domingo, janeiro 10

Privatização de Hospitais é ineficaz

Hospital Fernando da Fonseca
Sou dos que acreditam que Portugal necessita de medidas difíceis e corajosas que passam certamente pela redução da despesa pública e pelo aumento das suas receitas - seja através de impostos, contribuições e taxas pelos serviços (moderadoras na saúde).
As medidas devem acrescentar valor, em melhorias da competitividade, do desenvolvimento das pessoas e da qualidade de vida, gerando benefícios superiores aos custos para a sociedade.

A privatização dos hospitais é ineficaz na redução da despesa de saúde e provocaria problemas no capital humano, por menor saúde e produtividade, e na coesão social, por desproteger quem mais precisa de saúde (pobres) e aumentar a desigualdade social existente.

A Escola de Chicago, link conhecida pelo seu liberalismo extremo, propunha a privatização da saúde, do ensino e da segurança social. Mas até o governo conservador da Sr.ª Tatcher recusou a privatização da saúde e do ensino, precisamente pela sua ineficácia (economia) e pela reacção popular que provocaria (política).

Portugal é um país pobre, desigual, em que dois terços das pessoas votam em partidos de ideologia social-democrata e em que o Estado é omnipresente, mesmo nas empresas que não dispensam o seu apoio.
Como acreditar que o estado social, modelo vigente em toda a EU, deve acabar em Portugal?
Mas é isso que é proposto (pelo professor Daniel Bessa).link

Hermes

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4 Comments:

Blogger SNS -Trave Mestra said...

Administradores vão ser avaliados

Outra das medidas que «garantidamente» vai ser posta em prática, segundo Óscar Gaspar, é a avaliação das administrações hospitalares. Sem entrar em pormenores, o secretário de Estado da Saúde indicou que o Executivo «vai avançar com novas metodologias de afectação de financiamento das administrações regionais de Saúde e dos hospitais EPE», que se caracterizam por passar a dar «maior peso às componentes de qualidade, ganhos de saúde e sustentabilidade, e um peso algo menor à produção propriamente dita».
Acompanhando o que parece ser a tendência de apostar na contenção da despesa para cumprir o desígnio da sustentabilidade financeira do Serviço Nacional de Saúde (SNS), apontada por Óscar Gaspar como uma das prioridades da equipa do seu Ministério, este responsável indicou ainda que se pretende fazer um «acompanhamento mais próximo às grandes entidades com despesa no SNS». Além disso, mencionou o avanço dos serviços partilhados dos hospitais, a partir dos quais o Estado espera «poupar até 400 milhões de euros anuais», em «velocidade cruzeiro».
Questionado sobre os aparentes indícios de desequilíbrio das contas na Saúde, Óscar Gaspar não negou que a «dívida é grande», mas lembrou que esta, «em 30 de Novembro de 2009, era inferior à de 30 de Novembro de 2008». Afirmando que o Executivo tem estado atento ao assunto, o secretário de Estado explicou que se está «a trabalhar, quer com a Associação Nacional das Farmácias quer com a Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica, no sentido de estabelecer um diálogo que nos permita acomodar as dívidas à dimensão actual». Além disso, o governante adiantou que vai haver «verbas para a resolução da dívida existente no SNS», no âmbito do Orçamento do Estado.

TM 11.01.10

A melhor forma de prevenir estes devaneios como a Privatização de Hospitais, é fazer da Sustentabilidade do SNS o objectivo prioritário da Política de Saúde para 2010.

8:13 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu hoje que será encontrada uma solução para os novos doentes do Hospital de Braga para as especialidades de infecciologia, nefrologia, reumatologia e imunoalergologia, que o hospital vai deixar de receber link

Mais um episódio das PPP à Portuguesa. Quando a procissão ainda vai no adro.

4:33 da tarde  
Blogger Clara said...

IARC – International Agency for Research on Cancer – prevê que em 2030 a incidência do cancro duplicará e será a doença que mundialmente mais mortes irá provocar. Será o principal problema de saúde pública dos países mais desenvolvidos.
Esta situação alarmante é corroborada pela Organização Mundial de Saúde, apontando como causas fundamentais o aumento da esperança de vida, o consumo de tabaco, os estilos de vida pouco saudáveis e os comportamentos de risco. Serão esperados 27 milhões de novos casos/ano e 17 milhões de mortes/ano.
Igualmente também é de realçar que até há pouco o cancro era olhado como uma doença dos países mais desenvolvidos e industrializados, contudo o que acontece actualmente é que todos os anos se verifica que esta doença mata mais do que a sida, a tuberculose e a malária, em conjunto.
São aspectos alarmantes que obrigaram grande parte dos países a repensar a situação, tal como recentemente a Comunidade Europeia, que apostaram na prevenção primária e secundária (rastreios), na concentração de meios e numa melhor e também mais bem organizada política oncológica.
É por isso que consideramos que o documento elaborado pelo Ministério da Saúde, através da sua coordenação oncológica, é um documento importante, corajoso, se consequente, e que lança uma pedrada no charco da oncologia nacional.
Não é um documento de concordância, é sim um apelo à discussão, à concentração de meios e à melhoria da qualidade do diagnóstico e tratamento do doente que tem cancro. Estamos na Europa e algumas práticas em oncologia no nosso país são completamente terceiro-mundistas. Neste momento qualquer hospital pode tratar doentes oncológicos a seu bel-prazer e muitos deles sem terem um mínimo de condições. É perfeitamente dramático que em alguns hospitais se operem meia dúzia de doentes oncológicos ou que se façam tratamentos de quimioterapia a algumas dezenas de doentes. Há que pôr ponto final a esta situação!
O doente oncológico é um doente muito especial, que tem de ter um tratamento conduzido por uma equipa multidisciplinar – cirurgião, oncologista médico, radioterapeuta e outras especialidades – que diagnostiquem e indiquem com precisão o tratamento sequencial a realizar atempadamente. É por isso que há a necessidade de acabar com práticas em vários hospitais que realizam tratamentos oncológicos que não correspondam a estes parâmetros, de concentrar recursos, de ter bom senso nas decisões e actuar de modo consequente. É uma questão de qualidade, de rentabilidade, de acessibilidade e de economia de meios e recursos.
.../ (cont.)

Vitor Veloso, JP 10.01.10

2:12 da tarde  
Blogger Clara said...

.../ (cont.)

O documento elaborado merece, na generalidade, aplauso; pode fazer história no país, após uma discussão produtiva e construtiva.
Também é evidente que não poderemos concordar que não haja uma fase de transição, pois há hospitais do interior que poderão e deverão ter um “tratamento especial” para atingirem os mínimos adequados à boa prática do tratamento do doente com cancro.
É por isso que esperamos que os óbices apontados por muitos possam ser completamente erradicados com esta situação de transição, esperando que o Ministério da Saúde proporcione a estes hospitais os recursos humanos necessários – oncologistas médicos, radioterapeutas, enfermagem e técnicos especializados, bem como os equipamentos e medicamentos necessários e, ainda, o apoio através de protocolos com hospitais especializados. Há necessidade de resolver urgentemente estas situações, nomeadamente a dos recursos humanos, quer através da formação de novos profissionais nas várias áreas em falta, ou estudar outras possíveis soluções.
Este documento não pode ser apreciado como sendo um decalque à situação criada pelo encerramento das maternidades. Qualquer comparação só poderá ser encarada como uma necessidade de afirmação política, que, embora eventualmente generosa, não tem qualquer consistência científica e real.
Haverá reacções, protestos, pressões políticas centrais e locais, mas penso que todas estas situações deverão ser resolvidas e ultrapassadas de modo a beneficiarem a população em geral e dar um passo em frente na resolução deste grave problema de saúde pública.
Repito que é um documento corajoso, que obviamente mterá de ser beneficiado e adaptado em relação a hospitais do interior, mas que representará um avanço indiscutível na qualidade do diagnóstico e tratamento do doente com cancro.

Vítor Veloso, Oncologista, presidente do Núcleo Regional do Norte da Liga Portuguesa Contra o Cancro

JP 10.01.10

2:13 da tarde  

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