sábado, junho 26

A deriva do SNS

A ERS descobriu a galinha dos ovos de oiro. Depois de ter entrado de mansinho a fazer de advogado de defesa do sector privado descobriu o inesgotável filão do sector público. link
Deste modo poderá constituir um imenso pecúlio financeiro e, consequentemente, consolidar e tornar perene o seu poder. A “coimização” do sistema de saúde fará com que a ERS se venha a constituir num dos mais atraentes e apetitosos jobs para as clientelas partidárias (actuais e futuras) tal a dimensão que terá a infindável “captação de fundos”.

Senão vejamos:

…”Pelo menos 51 hospitais e grupos hospitalares foram alvo de processos de contra-ordenação por incumprimento dos tempos de espera no acesso a primeiras consultas. Álvaro Almeida, presidente da Entidade Reguladora da Saúde (ERS), garantiu ao DN que estes processos abrangem a quase totalidade dos hospitais, mas "nenhum está ainda concluído". Já os hospitais alegam que têm de cumprir os contratos com a ARS, o que dificulta o cumprimento. Vários hospitais contactados pelo DN já enviaram o contraditório. Fonte do Hospital Amadora-Sintra diz que a pior especialidade é oftalmologia. A justificação apresentada não será a falta de recursos, mas "o cumprimento dos contratos-programa com a Administração Regional de Saúde. Vamos fazer sete mil consultas da especialidade e a ARS quer uma redução. Se fizermos mais, a ARS não nos paga ou o valor a mais é residual e vai dar prejuízo. Mas depois a ERS multa-nos porque há doentes à espera, mesmo por aqueles que não estão inscritos”…

É caso para dizer: organizem-se…ou então as ARS e o MS que paguem as multas…

Sempre pendular o presidente da APAH nunca se compromete fazendo sempre lembrar a rábula dos gatos fedorentos e do Prof. Marcelo: …”pode ser mas também pode não ser”…

…”Pedro Lopes, presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, diz que "não é possível os hospitais cumprirem os tempos em tudo neste momento. Isto passou-se com a cirurgia". As coimas "fazem sentido para pressionar ao cumprimento, mas é normal que sejam apenas simbólicas nesta fase”…

Saloio

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5 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Até ao final de 2011 todas as unidades do sistema nacional de Saúde deverão ter criada e implementada uma equipa de emergência médica intra-hospitalar (EEMI) para dar resposta a «toda a população da instituição, incluindo, além dos doentes internados, utentes das consultas, visitantes, profissionais de saúde, etc.». Esta é uma determinação da Direcção-Geral da Saúde (DGS), por recomendação do Departamento da Qualidade na Saúde, através de circular normativa emitida no passado dia 15 (www.dgs.pt).
A DGS justifica a necessidade de criar as EEMI com «estudos que demonstram que há variabilidade na mortalidade intra-hospitalar durante os dias de semana, com o aumento da mortalidade durante os fins-de-semana e à noite», tendo sido este «efeito de fim-de-semana também verificado em hospitais portugueses».
Cada hospital deverá, «de acordo com a sua organização interna e recursos disponíveis, assegurar a existência, 24 horas por dia, 365 dias/ano, de uma EEMI», que «deve ser constituída por um médico e um enfermeiro com competências em abordagem avançada da via aérea, técnicas de reanimação e, preferencialmente, formação em emergência/intensivismo», pode ler-se na circular.
Para um cabal cumprimento das tarefas «é necessário e imprescindível formar todos os profissionais da instituição, mesmo das áreas não clínicas, em suporte básico de vida, em monitorização clínica, em critérios de activação da EEMI e no seu papel no funcionamento do sistema», alerta a DGS.
A equipa de emergência «deve transportar sempre consigo, além do material de via aérea, material de acesso endovascular, fármacos de emergência e um monitor / desfibrilhador», recomenda ainda aquela instituição.
A implementação das EEMI começará pelos hospitais com serviços ou unidades de cuidados intensivos e «é previsível que esta primeira fase esteja concluída até ao final de 2010».

Tempo de Medicina, 28.06.10

12:09 da manhã  
Blogger Olinda said...

Razões que a razão desconhece…

Saúde: CDS/PP propõe obrigatoriedade da prescrição de medicamentos por substância ativa

…”O CDS/PP propôs ao Parlamento a obrigatoriedade da prescrição por substância ativa, garantindo assim aos pensionistas com menos de 419 mensais uma comparticipação efetiva de 100 por cento. Actualmente, aqueles reformados beneficiam de uma comparticipação total desde que o preço de venda ao público do medicamento esteja entre os cinco valores mais baixos para esse tipo de fármaco. Em declarações à agência Lusa, a deputada Teresa Caeiro explicou que muitas vezes isso não acontece, porque os médicos prescrevem por substância activa e por marca, não garantindo assim que o valor está entre os cinco mais baratos”…

Porque será que o MS persiste em lateralizar em vez de optar por medidas eficazes e justas? Porque razão a prescrição por DCI (inscrita na Lei) não é, pura e simplesmente aplicada? Razões que a razão desconhece…

É por esta e por outras que o Governo (com a ajuda deste inepto MS) se afunda cada vez mais…

10:00 da manhã  
Blogger Adamastor said...

Afundanço

…”O PSD alcança 47,7% das intenções de voto e o PS cai para 24,1%, segundo a sondagem de Junho da Marktest para o Diário Económico e TSF. Dois para um. É esta a relação de forças entre PSD e PS, com o partido de Pedro Passos Coelho a ter em Junho 47,7% das intenções de voto (mais quatro pontos percentuais do que em Maio) e o PS a cair dos 27,6% no último mês, para 24,1% em Junho. Pela primeira vez desde que José Sócrates é líder dos socialistas, um dos dois principais partidos políticos vale metade dos votos do seu principal adversário. Mas é já a terceira vez consecutiva que o barómetro da Marktest para o Diário Económico e TSF aponta para um reforço das intenções de voto no PSD e uma queda dos socialistas, ou seja, desde a chegada de Passos Coelho à liderança. Caso este resultado fosse validado em urnas, o PSD obteria a maioria absoluta sem necessidade de coligações e o PS regressaria a um resultado ao nível do obtido em 1987 (22%), quando Cavaco Silva alcançou a sua primeira maioria absoluta”

Com o epicentro no MOP prossegue o terramoto em que se auto dissolve o socratismo. O último dos casos conhecidos (SCUT’s, Chip’s, assessor, Paulo Campos e empresa privada) é apenas mais um de entre muitos. Na penumbra da promiscuidade entre interesses públicos e negócios privados há nomes e organismos que se repetem. O MOP e alguns dos seus protagonistas ficarão na história como o ingrediente fulcral na construção de um modelo de poder e, ao mesmo tempo, como um dos principais factores de alienação e destruição desse mesmo poder. Se o partido socialista não se livrar rapidamente de Sócrates e da sua tribo enfrentará uma derrota humilhante e um afastamento por muitos e duradouros do governo do país.

4:08 da tarde  
Blogger Felismina said...

E se em vez do Ministério do “Apelo” tivéssemos um Ministério da Saúde que governasse?

Revisão de Imprensa

Ana Jorge apela à «compaixão» dos médicos «na relação com os doentes»
Ana Jorge apela à "boa gestão" dos hospitais
Ana Jorge apela a uma maior articulação entre especialistas em saúde mental infantil
Ana Jorge apela à união dos especialistas de Medicina Interna
Ana Jorge apela ao «bom senso» dos enfermeiros
Ana Jorge apela para solidariedade em tempos de crise e de risco pandémico
Ana Jorge desconhece falhas na formação dos médicos
Ana Jorge não sabe dívida
Ana Jorge pede a utentes para denunciarem atrasos das farmácias
Ana Jorge quer articulação entre ministério e medicina legal
Ana Jorge reconhece má articulação entre médicos de família e pneumologistas no combate contra a tuberculose
Ana Jorge: Venda de medicamentos em unidose é "difícil de implementar"
Enfermeiros: Ministra apela ao "bom senso"
Gripe A/H1N1: Ana Jorge apela à vacinação das grávidas
Gripe A: Ana Jorge desconhece que vacina esteja disponível noutros países
Ministério da Saúde com plano especial de contratação de clínicos aposentados por três anos - Governo desconhece quanto custará medida excepcional
Ministério não é "paizinho" dos hospitais
Ministra apela à manutenção do SNS
Ministra apela à população para evitar auto-medicação
Ministra apela a prescrição de genéricos
Ministra apela à racionalização na prescrição de exames e medicamentos
Ministra apela aos doentes em listas de espera há mais de dois anos que contactem os serviços
Ministra apela aos médicos para recomendarem vacinação
Ministra apela aos médicos que pensem bem antes de pedirem a reforma antecipada
Ministra apela aos médicos: prescrevam o mais barato
Ministra apela às grávidas para que se vacinem e responsabiliza médicos
Ministra da Saúde desconhece falta de vacinas do tétano
Ministra desconhece aumento das dívidas à indústria farmacêutica
Ministra diz que utentes devem denunciar falhas nas farmácias
Ministra não comenta dívidas hospitalares à indústria farmacêutica
Ministra não comenta prejuízos dos hospitais EPE
Ministra pede mais articulação entre serviços para melhorar a resposta a doentes crónicos
Prematuros: privados acusam Ana Jorge de desconhecer realidade do país
Seia: «algumas camas» retiradas após inauguração do hospital. A ministra da Saúde, Ana Jorge, confrontada hoje com o assunto, disse desconhecer «totalmente» que a mobília da unidade de cuidados continuados integrados de Seia tenha sido retirada dias depois da inauguração

5:11 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Adalberto Campos Fernandes recordou os cinco anos passados no CHLN
«Não se avançou na reforma dos recursos humanos»

Recordar como viveu «a fantástica aventura» de dirigir uma estrutura gigantesca do Serviço Nacional de Saúde foi o desafio lançado pela Escola Nacional de Saúde Pública a Adalberto Campos Fernandes.

Foram cinco anos à frente do Hospital de Santa Maria (HSM), ao qual mais tarde se viria a juntar o Hospital de Pulido Valente (HPP) para formar o Centro Hospitalar Lisboa Norte (CHLN). E depois de tantas transformações operadas numa das maiores unidades hospitalares do País, quando questionado sobre que barreiras mais dificultaram o trabalho de gerir as duas unidades, Adalberto Campos Fernandes, «claramente» e sem hesitações, apontou: «Não se avançou na reforma dos recursos humanos.»

A afirmação surgiu em resposta a uma questão da assistência que no passado dia 9 foi ouvir a conferência do médico, intitulada «Inovar num hospital português», integrada nos seminários da Escola Nacional de Saúde Pública sobre «Saúde, inovação e empreendedorismo». Adalberto Campos Fernandes reconheceu na altura que «o grande problema» na gestão dos recursos humanos hospitalares é os administradores não poderem ter «estratégias» para «gerir os talentos» e o «mérito». Aliás, na opinião do ex-responsável do CHLN, se os administradores tivessem a autonomia para a diferenciação segundo o desempenho haveria «um incremento» da actividade em pelo menos «10%».

Olhar de outra forma para o modelo organizacional das unidades é, então, uma das prioridades identificadas pelo administrador que deixou o CHLN no início deste ano. E para que as transformações aconteçam deve ser dada «maior autonomia» aos hospitais para estes, com «criatividade», encontrarem modelos de gestão de equipas adaptados à sua cultura específica que premeiem o mérito e o desempenho, quer se esteja a falar em modelos de centros de responsabilidade integrada (CRI) ou de unidades de saúde familiar adaptadas à realidade hospitalar.
Adalberto Campos Fernandes deixou ainda uma sugestão nesta matéria: «Valia a pena pegar em dois ou três hospitais médios e pô-los a trabalhar em dedicação exclusiva, um CRI a tempo inteiro, e depois ir observar os ganhos de eficiência, de fidelização dos recursos e a motivação dos profissionais».

Tempo Medicina


Destas declarações de ACF saliento apenas o último parágrafo, sugestão já aqui postada no Saúde SA. É que valia mesmo a pena, mas com Ana Jorge já não irá ser possível. Enredada em contradições entre o que seria o sentido do seu desejo reformador e a capacidade concretizadora dessas mesmas vontades, a Ministra vai-se arrastando penosamente à frente da pasta da Saúde.
Profissional de excelência na área médica, dedicada ao Serviço Público, não conseguiu operar no sector uma transformação fundamental á sobrevivência do SNS, a implementação de medidas que conduzissem à valorização dos recursos humanos. Tal como antes, o trigo e o joio, são tratados e distinguidos da mesma forma. Cada vez mais as coisas só funcionam injectando dinheiro cegamente através de programas de recuperação de listas de espera, ou, nova vertente, aplicando coimas, cegamente, a quem não cumpriu atempadamente os programas de consulta a tempo e horas.
As coisas chegaram a um ponto tal que, até de Teresa Caeiro, Ana Jorge recebe lições de defesa da causa pública. Recomenda a deputado do CDS que a prescrição de medicamentos por princípio activo deveria ser obrigatória, contrapõe a Ministra que tudo que seja feito por imposição e contra os profissionais não terá o mesmo sucesso que tem quando há um envolvimento de médicos e farmacêuticos, apelando aos médicos que atentem na condição social do doente quando prescrevem.
Por favor senhora Ministra, não coloque os interesses dos doentes e dos contribuintes, na dependência da subjectividade das decisões dos profissionais de saúde.

7:08 da tarde  

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