terça-feira, outubro 28

As idiossincrasias da ERS (2)


Ainda a propósito de: “As idiossincrasias da ERS” publicado em 12 de Outubro no SaudeSA, reitero a minha convicção de que a ERS, sobre esta e outras que tais matérias, nada fará ou dirá. Por uma razão muito simples - A ERS (e o seu actual presidente) parecem ter como visão forçar a construção de um putativo sistema concorrencial público-privado “inventando” uns rankings destinados a comparar o “pão ralado com a limalha de ferro” com um único propósito: criar na opinião pública a convicção de que o SNS não presta, é ingovernável e insustentável. Desse modo, se procura condicionar os poderes públicos a ceder na transferência de fluxos financeiros que sustentem os diferentes tipos de “aventuras empresariais privadas” no sector da saúde. Para esse desiderato vão contando com meia dúzia de “opinion-makers” replicadores de opiniões suportadas em evidência de plástico e de alguns diligentes jornalistas muito mal preparados.
Quanto à selecção adversa no acesso, as interrupções de tratamento na oncologia e o “despacho” nos cuidados intensivos neonatais nada a dizer pela ERS. Estaremos, na sua óptica, perante a excelência, a modernidade e a dinâmica na concorrência.
Também no sector da saúde se vão conhecendo os “produtos tóxicos e os derivados de má qualidade”. Será que a ERS se presta a ser uma espécie de FED?

rezingão

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5 Comments:

Blogger Joaopedro said...

Em estudos, projectos e pareceres encomendados a gabinetes de advogados, de engenharia e consultores privados, o Governo vai gastar 167,7 milhões de euros em 2009, de acordo com o Orçamento do Estado.

Todos os anos são desperdiçados milhares de euros em consultorias e estudos que não servem para nada.

O Dr. Alvaro Almeida decidiu gastar milhares de euros no ranking das estrelinhas e foi autorizado pelo ainda ministro da saúde, correia de campos.
Quando se sabe que este sistema de avaliação foi abandonado, por exemplo no RU.

É com inutilidades destas que estes senhores derretem os nossos impostos.
Mas neste caso a situação é bem mais grave, pois o propósito do senhor Alvaro Almeida é tentar fazer a demonstração que os privados são os MAIORES da cantareira.
Depois de despejarem os casos graves no SNS, como se viu recentemente com a denúncia do dr. Luís Graça em relação às maternidades privadas.

9:54 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Francisco Ramos decreta uma Super Auditoria à prescrição de medicamentos em ambulatório

Um inesperado crescimento da despesa com medicamentos em ambulatório levou o Ministério da Saúde a determinar uma auditoria conjunta para identificar os locais de maior aumento de volume de prescrição e os regimes especiais de comparticipação, entre outros aspectos.

De acordo com um despacho assinado ontem pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Francisco Ramos, a auditoria conjunta será realizada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a quem cabe a coordenação da acção, a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS).

A auditoria visa "apurar os factores que justificam a alteração da tendência de evolução da despesa com medicamentos em ambulatório no Serviço Nacional de Saúde (SNS)".

Isto porque "o efeito das diversas medidas instituídas no âmbito da política de racionalização e contenção de gastos na área do medicamento permitiu, nos últimos três anos, a redução do ritmo de crescimento da despesa total em medicamentos e da despesa com medicamentos em ambulatório no SNS".

Contudo, e de acordo com o despacho, "registou-se no último trimestre um crescimento da despesa superior ao previsto".

"A identificação das razões que conduziram a este crescimento carece de clarificação e de intervenção urgentes", lê-se no documento.

A auditoria deverá identificar os "locais de maior aumento de volume de prescrição", as "farmácias com maior crescimento de facturação ao SNS", "os medicamentos com maior aumento de prescrição e utilização", a "utilização de regimes especiais de comparticipação" e os "procedimentos de conferência de facturas de medicamentos nas Sub-Regiões de Saúde".

O despacho refere que deverá ser apresentado um relatório preliminar até 15 de Novembro.
DE 25.10.08

Medidas administrativas de controlo da despesa com os medicamentos não chegam. Já se sabia há muito tempo.

10:11 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

Não seria mais fácil auditar o Infarmed por ter, eventualmente, falhado a avaliação das tendências ?
Casa onde não há pão (organização) todos falham e não há explicação.

10:22 da manhã  
Blogger Bicho said...

A auditoria decidida pelo Secretário de Estado só peca por tardia!
Todos sabemos dos indícios de práticas irregulares na facturação ao SNS de farmácias e outras entidades.
A IGAS, ao que me consta, tem recebido denuncias desse tipo ao longo do tempo. Nem devia precisar que lhe "ordenassem" a realização de qualquer auditoria!...
A propósito: - nunca mais se ouviu falar de um "caso" relatado pelos media há dois ou três anos sobre a descoberta, pela PJ, de receituário e vinhetas fraudolentas. Ou tem sido distracção da minha parte?

11:33 da manhã  
Blogger e-pá! said...

João Cordeiro, depois desta arrochada do SE Francisco Ramos, já está em campo.

Entre muitos desmentidos acerca do papel da ANF no crescimento da despesa com medicamentos em ambulatório, já devolveu a estocada:
"A Associação Nacional das Farmácias desafiou, desta forma, o Governo, a enfrentar os lobbies da indústria farmacêutica e a começar a poupar dinheiro.".
(TSF on line, 29.10.2008).

Afinal, parace que todos andam metido nisto: ANF, INFARMED, APIFARMA...

Só, que: "a auditoria conjunta será realizada pela Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed), a quem cabe a coordenação da acção, a Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) e a Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS)."

Ena, tantos!

O que podemos (devemos) esperar disto?

Panela mexida por muita gente saí comida desenxabida.

O que anda a fazer o IGAS?

12:10 da tarde  

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