Negócio da Saúde
No nosso dia-a-dia informativo, há sempre uma ou dos notícias que, pela positiva ou negativa, nos marcam. Surpreendeu-me ontem saber que a assembleia geral da Sociedade Lusa de Negócios, ex detentora do BPN, arrastada para o abismo pelas manigâncias de Oliveira e Costa e seus acólitos, decidira vender todos os seus activos, à excepção do Grupo Português de Saúde, para gerar liquidez e evitar a falência do grupo. Temos pois que este ramo do negócio lhes pareceu mais promissor que o dos Seguros, Cimentos e Vinhos (Caves Murganheira e Raposeira), e outros que não constavam da notícia.
Curioso, resolvi consultar o site do GPS para conhecer o volume de negócios e os lucros que a sociedade gestora apresentava:
>> O GPSaúde registou elevados níveis de performance económico-financeira, tendo obtido aproximadamente 90 milhões de euros face aos cerca de 86,9 milhões de euros em 2005.
Este resultado foi alcançado através de um crescimento orgânico das suas unidades de saúde, principalmente das unidades hospitalares, a par da aquisição selectiva de unidades de saúde especializadas e diferençadas em sectores específicos.
O enfoque estratégico do GPSaúde na medicina preventiva e na actividade de ambulatório, a par da exigência na prestação eficiente de serviços de saúde de qualidade, resultou no aumento dos principais indicadores de actividade. É de realçar o aumento acentuado das Cirurgias em 68,48%<<
Não constam ainda os resultados de 2007 e, naturalmente, de 2008; sendo porém de prever que os lucros tenham continuado a crescer a bom ritmo tendo em conta a política para a saúde de Luís Filipe Pereira&Correia de Campos e por serem anteriores à declaração da crise financeira mundial do capitalismo que hoje tudo contamina. A própria decisão da AG da SLN de manter apenas no seu âmbito de negócio a Saúde, é por si só esclarecedora das elevadas expectativas que o sector privado continua a acalentar na realização de mais-valias à custa das nossas carcaças.
Não deixa de ser surpreendente esta decisão da SLN quando parece evidente aos olhos do cidadão comum que, por pior que corram as coisas para o Serviço Público, não vai haver espaço para tantos grupos privados no sector e que, face à retracção dos mercados financeiros, os mais fracos serão fagocitados. Surpreende tanto mais a decisão, quando é Ministra da Saúde uma personalidade que aposta no desenvolvimento do SNS e a situação económico-financeira do País recomenda o reforço do papel do Estado na área Social e não só.
Ficará para a história a frase de Isabel Vaz “melhor que o negócio das armas só o da saúde”. Será que a intrépida testa de ferro do grupo BES para o negócio tem mesmo razão ou o capital não acredita na vontade reformadora do SNS do governo de Sócrates?
Curioso, resolvi consultar o site do GPS para conhecer o volume de negócios e os lucros que a sociedade gestora apresentava:
>> O GPSaúde registou elevados níveis de performance económico-financeira, tendo obtido aproximadamente 90 milhões de euros face aos cerca de 86,9 milhões de euros em 2005.
Este resultado foi alcançado através de um crescimento orgânico das suas unidades de saúde, principalmente das unidades hospitalares, a par da aquisição selectiva de unidades de saúde especializadas e diferençadas em sectores específicos.
O enfoque estratégico do GPSaúde na medicina preventiva e na actividade de ambulatório, a par da exigência na prestação eficiente de serviços de saúde de qualidade, resultou no aumento dos principais indicadores de actividade. É de realçar o aumento acentuado das Cirurgias em 68,48%<<
Não constam ainda os resultados de 2007 e, naturalmente, de 2008; sendo porém de prever que os lucros tenham continuado a crescer a bom ritmo tendo em conta a política para a saúde de Luís Filipe Pereira&Correia de Campos e por serem anteriores à declaração da crise financeira mundial do capitalismo que hoje tudo contamina. A própria decisão da AG da SLN de manter apenas no seu âmbito de negócio a Saúde, é por si só esclarecedora das elevadas expectativas que o sector privado continua a acalentar na realização de mais-valias à custa das nossas carcaças.
Não deixa de ser surpreendente esta decisão da SLN quando parece evidente aos olhos do cidadão comum que, por pior que corram as coisas para o Serviço Público, não vai haver espaço para tantos grupos privados no sector e que, face à retracção dos mercados financeiros, os mais fracos serão fagocitados. Surpreende tanto mais a decisão, quando é Ministra da Saúde uma personalidade que aposta no desenvolvimento do SNS e a situação económico-financeira do País recomenda o reforço do papel do Estado na área Social e não só.
Ficará para a história a frase de Isabel Vaz “melhor que o negócio das armas só o da saúde”. Será que a intrépida testa de ferro do grupo BES para o negócio tem mesmo razão ou o capital não acredita na vontade reformadora do SNS do governo de Sócrates?
tá visto
Etiquetas: Tá visto
3 Comments:
Será mesmo possível defender o SNS não tendo a mínima ideia das suas dívidas?
Algum gestor privado continuaria em funções depois de demonstrar tamanha dificuldade em lidar com as questões financeiras?
A mim também me repugna ver a saúde como um negócio.
Mas se a Senhora Ministra delega em terceiros essa responsabilidade e acaba por ser o Dr.Manuel Teixeira a ditar leis, então é que teremos a perspectiva fimanceira como trave mestra do SNS.
Boas Festas para todos.
NEGÓCIOS...
Quanto à capacidade do GPSaúde gerar liquidez à SLN, tenho inquietantes dúvidas.
Os cerca 90 M€s obtidos em 2005 e 2006 não terão sido consumidos nos novos investimentos que, entretanto, foram relizados?
A GPSaúde, embora pertencendo à SLN, não é uma grande credora do BPN?
Estando o BPN "nacionalizado", a SLN em dificuldades, o Estado vai prescindir de cobrar a dívida?
Não será legítimo suspeitar que o GPSaúde vai cair no regaço da CGD (ou se quisermos dos HPP Saúde) por tuta e meia?
2009 poderá ser o ano das múltiplas arrumações no dito mercado da Saúde.
Na mesma senda, 2010, já depois das eleições legislativas, será o ano do SNS.
Então, ou vai ou racha!
Excelente post do "tá visto".
Efectivamente o Plano Estratégico traçado por Miguel Cadilhe assenta na manutenção da GPS.
A política de Saúde de José Sócrates, tal como o teste do algodão, não engana ninguém.
Plano estratégico de Cadilhe foi ontem aprovado em AG.
As opções estratégicas do grupo pós nacionalização do BPN foram aprovadas em assembleia-geral. As áreas de saúde e o petróleo serão a partir de agora os principais focos de actuação da holding, outrora um “império” que tinha na banca - através do BPN - o seu principal activo.
O antigo ministro das Finanças fez o diagnóstico do grupo e avançou com propostas estratégicas para o grupo. Uma apresentação que suscitou várias dúvidas aos accionistas e que acabou por estar em discussão durante mais de duas horas. O presidente da SLN enumerou as áreas consideradas estratégicas para o grupo e os sectores a alienar, incluindo pequenas unidades a fechar. O Grupo Português de Saúde mantém-se, assim, como uma das principais apostas da holding. “A saúde é uma das áreas com mais massa crítica e que se acredita que origine grande rentabilidade”, afirmou fonte da SLN.
DE 21.12.08
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