Um País, dois Sistemas
foto JP
O actual governo parece ter descoberto as virtudes do pragmatismo maoista adoptando o modelo de “um país, dois sistemas”. Com efeito enquanto o Ministro das Finanças se esvai inventando medidas e contra-medidas para evitar o “afundanço” definitivo, enquanto a generalidade dos cidadãos e das famílias são agredidos com um verdadeiro bullying fiscal, enquanto a generalidade dos trabalhadores da função pública vê cortados ou reduzidos os salários, enquanto 600 000 portugueses se vêem privados de uma oportunidade de trabalho, enquanto aguardamos que em Agosto a Moody’s nos classifique de junk, enquanto o desespero prolifera, enquanto a descrença ganha espaço na João Crisóstomo vive-se num ambiente verdadeiramente liliputiano.
Como se vivesse noutra galáxia o MS deambula numa esquizofrenia táctica, incompreensível e errática. Ora manda cortar nos toalhetes, ora decide aumentar os enfermeiros, ora manda fechar urgências pediátricas, ora decide aumentar os médicos, ora manda cortar nos medicamentos nos hospitais, ora derrete milhões por erros informáticos nas farmácias e nos medicamentos gratuitos a rodos, ora manda cortar nas horas extraordinárias, ora continua a não cortar nas centenas de viagens ao estrangeiro feitas pelas centenas de dirigentes.
Enfim, confuso, imperceptível ou a genialidade do pragmatismo à portuguesa.
Como se vivesse noutra galáxia o MS deambula numa esquizofrenia táctica, incompreensível e errática. Ora manda cortar nos toalhetes, ora decide aumentar os enfermeiros, ora manda fechar urgências pediátricas, ora decide aumentar os médicos, ora manda cortar nos medicamentos nos hospitais, ora derrete milhões por erros informáticos nas farmácias e nos medicamentos gratuitos a rodos, ora manda cortar nas horas extraordinárias, ora continua a não cortar nas centenas de viagens ao estrangeiro feitas pelas centenas de dirigentes.
Enfim, confuso, imperceptível ou a genialidade do pragmatismo à portuguesa.
Olinda
Etiquetas: Crise e politica de saúde
1 Comments:
Este excelente post fez-me recordar a matriz que o professor Ernâni Lopes utiliza para explicar a diferença entre uma abordagem superficial e uma abordagem em profundidade, dos problemas do país, em função do tempo, espaço e modo de acção.
Adaptando essa matriz à análise das acções anunciadas para diminuir os custos da saúde, diria que elas relevam duma abordagem simples, imediatista, focalizada em cada instituição, de per si, e traduzida em medidas concretas, de projecção mediática.
Mas é muito mais importante, porque indispensável, uma análise em profundidade, com um horizonte de médio/longo prazo, abrangendo a globalidade do sistema e visando a mudança de valores, atitudes e padrões de comportamento.
Até se compreende a necessidade de intervir no imediato. Mas, olhando para as listagens de medidas publicadas, fico com a sensação que estes TPAs (técnicos de poupança nos agrafes) jamais ouviram falar na Lei de Pareto.
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