quinta-feira, agosto 19

Desfaçatez

…” A Apifarma reiterou hoje que a dívida das unidades do Serviço Nacional de Saúde (SNS) às empresas suas associadas é, em Julho deste ano, de 929,5 milhões de euros, depois de a tutela ter rejeitado estes valores. De acordo com o relatório mensal da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), divulgado na segunda-feira, as dívidas dos hospitais à indústria farmacêutica subiram dois milhões de euros por dia durante o mês de Julho, totalizando quase 930 milhões, demorando agora as unidades de saúde 349 dias para pagar aos fornecedores. Contudo, estes valores não foram confirmados pelo Ministério da Saúde, que garantiu na terça-feira que irá empenhar-se na resolução do problema. «O Ministério da Saúde não confirma os valores referidos pela Apifarma. No entanto, reafirma-se o empenho em reduzir o volume da dívida dos hospitais à indústria farmacêutica, bem como em manter a redução dos prazos médios de pagamento que se tem paulatinamente registado», disse fonte do ministério, por escrito, à Lusa” … link

Perante a fragilidade do MS o “império contra-ataca”. Já nem se coíbem de “provocar” o MS desmentindo os desmentidos. É o preço das sucessivas cedências, ao longo dos anos, errando o alvo e fazendo da ANF o grande “inimigo do povo” ao mesmo tempo que se foram aparando todo o tipo de interesses da IF. Se fossem explicados ao “mesmo povo” os verdadeiros números e a “selva” em que Portugal tem vivido, na área do medicamento, outro galo cantaria. A IF já percebeu que com este MS nenhuma das medidas que os poria no lugar será concretizada e apenas terão de se confrontar com mais uma série de “apelos” da senhora ministra. Até lá vão afrontando o Estado (que tão bem os tem alimentado nas últimas décadas) perante a apatia do MS e do Infarmed.

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5 Comments:

Blogger Unknown said...

E do PNS 2011-2016 não se fala?

5:25 da manhã  
Blogger Clara said...

As fragilidades em relação a este dossier da indústria são várias.
A começar na promiscuidade existente entre laboratórios e classe médica.
Todos se lembram do episódio rídiculo das viagens dos médicos à Malásia com brincadeiras de piratinhas.
Depois temos as fragilidades dos governantes que, por razão ou por outra, se curvam ao poder dos laboratórios que, organizadamente, sabem em cada momento como agir.
A prová-lo, aí temos a presente campanha a tentar encostar o MS às tábuas.

10:56 da manhã  
Blogger e-pá! said...

MS & IF:"NEW TIME MACHINE"...

"Se fossem explicados ao “mesmo povo” os verdadeiros números e a 'selva' em que Portugal tem vivido, na área do medicamento, outro galo cantaria..."

Todos sabemos que uma coisa é o mercado do medicamento (entendido como um universo centralizado no SNS), outras questões serão os problemas da Farmácia Hospitalar...

A dita "Farmácia Hospitalar" já dispõe de boas normas relativas às indicações farmacológicas [evidência], de adequação das indicações e sua utilização [custo/benefício] e - há largos anos - de um formulário terapêutico, periodicamente revestido... etc.

Todo este imbricado problema relativo à questão medicamentosa hospitalar é regulado pelas Comissões de Farmácia e de Terapêutica Hospitalares de acordo com Despacho nº 1083/2004 - Diário da República Nº 14 de 17 de Janeiro de 2004 (2ª série) e os poderes destas Comissões são amplos.

Outro problema são os concursos de aquisição. Aí esbarramos com o candente problema da eterne ineficiencia da badalada "Central de Compras do MS" que abrangerá, como é óbvio, os medicamentos...
Verdade que entre a amplitude de competências das CFT hospitalares e as da Central de Compras poderão existir insanáveis atritos. Mas, como todos já sentimos, vivemos num País de indefinição [e duplicação] de competências...

Finalmente, para conseguir negociar bons contratos de fornecimento medicamentoso aos HH's e, consequentemente, diminuir custos com os medicamentos de utilização hospitalar é fundamental ter as contas em dia. Pagar a tempo e a horas, para poder exigir!
Caso contrário, o recurso ao uso [e abuso] de cíclicas medidas administrativas até levar a IF [na lógica de grandes empresas multinacionais] fechar a torneira e, os mais importante, os utentes dos HH's sentirem a degradação na prestação de cuidados ... vai um passo.

O Estado, nestes tempos de crise, empobrece todos os dias. Em termos de tesouraria e, para as instituições públicas, em credibilidade.
E sem credibilidade ninguém canta. Nem o emblemático galo de Barcelos...

"Quem se livra das dívidas enriquece..." ,
escreveu George Herbert célebre autor da "Máquina do Tempo".

12:41 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Défice da Saúde abranda no primeiro semestre

O défice do Serviço Nacional de Saúde (SNS) abrandou no primeiro semestre do ano face ao mesmo período de 2009. Segundo dados provisórios a que o Diário Económico teve acesso, o défice situava-se em Junho nos 101,6 milhões de euros, contra os 113,5 registados no mês homólogo.
A redução é ligeira, de cerca de 12 milhões de euros, mas o Ministério da Saúde acredita que conseguirá um maior controlo da despesa até ao final do ano, uma vez que as recentes medidas do chamado Pacote do Medicamento e do Mini PEC para a Saúde ainda não estão reflectidas nos números do primeiro semestre.
“Há uma série de medidas que só terão pleno impacto no segundo semestre”, disse o secretário de Estado da Saúde ao Diário Económico, como “a redução do preço dos medicamentos e as novas regras de comparticipação ou a redução do preço das tiras de glicémia, das análises clínicas e das TAC”, explicou Óscar Gaspar. A opinião é partilhada por Pedro Pita Barros: “Dificilmente essas medidas teriam efeito tão imediato”, diz o economista .
Nas contas da primeira metade do ano, “terá tido maior impacto o acompanhamento das instituições e a necessidade de produzir em cada uma delas um plano de redução de despesa”, acrescenta o secretário de Estado. Mas olhando para a despesa, os gastos com os hospitais-empresa (EPE) continuam a crescer. Entre Junho de 2009 e o mesmo mês deste ano, a despesa dos hospitais EPE cresceu 13%. Esta rubrica é, aliás, aquela que apresenta maior desvio face à estimativa de execução orçamental (26%), alerta Pedro Pita Barros.
“Nesta rubrica estão todas as transferências para os hospitais EPE e para as Unidades Locais de Saúde como contrapartida da prestação de cuidados clínicos que está contratualizada e o valor do ano de 2010 não é directamente comparável pelo efeito ADSE”, justifica Óscar Gaspar. Segundo as contas do secretário de Estado, se este efeito não fosse considerado, o crescimento desta parcela seria apenas de 2,7%.
Recorde-se que este ano deixou de haver facturação cruzada entre o SNS e a ADSE. Ou seja, o SNS já avançou 209,3 milhões de euros à ADSE na primeira metade do ano.
Do lado da receita, os números mostram que houve uma subida de 8% face ao primeiro semestre de 2009.A maior parcela da receita do SNS proveio do Orçamento do Estado. Já as prestações de serviço caíram20,3%.

DE 19.08.10

3:23 da tarde  
Blogger tambemquero said...

...
Despesa com medicamentos cresce a dois dígitos

Os encargos do Estado com medicamentos continuam a crescer a dois dígitos e ascendem no primeiro semestre de 2010 a 865,3 milhões de euros. Em comparação com o mesmo semestre do ano passado, o Estado gasta agora mais 12%na comparticipação de remédios, quando a meta orçamental para 2010 previa um crescimento de 1%. As boas notícias são que, face à previsão orçamental, o desvio é apenas de 6,1%.
A justificação para o crescimento desta rubrica tem sido reiterada pela tutela. “Esta taxa de crescimento tem de ser avaliada tendo em conta dois factores. No primeiro semestre do ano passado ainda não havia a comparticipação a 100% dos medicamentos para os cidadãos do regime especial [pensionistas mais pobres] pelo que os dados não são directamente comparáveis”, diz o secretário de Estado, acrescentando que “a redução dos preços dos remédios e o facto do Estado passar a pagar a 100% só os cinco medicamentos mais baratos vai ter forte implicação no segundo semestre”.
O Diário Económico apurou que o Ministério tem ainda mantido reuniões com os responsáveis dos hospitais, das farmácias hospitalares e dos laboratórios no sentido de rever a despesa com medicamentos em meio hospitalar, nomeadamente nas áreas da oncologia e Sida, responsáveis pelo maior crescimento da despesa

DE 19.08.10

O título sugere várias questões.
- No ano transacto tivemos o grosso da despesa com a gripe A.
- De que forma foi feita a comparação entre os períodos homologos? Isto porque a ACSS anda permanentemente em manobras de altera. rapa,tira. Para baralhar a saloiada.
- O que sucedeu à produção nos períodos objecto de comparação?
- Vamos ver o que, entretanto, acontecerá até ao final do ano especialmente em relação à tão almejada travagem da despesa com medicamentos.
Se estão à espera do Pai Natal!...

3:29 da tarde  

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