja problema naquilo que diz respeito ao acesso a medicamentos inovadores.»

Ainda assim, reconheceu que «não é possível aceitar a introdução de medicamentos novos de modo generalizado sem demonstração da eficácia clínica» e sem a respectiva análise económica. Essa será a explicação para a demora do processo até à autorização, assunto que foi notícia na Imprensa generalista e também no «TM» (ver edição de 27/10), apesar de o governante reconhecer que é necessário saber «se se trata do tempo necessário ou de [um tempo] burocrático e administrativo, esse seguramente questionável».

Outra das questões levantadas no encontro relacionava-se com a unidose e, neste ponto, Manuel Pizarro disse que o maior problema a resolver é «assegurar a absoluta rastreabilidade» dos medicamentos.
O governante reconhece que a maioria dos Estados europeus não subscreve este tipo de prescrição e a Grã-Bretanha tem diminuído o número de fármacos cedidos em dose unitária, mas, em declarações ao nosso Jornal, disse que «vale a pena a sua introdução [em Portugal], face aos ganhos financeiros e de Saúde Pública», apontando os antibióticos como um exemplo dos fármacos com indicação para a prescrição em unidose.

«Parte submersa do icebergue»

Se há área que carrega com o peso dos custos do aparecimento dos novos medicamentos é a Oncologia. A testemunhar isso mesmo esteve Ricardo da Luz, presidente do conselho de administração do Instituto Português de Oncologia (IPO) de Lisboa.
Se tudo o que é novo, na generalidade dos casos, contribui para «o aumento dos custos com os cuidados de saúde», o médico alertou para a «parte submersa do icebergue» desse crescimento, que é o alargamento das indicações de um medicamento ou procedimento.
De cada vez que se descobre que um medicamento já disponibilizado no mercado pode ser utilizado para outras situações, explicou, este passa a ter uma «perspectiva completamente diferente» e que «pode ser causa de problemas». O mesmo se passa com os procedimentos técnicos e cirúrgicos, embora Ricardo da Luz considere que, neste caso, «as coisas já não fiam tão fino» como no capítulo dos fármacos, onde há «regras bem marcadas». Por vezes, «as administrações deparam-se com alargamentos de indicações de procedimentos para os quais não deram qualquer opinião, já que se trata de uma decisão muito médica», contou o dirigente.
Ricardo da Luz apresentou o cenário da unidade que dirige, referindo que, nos últimos três anos, o IPO introduziu 12 novas moléculas, mas os alargamentos das indicações para procedimentos técnicos e cirúrgicos foram 15, pelo menos «os oficiais», já que, ao contrário dos primeiros, estes não estão sob controlo da comissão de farmácia do hospital.
Tudo isto acarreta «o aumento de custos com os cuidados de saúde», sendo certo que do outro lado está o contributo «para o desenvolvimento da Medicina e a melhoria dos cuidados». Por esse motivo, o médico declarou-se defensor da Medicina baseada na evidência, não como forma de reduzir custos, mas para «excluir os [fármacos] de qualidade duvidosa, favorecendo os que são de eficácia comprovada e custo-efectivos».
Afinal, os recursos são escassos e num momento em que se questiona todo o sistema financeiro, Ricardo da Luz deixou a ideia da necessidade de se «encontrarem formas de inovar no financiamento da inovação», sob pena de se correr «o risco de não termos dinheiro para pagar» a verdadeira inovação.

Genéricos: medidas de incentivo para 2009

A descida de 30% no preço dos medicamentos genéricos não podia deixar de ser destaque. Questionado sobre a motivação para tal medida, Manuel Pizarro disse que, «em geral, os medicamentos genéricos eram muito mais caros», comparativamente com os preços praticados internacionalmente.
Além disso, segundo o secretário de Estado da Saúde, os genéricos representam, em valor, 19% do mercado dos medicamentos, mas em número de embalagens a quota fica-se pelos 12%. «Não há nenhum sentido» para esta diferença e foi para a diminuir que surgiu o corte no preço dos genéricos.
Ainda assim, o governante adiantou que, para 2009, estão previstas medidas de «promoção dos genéricos» que «permitam compensar claramente as dificuldades que as empresas podem vir a enfrentar a curto prazo». Esta é também um prova do «empenho do Governo em contribuir para o desenvolvimento do mercado dos genéricos», acrescentou.

TEMPO MEDICINA 03.11.08

8:36 da tarde  

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