Melhoria do acesso
Final do governo PSD/CDS (2005). A Lista de Inscritos para Cirurgia (LIC) tinha cerca de 250 mil pessoas. A mediana do tempo de espera era de 8,6 meses. 4.260 pessoas estavam em lista por doença oncológica, com uma mediana de espera de 79 dias. link
30 de Junho de 2009. A LIC tem menos de 170 mil pessoas. A mediana do tempo de espera desceu para 3,4 meses, uma melhoria de 60% em quatro anos. Em oncologia, a lista tem menos 600 inscritos. A mediana do tempo de espera é de 27 dias, ou seja, baixou para cerca de um terço em quatro anos.
Ao longo da legislatura, o acesso dos portugueses aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) melhorou. E muito. Em 2006, foram operadas 330 mil pessoas. Em 2008, este número sobe para 426 mil. A tendência de crescimento mantém-se em 2009. Na área da oncologia, o aumento da resposta do serviço público é ainda mais notório: de 29 mil cirurgias em 2006, passámos para mais de 39 mil, em 2008.
A cirurgia de ambulatório, fortemente estimulada nos hospitais públicos por um programa específico de modernização de instalações e de formação dos profissionais, contribuiu de forma significativa para a melhoria alcançada. Este tipo de cirurgia, em que o doente não chega a pernoitar no hospital, aumenta o conforto e a segurança dos utentes. Em 2005, cerca de uma em cada cinco cirurgias era realizada deste modo. Em 2008, a proporção duplica (40%) e Portugal aproxima-se dos países mais desenvolvidos do mundo. Os dados do primeiro semestre de 2009 revelam que estamos no caminho certo: metade das cirurgias é já realizada em ambulatório. .../
O trabalho na área da saúde é infindável. Cada problema resolvido interpela-nos a uma nova ambição. A desejar mais e melhor. Mas seria profundamente errado não reconhecer o trabalho realizado.
30 de Junho de 2009. A LIC tem menos de 170 mil pessoas. A mediana do tempo de espera desceu para 3,4 meses, uma melhoria de 60% em quatro anos. Em oncologia, a lista tem menos 600 inscritos. A mediana do tempo de espera é de 27 dias, ou seja, baixou para cerca de um terço em quatro anos.
Ao longo da legislatura, o acesso dos portugueses aos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) melhorou. E muito. Em 2006, foram operadas 330 mil pessoas. Em 2008, este número sobe para 426 mil. A tendência de crescimento mantém-se em 2009. Na área da oncologia, o aumento da resposta do serviço público é ainda mais notório: de 29 mil cirurgias em 2006, passámos para mais de 39 mil, em 2008.
A cirurgia de ambulatório, fortemente estimulada nos hospitais públicos por um programa específico de modernização de instalações e de formação dos profissionais, contribuiu de forma significativa para a melhoria alcançada. Este tipo de cirurgia, em que o doente não chega a pernoitar no hospital, aumenta o conforto e a segurança dos utentes. Em 2005, cerca de uma em cada cinco cirurgias era realizada deste modo. Em 2008, a proporção duplica (40%) e Portugal aproxima-se dos países mais desenvolvidos do mundo. Os dados do primeiro semestre de 2009 revelam que estamos no caminho certo: metade das cirurgias é já realizada em ambulatório. .../
O trabalho na área da saúde é infindável. Cada problema resolvido interpela-nos a uma nova ambição. A desejar mais e melhor. Mas seria profundamente errado não reconhecer o trabalho realizado.
Manuel Pizarro, JN 17.08.09
Será, igualmente, um erro ignorar o que falhou. E falhou muita coisa. Desde logo: 20% dos inscritos esperam mais que o tempo máximo razoável. Continua a verificar-se sérias dificuldades em relação a determinadas especialidades, como é o caso da oncologia.link
A escolha e o grande atraso na implementação do Alert link Falta conhecer o tempo que os doentes esperam por uma primeira consulta hospitalar. Que é muito. Basta comparar com o que se passa aqui. link
Foi graças à iniciativa de alguns autarcas em enviar doentes para Cuba, há longos meses em lista de espera, que o Governo decidiu investir 28 milhões de euros na contratualização (além do SIGIC) de 75 mil primeiras consultas e 30 mil cirurgias de oftalmologia (programa PIO). (qual o valor do investimento na programação especial: SIGIC + Pio durante estes anos ?).Surpreendente: A evolução dos indicadores da cirurgia do ambulatório.
Etiquetas: s.n.s. 2
8 Comments:
O secretário de estado da saúde, Manuel Pizarro, resolveu premiar-nos com um artigo bem escrito.
Em relação aos dados da LIC de 2005 há que contar com espurgo, entretanto, efectuado.
É verdade que se registou um aumento sustentado da produção (consultas e cirurgias).
Indispensável apurar o que foi recuperado à custa dos programas especiais e os custos dos respectivos programas.
Avaliar, igualmente, o que não foi cumprido em relação ao programa inicial.
Seria interessante saber-se o que aconteceu em termos da qualidade da prestação cirúrgica, nomeadamente as alterações da taxa de reinternamento pós cirurgico.
Finalmente, comparar o acesso dos nossos doentes com o que se passa em países civilizados onde a espera ou não existe ou não vai além de escassas semanas (não meses).
Para obter bons resultados nesta area é necessário saber programar medidas correctas a longo prazo, aferindo a sua execução com as correcções adequadas.
Esta 2.ª equipa da saúde deste Governo, o que soube fazer nesta matéria foi desenvolver o programa PIO, pressionado pelas circunstâncias.
Por outro lado, o péssimo funcionamento das consultas hospitalares não nos dá uma correcta dimensão deste problema dos doentes do SNS em espera cirúrgica.
Venham outros que estes já deram o que tinham a dar.
É importante no entanto referir que o SIGIC foi criado pelo anterior Governo.
O actual limitou-se a aplicar o sistema que havia sido definido e a criar incentivos adicionais na área de Oftalmologia.
Não lhes tira o mérito, mas talvez fosse sensato partilhá-lo.
No enfiamento da jogada, para utilizar a gíria futebolistica, poder-se-à dizer que o SIGIC é precursor do próximo Governo de Boco Central que aí vem.
Alguém viu os dados do SIGIC referentes a junho 2009, publicados nalgum site (portal da saúde, ACSS, Hospitais epe) ?
Resultados do SIGIC Junho 09 pdf no seguinte
link
Meu caro Xavier: será, de facto, um erro ignorar o que falhou. Mas, uma vez mais, os números impõem uma comparação. Em 31 de Dezembro de 2005 esperavam mais do que o tempo definido como adequado, 54% de 248.404 doentes (mais de 134 mil pessoas). Em 30 de Junho de 2009 estavam na mesma situação 19,5% de 169.461 doentes (cerca de 33 mil pessoas). Isto é, o número dos que esperam por cirurgia mais do que o tempo adequado reduziu-se para menos de ¼.
Também o link para o artigo do Jornal de Notícias que refere um aumento de 15,6% da mediana do tempo de espera para cirurgia por doença oncológica colo rectal merece um apontamento. É que, esses 15%, sendo exactos, traduzem um aumento da mediana de 19 para 21 dias. Trata-se de um daqueles (frequentes) casos em que a variação percentual dá uma imagem muito parcial da realidade.
Os comentários sobre a falta de dados em matéria de acesso à consulta hospitalar são absolutamente pertinentes. Mas não posso deixar de notar que, nestes anos, a procura de cuidados cirúrgicos nos hospitais públicos aumentou muito (22% entre 2006 e 2008, de 427 para 523 mil casos) e também a resposta aumentou muito* (28,8% entre 2006 e 2008, de 330 para 426 mil cirurgias). Se o acesso às consultas não tivesse melhorado poderia ocorrer um tão grande aumento na procura? Outro aspecto relevante é o aumento do número de consultas nos hospitais públicos, de 7.980.851, em 2004, para 9.731.588, em 2008. Esse aumento é ainda mais significativo no caso das primeiras consultas de especialidade que, no mesmo período, passam de 2.009.491, para 2.645.588.
Volto ao ponto essencial do meu artigo: há (sempre) muito a fazer e a melhorar, mas seria injusto e inadequado não reconhecer o largo caminho percorrido!
Manuel Pizarro
*para vincar o meu argumento indico apenas as cirurgias realizadas nos hospitais públicos.
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