terça-feira, setembro 29
Contribuidores
Previous Posts
- HH, Social Network
- e-patient revolution
- Ganhámos
- The Wire
- Our Time
- Votar PS
- Manifesto sobre Política de Saúde
- ACC
- Está quase ...
- Muito mau...
Jornais Nacionais
Jornais do Planeta
Temas de Saúde. Crítica das Políticas de Saúde dos XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX e XXI Governos Constitucionais
9 Comments:
Cada vez pior
O Presidente não esclareceu coisa nenhuma. Não nos consegiu sequer dar uma certeza indispensável: se um assessor seu passou ou não a informação de que havia desconfianças de que o Presidente estaria a ser vigiado. Deu mesmo a entender que, se tal tivesse acontecido (coisa que duvidava, pelo menos com a utilização do seu nome), nenhum mal vinha ao mundo. Seria, veja-se bem, um desabafo. No entanto, apesar das dúvidas, manteve a pessoa em causa na Casa Civil.
Ou seja, em toda esta história, o Presidente não sabia de nada e nada continua a saber. Mas isso não o impede de, na declaração de hoje, alimentar ainda mais um pouco a ideia de que podia (e pode) mesmo estar a ser vigiado. Dizendo, coisa extraordinária, que o sistema informático da Presidência da República não é absolutamente seguro. Coisa que não tentou saber quando surgiram as notícias, mas apenas hoje, antes das suas declarações. Será inseguro, é provável. Todos os que existem no planeta o são. O que não é habitual é o Presidente dizê-lo ao país sem sequer se perceber porquê. Alguem leu os mails do Presidente? Quando? Quais? Quem? De que raio está ele a falar que já toda a gente se perdeu? O mail que foi publicado não era de Belém. Onde raio foi agora ele desencatar esta dúvida?
E as suspeitas que lança, não tendo certezas do que diz, são de uma irresponsabilidade sem nome. Na realidade, o Presidente está a comportar-se como um destabilizador institucional permanete. Das duas uma: ou Cavaco Silva está a ser sincero em toda esta novela e então o seu grau de paranóia é bem superior ao que se julgava; ou está a tentar manipular opinião pública num assunto de uma enorme gravidade e teremos de concluir que o país colocou em Belém um homem perigoso.
Fica só uma dúvida: o que quer o Presidente com tudo isto? Ou nem pensa sequer nisso e está em roda livre. A julgar pelo absurdo da sua declaração de hoje, é o mais provável
Daniel oliveira
Se a demissão do seu assessor Fernando Lima foi o funeral de Cavaco Silva enquanto Presidente da República a sua comunicação oficial foi a missa do sétimo dia. Cavaco Silva fez uma comunicação oficial indigna de um Presidente da República Portuguesa, recorreu à falsificação de factos, fez análises pessoais que não passaram de insinuações, baralhou dados para lançar uma crise institucional apenas para salvar a sua fazer.
Se alguém neste país exibiu um grande conhecimento das conversas de Belém e, portanto, pode ser suspeita de escutas é Manuela Ferreira Leite. A líder do PSD é que por diversas ocasiões antecipou as opiniões do Presidente da República. Ninguém de outro partido disse o que quer que seja em relação à Presidência da República que não tenha saído nos jornais.
Assim sendo, se Cavaco suspeita de que as vulnerabilidades do sistema informático de Belém possibilitou a fuga de informação só se pode queixar de quem fez uso público, Manuela Ferreira Leite e os jornalistas amigos de Belém.
Depois desta comunicação Portugal deixou de ter um Presidente da República, em Belém está um senhor, um tal Cavaco de Boliqueime, que não passa do presidente de 29% dos portugueses.
O Jumento
O mal e a caramunha
Decididamente, o desatino tomou conta o Palácio de Belém. A comunicação de Cavaco Silva há-de ficar nos anais do nonsense político entre nós.
Lembremos os factos. Em Agosto, o Público relata que uma fonte da Presidência da República informa que Belém suspeita de estar a ser "vigiada" pelo Governo. A história é logo transformada num caso de "escutas" a Belém. Cavaco Silva não desmente nem esclarece a acusação, dando a entender que concorda com a grave alegação.
O PSD e explora longamente essa estória contra o Governo e o PS, construindo a teoria da "asfixia democrática", com largo apoio da comunicação social. Cavaco Silva nem se demarca nem se distancia, deixando que a questão renda politicamente ao PSD.
Em Setembro o Diário de Notícias publica um email entre jornalistas do Público -- cuja genuinidade não foi posta em causa --, onde se relata que a fonte da tal noticia era um conhecido assessor de Belém, e que este terá dito que estava a actuar a pedido do Presidente. Nem o dito assessor nem Cavaco Silva desmentiram nem esclareceram os factos relatados no email, apesar do clamor geral nesse sentido.
É evidente que pelo seu silêncio ruidoso, Cavaco Silva deixou que uma história inventada em Belém fosse aproveitada politicamente pelo PSD. Vir agora acusar o PS de ter tentado "arrastá-lo para a luta política" é o cúmulo da hipocrisia e do farisaísmo.
Algo não está bem com o Presidente da República.
Vital Moreira, causa nossa
Discurso de Cavaco: antecâmara de golpe palaciano para entronar PSD+CDS?
Vamos ler os eventos com alguma frieza. Em primeiro lugar, no seu discurso, o Presidente da República truncou a cronologia dos eventos. Começou por falar nas suas férias e respectiva interrupção por uma notícia do Público sobre as acusações de dirigentes do PS respeitantes à participação de assessores da Presidência na elaboração do Programa do PSD. Cavaco encara esta colaboração, explicitamente, com naturalidade. Da mesma forma que na entrevista de Agosto à RTP, Manuela Ferreira Leite dizia que achava que grave não era saber se havia ou não assessores do Presidente a auxiliar na elaboração do Programa. Grave, para MFL, era haver preocupação com isso, como se as pessoas não tivessem directo.
Não deixa de ser curioso o alinhamento do discurso de hoje do PR com o discurso de MFL nessa entrevista. E não deixa de ser curioso que nenhum dos dois pareça preocupado com a delimitação do círculo de divisão institucional entre um PR de todos os portugueses, e um presidente que empresta staff ao partido a que sempre pertenceu para colaborar num programa destinado a umas eleições legislativas. À mulher de César não basta ser séria. É preciso parecê-lo. E nem Cavaco nem Manuela percebem isto.
Em segundo lugar, Aníbal Cavaco Silva salta no seu discurso por cima da notícia do Público sobre a sensação de vigilância que haveria em Belém, em Abril de 2008, aquando da viagem à Madeira, para a notícia sobre a revelação pelo DN de correspondência interna de jornalistas do Público. E em lugar de explicar se autorizou ou não Fernando Lima a tomar a posição que tomou, centra-se na questão dos assessores a colaborarem com o programa do PSD para levantar a hipótese de existirem assessores do Presidente sob vigilância.
Isto é, Cavaco escamoteia a história que o seu homem de confiança contou ao Público, em Abril de 2008, escamoteia a notícia do Público de meados de Agosto de 2009 que se recusou a comentar, mas levanta a suspeita de vigilâncias novamente (já que o email do DN desdunadava que a viagem à Madeira era de facto uma inventona) de a presidência estar a ser vigiada partindo das declarações de alguns militantes socialistas sobre a colaboração da Presidência no Programa do PS.
Chuta para canto a demissão de Fernando Lima, e cria um novo caso, que abre um conflito institucional claro com o PS e com o PM, já que levantou a hipótese de o Governo, que tem um chefe, o estar a vigiar.
Poderá parecer estranha a narrativa do PR, e parecer estranho que ele venha depois das eleições abrir este conflito institucional. Mas quem acha natural que os seus assessores colaborem com o seu partido, não tem sentido da Presidência. E, nessa medida, pode estar a iniciar uma ofensiva muito mais forte contra o PS.
Cavaco estará a entender que a Constituição lhe dá margem para não indigitar José Sócrates como PM. É preparar-se para convidar o PSD+CDS a formar governo. Minoritário, mas com mais deputados que o PS. É um atentado à democracia? É. Tenho a certeza que o fará? Não. Mas porque escolheu então este momento para reforçar suspeitas sobre o PM e o Governo, com base num assunto que nem estava em discussão? Nunca ninguém pensou em computadores vigiados na presidência porque os emails revelados não eram daí.
Há algo de bizarro no comportamento e no discurso do PR. E a eventual golpada constitucional pode ser a explicação plausível.
Seguem-se tempos complexos. O rigor democrático e a paixão pela democracia nunca foram apanágio da ala cavaquista do PSD. Há que ler com atenção os sinais próximos.
Carlos Santos, o valor das ideias
Mas isto existe?
O senhor presidente ouviu diversas entidades e ficou a saber que existem vulnerabilidades. O que é que esta porra quer dizer?
Rogério da Costa Pereira
Questões de informática
Afinal, as questões de segurança são problemas da própria presidência e nada têm a ver com o governo ou com o PS. Se ignorarmos a parte digressiva da declaração de Cavaco (refiro-me, é óbvio, às críticas aos deputados do PS que, segundo Cavaco, tentaram colar a presidência ao PSD), o caso das escutas passou a ser apenas o caso das vulnerabilidades do sistema informático da presidência. Não há escutas, há apenas a possibilidade de haver escutas porque o sistema informático da presidência é fraquito. Parece-me evidente que a presidência está a precisar de um choque tecnológico. Mãos à obra, senhor Presidente.
João Galamba
Aí está Cavaco Silva a dar mais uma ajudinha ao PSD. Desta vez para as eleições autárquicas.
Baixo nível
O que queriam que Cavaco Silva dissesse nesta sua última comunicação solene ao país ?
Que tem andado a conspirar contra o Governo, plantando notícias falsas nos jornais?!...
É evidente, que a única coisa que CS pode fazer nesta altura (de tão enterrado que está) é lançar cortinas de fumo numa tentativa patética de baralhar os portugueses.
O que é evidente é que o PR, Cavaco Silva, deixou de ser, uma vez por todas , o pivot da estabilidade do nosso sistema político.
CS passou a ser mais um dos protagonistas da zaragata de peixeiras em que se tornou a nossa agenda política.
A crítica mais rápida e certeira ao discurso do Presidente foi a dos Gatos.
Tão rápida e tão certeira que me deixaram fortes dúvidas.Não terão eles tido acesso antecipado ao texto da comunicação?
Cautela Sr. Presidente, o seu sistema deve ser mesmo muito vulnerável!
Enviar um comentário
<< Home