Contrastes…
… ”O Governo grego vai congelar os salários dos funcionários públicos com um salário bruto superior a 1.700 euros, incluindo juízes e membros do parlamento, anunciou hoje o ministro das Finanças Yiannis Papathanasiou.
Os cidadãos gregos, sem excepção, que tiverem um salário anual superior a 60 mil euros anuais terão de pagar pelo menos 1.000 euros num imposto único este ano, para o país lidar com os efeitos da crise económica mundial, afirmou o ministro das Finanças da Grécia.
"Estas são decisões difíceis mas penso que todos entenderão que esta crise não tem precedentes. Não existe outra opção, senão a de reduzir a despesa pública", explicou Yiannis Papathanasiou.
O ministro anunciou ainda que os pensionistas e funcionários públicos com baixos rendimentos irão receber um pagamento único este ano que poderá ascender aos 500 euros.
O crescimento da economia grega foi revisto em baixa para os 1,1 por cento, de 2,7 por cento iniciais, devido aos efeitos da crise económica mundial.
As últimas previsões apontam ainda para um défice na ordem dos 3,7 por cento do produto interno bruto em 2009”…
…/…
Enquanto isto, em Portugal, para além do generoso aumento de 2,9 % para a função pública continuamos a assistir, todos os dias, à verdadeira “tripa forra” da grande farra remuneratória do sector empresarial público e privado.
Como se tal não bastasse, no sector da saúde, estamos na antecâmara do descalabro remuneratório.
Negligentemente, está a ser escrito, em surdina, o epitáfio do SNS.
A meia dúzia de anos de vista não restará outra alternativa, a um Estado exaurido e desprovido de recursos financeiros que não seja retalhar, via PPP, grande parte do SNS. Os custos operacionais serão insuportáveis e o julgamento sobre a ineficiência do sistema público será impiedoso. O sector empresarial da saúde ficará, definitivamente, comprometido. A distribuição “administrativa e cega” de dinheiro em detrimento da alteração dos modelos de organização e de remuneração tornará, inexoravelmente, insustentável o SNS no curto prazo.
Nunca as corporações e os interesses privados viveram momento tão promissor. Aos sindicatos e às Ordens está a ser oferecida, de bandeja, a satisfação de todas as reivindicações em circunstâncias inéditas na democracia portuguesa. Apenas faltará abrir a garrafa de espumante no primeiro dia da campanha eleitoral (pobre povo contribuinte).
Este é o resultado anunciado do facilitismo.
A ausência de estratégia, a substituição da política pela obsessão de agradar a tudo e a todos, a cedência sem critério às corporações deixará uma terrível marca no SNS.
Os cidadãos gregos, sem excepção, que tiverem um salário anual superior a 60 mil euros anuais terão de pagar pelo menos 1.000 euros num imposto único este ano, para o país lidar com os efeitos da crise económica mundial, afirmou o ministro das Finanças da Grécia.
"Estas são decisões difíceis mas penso que todos entenderão que esta crise não tem precedentes. Não existe outra opção, senão a de reduzir a despesa pública", explicou Yiannis Papathanasiou.
O ministro anunciou ainda que os pensionistas e funcionários públicos com baixos rendimentos irão receber um pagamento único este ano que poderá ascender aos 500 euros.
O crescimento da economia grega foi revisto em baixa para os 1,1 por cento, de 2,7 por cento iniciais, devido aos efeitos da crise económica mundial.
As últimas previsões apontam ainda para um défice na ordem dos 3,7 por cento do produto interno bruto em 2009”…
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Enquanto isto, em Portugal, para além do generoso aumento de 2,9 % para a função pública continuamos a assistir, todos os dias, à verdadeira “tripa forra” da grande farra remuneratória do sector empresarial público e privado.
Como se tal não bastasse, no sector da saúde, estamos na antecâmara do descalabro remuneratório.
Negligentemente, está a ser escrito, em surdina, o epitáfio do SNS.
A meia dúzia de anos de vista não restará outra alternativa, a um Estado exaurido e desprovido de recursos financeiros que não seja retalhar, via PPP, grande parte do SNS. Os custos operacionais serão insuportáveis e o julgamento sobre a ineficiência do sistema público será impiedoso. O sector empresarial da saúde ficará, definitivamente, comprometido. A distribuição “administrativa e cega” de dinheiro em detrimento da alteração dos modelos de organização e de remuneração tornará, inexoravelmente, insustentável o SNS no curto prazo.
Nunca as corporações e os interesses privados viveram momento tão promissor. Aos sindicatos e às Ordens está a ser oferecida, de bandeja, a satisfação de todas as reivindicações em circunstâncias inéditas na democracia portuguesa. Apenas faltará abrir a garrafa de espumante no primeiro dia da campanha eleitoral (pobre povo contribuinte).
Este é o resultado anunciado do facilitismo.
A ausência de estratégia, a substituição da política pela obsessão de agradar a tudo e a todos, a cedência sem critério às corporações deixará uma terrível marca no SNS.
olho vivo
Etiquetas: olho vivo
6 Comments:
Alguém me explica?
«Ministra pede a médicos de família que prescrevam genéricos».
Continuo sem compreender porque é que não é obrigatória a prescrição de genéricos no SNS. link
vital moreira, causa nossa
Doentes exigem mais qualidade
Antes, bastava a melhoria do estado de saúde; agora, o doente procura nos hospitais a melhoria da qualidade de vida e deseja qualidade nos serviços. Estudos feitos por um grupo de reflexão constatam esta realidade.
O retrato e a atitude dos cidadãos estão a mudar face aos hospitais, considera um conjunto de peritos nacionais que estuda temas de saúde e que na reflexão anual de que ontem deu conta se dedicou à análise da "Reorganização dos Cuidados Hospitalares". Luís Campos, que preside à Sociedade de Medicina Interna, uma das entidades participantes no grupo de reflexão "Saúde em Rede", transmitiu conclusões a uma plateia reunida na reitoria da Universidade Nova de Lisboa nas quais são registadas mudanças por parte de quem é tratado nos hospitais portugueses. Hoje em dia, disse, há aspectos que os doentes ou famílias avaliam, desde a acessibilidade ao grau de conforto, à segurança e ao respeito. Por outro lado, se os avanços médicos e tecnológicos têm sido notórios, também por isso os hospitais recebem doentes cada vez mais idosos, com maior incapacidade e mais doenças crónicas. Isto influencia outra realidade: 95% dos internados em hospitais têm necessidade de intervenção/apoio social. E, se melhoraram as condições de acesso, adiantou Luís Campos, regista-se "uma deficiente articulação entre os hospitais e os cuidados continuados e uma deficiente resposta aos doentes crónicos".
A análise sobre a organização dos cuidados hospitalares foi feita por 25 peritos das entidades parceiras deste grupo de reflexão (Escola Nacional de Saúde Pública, Associação Portuguesa para o Desenvolvimento Hospitalar, Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares e Associação Portuguesa de Médicos de Clínica Geral). Outra das conclusões refere a necessidade de pessoal de saúde cada vez mais especializado. "Mas", advertem os peritos, "os doentes precisam também de generalistas que os vejam como um todo". Já antes, Manuel Delgado, da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, indicara como ideal a existência de "um gestor do doente, que o acompanhasse no tempo de internamento" como elemento aglutinador das informações e cuidados prestados, num papel passível de ser desempenhado por médicos generalistas.
Também Manuel Delgado, ao abordar a organização interna dos hospitais, acentuou a "elevada especialização da mão-de-obra e o trabalho intensivo", circunstâncias que deverão ser ter peso no estímulo ao mérito de profissionais e equipas. Mas os incentivos , afirmou, "até podem ser desmotivantes se forem mal dados".
JN 19.03.09
Importante a chamada de atenção de Luís Campos, para a "deficiente articulação entre os hospitais e os cuidados continuados e uma deficiente resposta aos doentes crónicos."
Apesar do esforço digno de registo dos últimos anos, a resposta do SNS, relativamente a este tipo de cuidados, está longe de ser satisfatória.
Na área da despesa com medicamentos, o primeiro-ministro referiu que o Governo tenciona reforçar os apoios, sobretudo aos idosos.
Para os pensionistas que tiverem
rendimentos inferiores ao salário mínimo nacional duplicaremos a comparticipação específica, que acresce ao regime geral, nos medicamentos genéricos, de 15 para 30 por cento», afirmou.
Segundo Sócrates, «isto significa que a comparticipação do Estado passará a ser de 100 por cento nos escalões A e B, que incluem os medicamentos mais usados, prescritos por exemplo para doenças crónicas, hipertensão ou insuficiência cardíaca».
«No escalão C, a comparticipação do Estado passará a ser de 67 por cento; e no escalão D, que abrange um número reduzido de medicamentos, passará a ser de 45 por cento», a
Em Portugal para o Governo não há crise. Há eleições. E como de costume é preciso seduzir a populaça e não só, com uma mão cheia de óbolos.
Quanto à Saúde, temos as PPP para a machadada final.
"Ministra pede a médicos de família que prescrevam genéricos».
Continuo sem compreender porque é que não é obrigatória a prescrição de genéricos no SNS."
vital moreira, causa nossa
"Obrigar" os médicos (sejam de família, hospitalares, ou outros) a restrições na prescrição, seja de que natureza forem, será tão dificil como compelir o Prof. Vital Moreira ministrar o nº. de horas semanais de aulas que, isso sim, a lei já o obriga.
Andamos por aí preocupados com a prescrição electrónica, com a elaboração e a aplicação de guidelines e, eis que chega, do alto de um recente pedestral, uma lufada de fundamentalismo que arrasta atrás a "prescrição obrigatória de genéricos"...
O que diria o dito senhor se eu, enquanto médico, começasse a dar sentenças sobre Direito Constitucional...
Os enciclopedistas, tornam-se, rapidamente, petulantes e cansativos.
Pode ser que a Europa lhe faça bem...
O Olho Vivo esquece-se que o aumento dos funcionários acima do valor previsto da inflação, faz parte de uma estratégia de aumento do poder de compra dos trabalhadores. Uma das medidas correctas para enfrentar a actual crise.
Quanto ao SNS, partilho da sua preocupação. A politica de saúde é, cada vez mais, uma manta de retalhos a deitar tudo a perder.
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