Retrospectiva
O ano de 2008 caracterizou-se por um número significativo de avanços e de recuos no processo de reformas na saúde e particularmente por uma mudança ministerial com impacto na condução da política do ministério. O anterior ministro dotado de grande competência técnica e de forte espírito reformador foi substituído pela actual ministra mais preocupada com a estratégia da aplicação das reformas e com a defesa do SNS.
E este exercício de um ano caracterizou-se pela tomada de medidas positivas e negativas das quais destacamos:
Medidas Positivas
Manutenção das políticas já traçadas e do processo de reformas delineado com estratégia adaptada ao compromisso dos agentes intervenientes nas áreas dos cuidados de saúde primários – criação de Associações de Centros de Saúde (ACE), de Unidades de Saúde Familiares (USF), bem como integração de Centros de Saúde e Hospitais através da manutenção e desenvolvimento de novas Unidades Locais de Saúde (ULS) – dos cuidados de saúde hospitalares – requalificação das urgências, encerramento de blocos de partos e criação de unidades de cuidados paliativos – e finalmente dos cuidados de saúde continuados – desenvolvimento e criação de novas unidades.
O combate às listas de espera cirúrgicas com resultados francamente positivos permitindo a consolidação do programa CIGIC e dando oportunidade a todos os doentes de resolver o seu problema cirúrgico em tempo adequado. A criação do programa PACO, na área de oftalmologia que permitiu debelar, em prazo de tempo muito curto, as listas de espera nesta área, em particular as cataratas, utilizando apenas os meios disponibilizados pelo SNS.
O desenvolvimento do programa “Consulta a Tempo e Horas” na tentativa de resolver as questões de acessibilidade às consultas hospitalares.
O lançamento do Programa de Cirurgia do Ambulatório e em particular a definição de uma meta que passa pela realização de 50 % das cirurgias hospitalares através deste processo.
O pagamento das dívidas hospitalares de forma a permitir pagamentos a prazos não superiores a noventa dias. Trata-se de uma situação ímpar no meio hospitalar que se deseja de manutenção futura.
A construção do primeiro hospital em Parceria Público Privado (PPP).
Medidas Negativas
E este exercício de um ano caracterizou-se pela tomada de medidas positivas e negativas das quais destacamos:
Medidas Positivas
Manutenção das políticas já traçadas e do processo de reformas delineado com estratégia adaptada ao compromisso dos agentes intervenientes nas áreas dos cuidados de saúde primários – criação de Associações de Centros de Saúde (ACE), de Unidades de Saúde Familiares (USF), bem como integração de Centros de Saúde e Hospitais através da manutenção e desenvolvimento de novas Unidades Locais de Saúde (ULS) – dos cuidados de saúde hospitalares – requalificação das urgências, encerramento de blocos de partos e criação de unidades de cuidados paliativos – e finalmente dos cuidados de saúde continuados – desenvolvimento e criação de novas unidades.
O combate às listas de espera cirúrgicas com resultados francamente positivos permitindo a consolidação do programa CIGIC e dando oportunidade a todos os doentes de resolver o seu problema cirúrgico em tempo adequado. A criação do programa PACO, na área de oftalmologia que permitiu debelar, em prazo de tempo muito curto, as listas de espera nesta área, em particular as cataratas, utilizando apenas os meios disponibilizados pelo SNS.
O desenvolvimento do programa “Consulta a Tempo e Horas” na tentativa de resolver as questões de acessibilidade às consultas hospitalares.
O lançamento do Programa de Cirurgia do Ambulatório e em particular a definição de uma meta que passa pela realização de 50 % das cirurgias hospitalares através deste processo.
O pagamento das dívidas hospitalares de forma a permitir pagamentos a prazos não superiores a noventa dias. Trata-se de uma situação ímpar no meio hospitalar que se deseja de manutenção futura.
A construção do primeiro hospital em Parceria Público Privado (PPP).
Medidas Negativas
A redução da pressão para o controlo da despesa hospitalar com maior incidência no consumo de medicamentos que ultrapassou o tecto de despesa de 2,9%, situando-se em 5% no final do ano.
A utilização de verbas do capital estatutário dos hospitais, para resolver problemas de tesouraria e utilizar em despesa corrente. Mais uma intromissão na autonomia dos hospitais e um mau exemplo, que apenas beneficia os hospitais menos eficientes.
O abrandamento ou mesmo paragem do projecto de avaliação das administrações hospitalares, que permitiria responsabilizar e premiar os respectivos desempenhos.
A instalação de farmácias privadas nos hospitais em contraponto ao programa de reforma da farmácia hospitalar anteriormente desenhado.
Com esta análise apenas procuramos enunciar algumas das medidas que nos pareceram mais relevantes no exercício governativo do ano transacto. Outras medidas ficaram por referir, sendo que novos desenvolvimentos implicarão necessariamente a sua abordagem.
A utilização de verbas do capital estatutário dos hospitais, para resolver problemas de tesouraria e utilizar em despesa corrente. Mais uma intromissão na autonomia dos hospitais e um mau exemplo, que apenas beneficia os hospitais menos eficientes.
O abrandamento ou mesmo paragem do projecto de avaliação das administrações hospitalares, que permitiria responsabilizar e premiar os respectivos desempenhos.
A instalação de farmácias privadas nos hospitais em contraponto ao programa de reforma da farmácia hospitalar anteriormente desenhado.
Com esta análise apenas procuramos enunciar algumas das medidas que nos pareceram mais relevantes no exercício governativo do ano transacto. Outras medidas ficaram por referir, sendo que novos desenvolvimentos implicarão necessariamente a sua abordagem.
Pedro Lopes, presidente APAH
Etiquetas: APAH
11 Comments:
Construção do primeiro hospital em Parceria Público Privado (PPP),
entre as medidas positivas?
Positiva porquê?
Oh, dr. Pedro Lopes, o senhor sabe o que é uma PPP? Imagina!
Fartar vilanagem pago pelos contribuintes!
Pobres Administradores Hospitalares, que tal presidente haveis!
E eu que me queixo do Pedro... Nunes!
Deve tratar-se de uma provocação!
O Dr. Pedro Lopes, deve estar a fazer-se ao piso.
Só pode!
Num português que não há nenhum corrector da FNAC que lhe valha, o presidente da APAH tem o desaforo de sair em apoio das PPP.
No ano em que comemora trinta anos de existência, o SNS dá provas de poder continuar a resistir a serventuários desta qualidade (para empregar um termo querido a Anónio Arnault).
O Dr. Pedro Lopes deve ter ouvido aquela história da FIL (ou estava lá), em que a rapaziada AH recém contratada apareceu toda de BMW novos.
O novel presidente da APAH não pára de nos surpreender. Agora acha bem as PPP's e mal as farmácias nos HH's. Será fruto de reflexão teórica, de análise científica ou de "achismo"? Não acredito que seja pelos BMW's. Esta coisa de querer estar bem com Deus e com o Diabo é sempre muito difícil. Opiniões redondas, lideranças redondas conduzem, inevitavelmente, ao vazio. Será que ninguém lhe explica que liderar é afirmar princípios, proclamar valores, afirmar objectivos. É ter programa, definir agenda e lutar por ela. O pior é que fazer escolhas custo muito. Sai do pelo. Compromete lugares futuros e hostiliza os "amiguismos"
A ACRESCENTAR, s.f.f.
Já agora, para além das bacoradas tecidas á volta das PPP´s (a primeira? Fechou o Centro de Reabilitação do Sul - S. Brás de Alportel?), poderia ter acrescentado às suas medidas negativas a Linha Saúde 24, onde se vive um ambiente de instabilidade laboral que o DGS não consegue (ou não tem competência) resolver.
Tanto me faz que a administração da LCS jure a pés juntos que existe um alto grau de satisfação dos cidadãos quanto ao serviço»: 99 por cento dos cidadãos recomendam o serviço.
Os 99 %, fazem-me sorrir e exultar. Até que enfim apareceu algo com votação mais expressiva do que a realizada para Secretário-Geral do PS!
A situação que se vive na Linha Saúde 24 é intolerável, principalmente para o Dr. Francisco George, que vai sendo "queimado" em fogo brando, no meio da sua infindável complacência.
O facto que a Linha continuar a funcionar (com normalidade como pensa a administração da LCS) só pode ser o sepulcral silêncio que precede as grandes tempestades...
A situação actual parece já não ter qualquer saída para além da retirada da concessão à LCS, invocando justa causa, i. e., incompetência na gestão dos recursos humanos.
Quanto aos 99% e melhor guardá-los, no frigorífico, até às próximas eleições. Pode ser que tenham algum préstimo!
Manuel Delgado, volta. Estás perdoado.
Não se compreende o barulho existente relativamente às PPP. Se um privado consegue fazer as coisas 200 milhões de euros mais barato do que fosse o público a fazer, não sei qual é o problema em estarmos a poupar dinheiro, que no final, é de todos nós contribuintes. Mais, se esta oposição toda é pq a JMS irá exercer a gestão do hospital durante 10 anos, então pior. A qualidade dos serviços prestados no HFF nunca foi inferior à prestada nos outros hospitais públicos, para não dizer superior e, a Sociedade Gestora gastou menos do que gastaram os outros hospitais que geralmente são comparados com ele como é o caso do HGO. Os argumentou utilizados por alguns, têm sido pura demagogia e ideológicos.
Não se compreende o barulho existente relativamente às PPP. Se um privado consegue fazer as coisas 200 milhões de euros mais barato do que fosse o público a fazer, não sei qual é o problema em estarmos a poupar dinheiro, que no final, é de todos nós contribuintes. Mais, se esta oposição toda é pq a JMS irá exercer a gestão do hospital durante 10 anos, então pior. A qualidade dos serviços prestados no HFF nunca foi inferior à prestada nos outros hospitais públicos, para não dizer superior e, a Sociedade Gestora gastou menos do que gastaram os outros hospitais que geralmente são comparados com ele como é o caso do HGO. Os argumentou utilizados por alguns, têm sido pura demagogia e ideológicos.
Caro PDD / JRVB
Antes de mais permita-me que saúde a sua vinda ao debate.
Permita-me alguns comentários.
Começa por referir:…”Não se compreende o barulho existente relativamente às PPP. Se um privado consegue fazer as coisas 200 milhões de euros mais barato do que fosse o público a fazer, não sei qual é o problema em estarmos a poupar dinheiro, que no final, é de todos nós contribuintes”…
O problema (como diz o povo) é que “com papas e bolos se enganam os tolos”. Quem lhe garante a si que este “desconto” é firme? Qual a credibilidade de alguém que no espaço de poucos meses altera radicalmente os fundamentos da primeira proposta? Qual a medida da qualidade que refere? Será o caos crónico, por exemplo, do SU do HFF, durante anos, com comprovados riscos de segurança para os utentes e profissionais? Quais os custos indirectos do Estado neste período de exploração do HFF pela JMS? E os custos políticos? Alguém recomendaria um acordo em que o desequilíbrio entre as partes é tão desnivelado que permite, a uma delas (a mais forte) a arrogância de litigar e “arrastar” contas durante sete anos?
Os provérbios populares sustentam muita da melhor reflexão quando, por exemplo, dizem “quando a esmola é muita o pobre desconfia”. Também o BPN e o BPP e tantos outros prometerem tanto e depois foi o que se viu…
O que é facto é que estamos cansados do blá-blá neo-liberal que quando é contrariado no plano das ideias, e confrontado com evidência técnica e científica remata, quase sempre, com o cliché de “pura demagogia e ideológicos”.
Que seja então ideologia mas, por favor, não tratem destes assuntos com argumentário “powerpoint”.
Vamos lá por pontos então. Ninguém me garante a mim que o desconto é firme, é lógico. Se houver derrapagens, então o Estado que estipule no contrato claúsulas que sancionem esse facto. Na 2ª fase, para se ganhar tem de se alterar sempre qualquer coisa de substancial. É óbvio que estamos a falar de mais de 200 milhões de euros, mas no final cá vamos estar para ajuizar. Mais, o Estado sempre que constroi algo, por não ter o know-how, nem capacidade de controlo, as derragens são enormes. A medida da qualidade que refiro são os pressupostos que estavam estipulados no contrato e que a ARSLVT nunca pôs sequer em questão e, por conseguinte, hospitais na esfera pública, não têm um controlo tão grande. Os riscos de segurança para os utentes e funcionários tem de me esplicar. Mais, inquéritos feitos por estudos académicos aos profissionais e utentes, asseguravam que havia, em geral, satisfação. No que diz respeito aos custos politicos, seria interessante enumerá-los para debater consigo um por um. O PSD levou a experiência adiante. Começou com o PS (Maria de Belém Roseira) que por várias ordens de razão não lhe quis logo por um ponto final, e assim sucessivamente. Bem, quanto ao facto da JMS ser a parte mais forte pelo que depreendi das suas palavras, isso depende tudo do ponto de vista. Não sei se sabe, mas uma empresa privada, como é o caso da JMS, precisa de liquidez. Não sei qual o interesse desta em não fechar as contas. Tem muito mais o Estado a ganhar do que a JMS. No primeiro recurso ao Tribunal Arbitral, o Estado é que entrou a reclamar 78milhões, e foi condenado a pagar 43milhões. Quando dá o exemplo da banca, tem de se ter mais cuidado. O BPP é um private banking, um banco de investimento. O BPN não, é um facto. Mas, se a JMS ficar insolvente, o maior problema é dos próprios Mello´s uma vez que é uma empresa sobretudo familiar, ao contrário dos exemplos dos bancos que exemplificou. Acho que aqui vão mais argumentos de word...
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