quarta-feira, novembro 17

Atolada em dívidas

Ana Jorge anunciou na semana passada o reforço de 50 milhões de euros do Fundo de Apoio ao Pagamento a Fornecedores. Uma pequena gota de água para fazer face aos 1.034 milhões de euros, valor que atingiu a dívida à Indústria Farmacêutica. Dos quais, 733 milhões de euros a mais de 90 dias. E prazo médio de pagamento de 382 dias.
Mais um triste exemplo do estado lastimoso a que isto chegou. A nossa expectativa é ver se Ana Jorge arriscará novo reforço antes da próxima remodelação.

Clara Gomes

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4 Comments:

Blogger e-pá! said...

Digno e coerente foi o director do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED) que, perante a insuficiência de meios orçamentais que lhe estão afectos no OE 2011, decidiu bater [com estrondo!] a porta...
Não ficou especado no cadeirão a proclamar que manteria a qualidade dos serviços.

Mas, como em todas as situações da vida, há os que ficam e os que se vão...de cara levantada.

9:27 da manhã  
Blogger tambemquero said...

O Ministério da Saúde não reconhece a dívida de 1.034 milhões de euros dos hospitais públicos à indústria farmacêutica.

Conforme avançou hoje o Diário Económico, a Apifarma, que representa as empresas farmacêuticas e de meios de diagnóstico, divulgou os dados do mês de Outubro reclamando uma dívida global de 1.034 milhões de euros.

Num comunicado enviado às redacções, o ministério de Ana Jorge "não confirma o montante das dívidas à indústria farmacêutica, divulgado pela Apifarma", não avançando, contudo, nenhum valor. No mesmo comunicado, o Ministério da Saúde diz que "em muitos dos grandes hospitais a aquisição de medicamentos está sujeita a contratos, com efeito anual, que prevêem mecanismos vários de desconto" e que, por essa razão os valores só podem ser comparados no final do ano.

"A comparação com os últimos anos indica invariavelmente um crescimento do total da dívida ao longo do ano e a sua redução no final do ano", acrescenta a tutela, notando também que "a despesa anual com medicamentos hospitalares ascende a cerca de 900 milhões de euros".

O Ministério da Saúde explica ainda que "nos primeiros nove meses de 2010 essa despesa cresceu 4.3% em relação ao ano anterior, cumprindo o objectivo definido no orçamento" e que "está a acompanhar de perto a situação e procurará criar condições para acelerar o pagamento das dívidas existentes".

Conclui a tutela liderada por Ana Jorge que "neste esforço insere-se o acordo com o Ministério das Finanças no sentido de regularizar as dívidas da ADSE às instituições do SNS".

DE 18.11.10

7:54 da tarde  
Blogger tambemquero said...

O presidente da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares, Pedro Lopes, disse hoje à agência Lusa que estes números divulgados pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), avançados hoje pelo PÚBLICO, já eram esperados.

"Não é nada que não fosse expectável. Todos sabíamos que a dívida se estava acumular, que se continua a acumular, e provavelmente chegaria a valores deste tipo", referiu.

Por outro lado, todo o dinheiro que é dos hospitais, mas não está do lado dos estabelecimentos de saúde, implica "grandes dificuldades de tesouraria" e resulta em "incapacidade de honrar os compromissos", salientou.

A Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica revelou que a dívida dos hospitais às farmacêuticas cresceu 54,9 por cento entre Outubro de 2009 e o mesmo mês deste ano e ascende já a 1034 milhões de euros.

O prazo médio de pagamento que a Apifarma encontrou em 39 empresas era, em Outubro, de 382 dias, depois de subir todos os meses desde Dezembro, quando era de 285 dias.

Pedro Lopes aponta várias situações para explicar este crescimento, tendo uma delas a ver com o desempenho dos hospitais e algumas das medidas tomadas pelo Governo para reduzir a despesa.

Outra razão prende-se com o facto de que "a ADSE não pagou e continua sem pagar meses do ano passado" e trata-se de "valores financeiros muito significativos", realçou.

Por outro lado, da parte da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), responsável pela transferência de verbas para os hospitais, há novamente atrasos: “os meses de Setembro e Outubro estão por pagar e não foi isso que ficou acordado no contrato programa".

Acerca dos montantes por pagar da parte dos ministérios da Saúde e das Finanças, o presidente da Associação disse que "é dinheiro com o qual os hospitais contavam para apresentarem saldos mais razoáveis e para poderem pagar os seus compromissos económicos e financeiros designadamente para com os seus fornecedores, um deles a indústria farmacêutica".

Grande parte do montante da dívida dos hospitais apontada pela Apifarma, que inclui medicamentos e meios de diagnóstico, é da responsabilidade de Entidades Públicas Empresariais (EPE), com 913,5 milhões de euros, ou seja, mais 67,5 por cento que em Outubro do ano passado.

Quando é analisada a dívida dos hospitais à indústria farmacêutica a mais de 90 dias, o valor total é de 733,7 milhões de euros, o que representa um acréscimo de 92,1 por cento num ano.

Resultado de recolha de informação junto de 55 empresas, o relatório da Apifarma revela que nos 12 meses até Outubro, a dívida tem vindo a crescer, com excepção para o Dezembro do ano passado.


JP 18.11.10

8:03 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Só recubeques...

A questão das contas públicas começa a inquietar os cidadãos.

Dois exemplos:

O Ministério da Saúde nega o montante da dívida reclamada pela APIFARMA [há outras...] mas não contrapõe outros valores...Faz piruetas!

O Ministério da Justiça recusa a apresentar publicamente as contas dos últimos 2 anos, embora um enorme "buraco" esteja denunciado. Assobia para o lado!

Que espécie de Estado é este?
Não será melhor chamar - de emergência - o Tribunal de Contas para auditar?

Os portugueses têm o direito de conhecer as contas de modo simples, conciso e inteligível.
À boa maneira dos antigos "guarda-livros" - com Deve e Haver!

Chega de tantos recubeques [como diria um vernáculo transmontano...].

10:03 da tarde  

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