sábado, junho 20

O problema foi o arranque...


Paula Nanita, passa a entrevista ao "Jornal de Negócios" link a falar de gestão financeira, escondendo os prejuízos das áreas…
Mas qual é, afinal, a qualificação desta gestora?
Licenciada em POLITICA SOCIAL!! ...Depois vemos que tem um Cv de assessorias de SE e em que áreas? "Planeamento e gestão estratégica e desenvolvimento" (sic) da reforma educativa (?) da cultura (?), da SE administração educativa, do Ministro da educação (?).
A perita em gestão financeira vem reconhecer algumas "boas" decisões. Investiu 25 milhões nos serviços partilhados, tendo já uma dívida elevada e grandes prazos de cobrança, como?
1º Hipótese: Associando um parceiro privado que entrasse com parte do capital?
2º Hipótese: Pedindo aos sócios que se constituíssem em sócios da nova entidade?
3º Hipótese: Vendendo património ou fazendo hipoteca sobre ele?
4º Hipótese: Pedindo ao banco crédito de longo prazo, correspondendo ao tempo de vida do investimento, ainda que tivesse que pedir carta de conforto às finanças?
Nada disso...
Optou, antes, pelas modalidades mais caras e mais precárias: descoberto bancário e factoring.
Com essas decisões conseguiu pagar a mais, num ano, 2 milhões de euros em encargos financeiros e já prevê, para 2009, aumentar esse encargo noutros dois milhões (de 0,8 em 2007 para 2,8 em 2008 e 4,8 em 2009).
Agora, passado muito tempo do investimento enorme e do custo brutal do meio de financiamento escolhido, é que vem defender a venda de edifícios e entrada de capital dos associados...
Muito bem!
Precisou de um mandato inteiro para perceber isto.
E depois vem dizer que o "SUCH tradicional é muito dependente de financiamento bancário"... Mas que dizer dos 25 milhões (novo such)?
E diz: "O que falhou foi o arranque da central de compras (Ministério da Saúde)" -
Como se o responsável fosse o ministério!
Afinal que negócios estão a dar lucro?
Não sabemos, mas provavelmente nenhum.
Tiveram 1,5 milhões de prejuízo operacional e à volta de 2,8 milhões de financeiro o que dá os 4,4 milhões de prejuízo.
Se continuam assim ficam sem os anéis e os dedos, que os três milhões da venda dos edifícios não chegam ao fim do ano, visto que com prejuízo operacional igual e 4,8 de resultados financeiros dá 6,3 e os 3 dão para menos de um semestre. Para esta equipa acumular prejuízos.
Mas atenção, que o futuro dos associados há-de ser risonho (promete poupanças de 400 milhões).
Quando?
Até 2013, quando já lá não estiver….
Promete 80 milhões por ano, mas, noutra entrevista, tinha prometido "redução dos custos de 10 a 20%, cerca de 240 milhões de euros por ano (10% de 2,4 mil milhões de euros, valor anual das compras)"!
Prometia arrancar em 2007, agora diz que em 2008 o que falhou foi o arranque.
O problema só pode ter sido do motor de arranque!

SNS-Trave mestra

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6 Comments:

Blogger tambemquero said...

"Os indicadores de liquidez dos hospitais são sempre miseráveis "

Frase do ano.

11:01 da manhã  
Blogger Antunes said...

Que tal outras frases "de fino recorte técnico":

Resultados fatelas;
O "core" não dá...;
Baixar os spreads no lugar de baixar o nível;

11:06 da manhã  
Blogger tambemquero said...

PERPLEXIDADES

Faltou tudo

Segundo o Jornal de Negócios do passado dia 15, o Governo reconduziu a presidente do Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH), Paula Nanita, para mais três anos na presidência deste organismo.
Em entrevista àquele jornal, a administradora, que se confronta com um passivo que atingiu os 57,3 milhões de euros em 2008, mais 54% face a 2005, reage dizendo que estes resultados se devem aos indicadores de liquidez «miseráveis» dos hospitais. Paula Nanita lamenta o facto de o SUCH ser «tradicionalmente muito dependente de financiamento bancário» e reconhece que não conseguiu «ganhar poder negocial com a banca».
Recorde-se que, em Março de 2007, a responsável anunciou o lançamento de um projecto-piloto na área dos «serviços partilhados em compras e logística», uma espécie de central de compras da Saúde, que representaria uma poupança estimada de 221 milhões de euros». Explicou, na altura, que «as maiores vantagens» estariam «na compra de tudo». Até porque, nos casos estudados, o «maior incremento da escala» e o «aumento do poder negocial» estavam na base dos ganhos.
Passados dois anos, além de ter faltado o dinheiro e o poder negocial, faltou, essencialmente, a divulgação e a modernização de uma estrutura que está longe de se posicionar sozinha no mercado. A recondução, essa, não faltou, até porque como no final do ano os hospitais regularizaram as dívidas, já não haverá desculpas para estes resultados. Ou haverá?

Tempo de Meicina 22.06.09

11:11 da manhã  
Blogger DrFeelGood said...

Como o pagode não é avaliado (e não quer, como os professores) as reconduções continuam a fazer-se no silêncio dos gabinetes. No passa palavra. Na recomendação. No favor. No reconhecimento da confiança.

Mas não haverá uma alma bondosa que substitua esta senhora?
Haja ao menos um pouco de dignidade em relação a estas situações extremas!

1:52 da tarde  
Blogger Hospitaisepe said...

Depois da exemplar recuperação do professor Nogueira da Rocha, haveria de haver alguém especialmente talhado para deitar por terra a obra realizada.

Daqui em diante, o futuro do SUCH é particularmente risonho:
Vende-se o património e deixa-se a manutenção dos HHs à mercê da concorrência selvagem dos prestadores externos.
Vê-se mesmo que não aprendemos nada com a actual crise.

2:18 da tarde  
Blogger cotovia said...

É justo dizer, que Paula Nanita se viu a braços com o abandono do presidente da "ACE - Compras Partilhadas em Saúde”,
Luís Pedroso de Lima, e Vice-Presidente do SUCH, que se pôs ao fresco depois de ter encalhado o barco das compras partilhadas.

5:21 da tarde  

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