PPC, preparado para tudo...
E escavacar o SNS link
Na prática como é que paga esse sistema? Como é que faz a triagem?
Temos de garantir às pessoas de baixos recursos que não são varridas para baixo do tapete, uma garantia solidária. E temos de encontrar mecanismos mais eficientes de gestão. Como é que o serviço é prestado e não tanto por quem é prestado. Veja o exemplo da ADSE. A ADSE é um serviço prestado para os funcionários públicos. Não tem hospitais nem clínicas e, contra um custo imputado aos seus funcionários e outro imputado à entidade pagadora que é o Estado, a ADSE contrata os serviços em função da qualidade e do preço e consegue ter um resultado mais eficiente do que o SNS na generalidade. Quer dizer, em função do financiamento da ADSE, as pessoas obtêm um resultado melhor.
Entrevista semanário expresso 27.11.10
Na prática como é que paga esse sistema? Como é que faz a triagem?
Temos de garantir às pessoas de baixos recursos que não são varridas para baixo do tapete, uma garantia solidária. E temos de encontrar mecanismos mais eficientes de gestão. Como é que o serviço é prestado e não tanto por quem é prestado. Veja o exemplo da ADSE. A ADSE é um serviço prestado para os funcionários públicos. Não tem hospitais nem clínicas e, contra um custo imputado aos seus funcionários e outro imputado à entidade pagadora que é o Estado, a ADSE contrata os serviços em função da qualidade e do preço e consegue ter um resultado mais eficiente do que o SNS na generalidade. Quer dizer, em função do financiamento da ADSE, as pessoas obtêm um resultado melhor.
Entrevista semanário expresso 27.11.10
Desde que PPC se apresentou ao país como candidato a primeiro ministro, me interrogo como é isto possível. Hoje, depois de ler esta entrevista feita às três pancadas por quem não percebe nada do que está a perguntar, tudo ficou mais claro. Experimentem imaginar que não é PPC a responder às questões da esforçada jornalista, mas sim o Salvador de Mello.
PatetaperigosoEtiquetas: Entrevistas
8 Comments:
Neoliberais de Pacotilha
PPC limita-se a repetir umas frases feitas que lhe são debitadas por uns conselheiros de ocasião. É claro que PPC desconhece a realidade técnica, económica e financeira da ADSE. Desconhece, por isso, as razões da sua não sustentabilidade. Limita-se a repetir o “soundbyte” habitual da maior eficiência e dos melhores custos. Esquece que tal evidência nunca foi demonstrada com seriedade e rigor científico. O que temos assistido resume-se a um amontoado de opiniões de quem quer fazer da ADSE um verdadeiro seguro levando, nessa altura, à lógica dos seguros: restrições, racionamento, co-pagamentos, franquias, plafonds, exclusões, períodos de carência e pré-existências. Com mais custos para os empregados e empregadores. Com mais selecção adversa e desnatação do SNS. Tudo em nome de encontrar (finalmente) um meio expedito e rápido de libertar mais meios financeiros que evitem que o sector privado da prestação, em Portugal, venha a sofrer a síndrome da banca irlandesa. É que depois do (in)sucesso do GPS BPN, do Trofa e de tantos outros há que evitar o “contágio” e encontrar no dinheiro público e na destruição do SNS o verdadeiro FEF Fundo de Estabilização Financeira dos operadores privados da saúde, em Portugal.
Quanto à substância da prédica nada de novo. Quando dois ou mais neoliberais de pacotilha se põem a conversar sobre coisas sérias, sem rigor e sem fazer o trabalho de caso o que os une passa a ser, apenas e só, o negocismo e os “arranjinhos” para o futuro.
Segundo dados da Pordata, em 2007 a despesa do SNS por habitante foi de 787,7 Є para um valor de 715,3 Є da ADSE por beneficiário. Vendo estes números de forma simplista, concluir-se-á que fica mais barato tratar um doente pelo subsistema dos funcionários públicos do que através do SNS.
É evidente que só por desconhecimento da realidade ou por má fé, se pode fazer crer que se estão a comparar universos populacionais idênticos ou ignorar custos acrescidos do SNS como sejam os inerentes ao ensino e investigação.
Não podendo aprofundar esta análise por não ser especialista na matéria, nem dispor de dados que permitam analisar a composição dos referidos custos, deixo o desafio a quem neste espaço esteja mais habilitado a fazê-lo.
Uma Reforma “fantasma” ou nas nossas costas?
Hoje, 28.11.2011, no jornal da noite [20 horas] da RTP 1, ouvi e vi:
Mais concretamente na peça inicial da 2ª. parte do Telejornal [http://ww1.rtp.pt/multimedia/progVideo.php?tvprog=1103&idpod=48094&partes=2]
Que na reunião de Ministros das Finanças da Zona Euro aproveitou-se para tecer algumas considerações sobre Portugal.
No meio de uma intervenção no final desta reunião um “comissário”[?] - que se exprimia em francês - falou de um auspicioso plano de reformas em Portugal, sublinhando entre estas, as dos Transportes e … da Saúde.
Que reforma na Saúde está a ser negociada em Bruxelas à sorrelfa dos portugueses?
Ou foi um lapsus linguae?. Como estiveram a falar de Portugal o facto de associar a Saúde e Transportes põe-me a pensar se não estaria a pensar numa remodelação governamental?
Os mais de 4800 funcionários do Hospital de São João, no Porto, vão passar a vestir Nuno Gama. link
O estilista desenhou novas fardas - túnica e calças - para o pessoal de todas as áreas funcionais desta unidade. A administração do maior hospital do Norte do país confirmou ontem o "segredo", depois de este ter sido revelado, num tom extremamente crítico, pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que fala numa despesa que pode ultrapassar o milhão de euros.
JP 25.11.10
É por estas e por outras que há papagaios, tipo PPC, que querem liquidar o SNS.
Avizinha-se a "batalha" pelo SNS!
Os Deuses devem andar loucos!
A AR acaba de aprovar o OE/2011 que, como repetidas vezes aqui foi escrito, será praticamente inexequível para a Saúde.
Cortes orçamentais no valor de 12%, mesmo considerando que se conseguirá fazer o
malabarismo de eliminar todo o tipo de desperdício [real ou virtual] é um exercício de
consolidação [e de sustentabilidade] verdadeiramente acrobático.
Ninguém de boa fé acredita que a Saúde poderá manter prestações qualitativamente seguras para os utentes se não inova e desenvolver novos sectores de actividade. Por outro lado, na assistência medicamentosa existe a convicção que - com as últimas alterações relativas aos preços e escalões de comparticipação - deixaram de existir margens de manobra. Os custos continuarãoa subir.
Finalmente, no que diz respeito aos recursos humanos, o SNS defronta-se com graves carências
que, no mínimo, afectarão a produção [colocarão em causa a universalidade e a equidade no acesso], quando não, a qualidade das prestações.
Enfim, todo este quadro, que os portugueses olham com alguma preocupação, seria um novo desafio
a soluções financeiras e orgânicas novas, resolutas e confiáveis. Situação que, está claramente à vista, a actual equipa ministerial não está em condições de protagonizar.
Todo, este emaranhado de situações e constrangimentos, decorre [ocorre] nos limites do actual paradigma do SNS.
Ontem, no final do conselho de Ministros das Finanças - perante o sepulcral silêncio do Teixeira dos
Santos - foram anunciadas, em nome da Comissão Europeia, "reformas" na Saúde...
Hoje, continuando a pairar um insurdecedor silêncio sobre o assunto, qualquer cidadão interroga-se sobre o âmbito e a profundidade dessas Reformas.
Nada de bom é de esperar vindo donde vem. A UE está - politicamente - mergulhada no atoleiro do neoliberalismo. Sabendo disso,conhecemos o que podemos esperar no campo das prestações sociais.
A anunciada "Reforma da Saúde" não será outra coisa do que a destruição do SNS tal como existe há 30 anos.
Não haverá mais Serviço Nacional de Saúde. Está na incubadora a sua substituição por "sistemas de saúde" cujo desenho é previsível. Para ter um pálida ideia, bastará olhar para os vultuosos investimentos do sector privado [e social] na área da Saúde.
O SNS vai ser despojado [ou para começar amputado] da sua condição de prestador. Será remetido para a função de financiador, sem instrumentos eficazes de regulação deste "emergente mercado".
Ontem, no final do conselho de Ministros das Finanças da Euro Zona, anunciou-se o regabofe.
Nos tempos que correm os portugueses tem sido confrontados com soluções que não conhecem alternativas.
Na Saúde a alternativa é lutar pela salvaduarda do SNS. A outra - há sempre mais do que uma! - é ficar de joelhos perante os interesses dos grandes grupos económico-financeiros e das seguradoras. Manter um "Sistema" que seja um paliativo para os excluidos, os mais carencidos economicamente e os socialmente deserdados [desempregados].
Foi "isto" que ontem nos comunicaram a partir de Bruxelas...
Resta-nos lutar pelo SNS. Fora disso só exite a vergonhosa rendição.
Afinal, Teixeira dos Santos resolveu revelar o que é a misteriosa "Reforma da Saúde", ontem mencionada em Bruxelas, pelo Ministro das Finanças da Bélgica, Didiers Reynders, no quadro da presidência belga da UE.
[http://economico.sapo.pt/noticias/reformas-mencionadas-em-bruxelas-sao-as-que-estao-no-orcamento_105576.html]
"Entre as medidas a tomar pelo Governo em 2011, salientam-se a criação de incentivos à cobrança das taxas moderadoras, a simplificação da entrada em mercado dos genéricos, a revisão da legislação do transporte de não doentes, o controlo dos custos da hemodiálise através da revisão do preço prospectivo, a negociação dos preços de medicamentos hospitalares e a extinção da estrutura das parcerias da saúde..."
PS - Ou alguém andará enganado sobre o conceito de "Reforma", ou não será bem assim... É que
o Sr. Didiers Reynders não falou em Reformas tout court, disse:"reformas estruturais significativas..."
O melhor - para nos enterdermos - é falarmos a mesma linguagem...
A entrevista do PPC é um verdadeiro desastre.
Mais descontraído, ao jeito das revistas cor de rosa, PPC deixa a nu toda a sua impreparação, falta de cultura e conhecimentos sedimentados das matérias que aborda. Tudo se reume a um desfilar de colagens feitas à pressa.
Se pensarmos que esta personagem poderá ser primeiro ministro de Portugal dentro de alguns meses, o futuro é assustador.
Clara Ferreira Alves está à altura do acontecimento.
Tem algumas intervenções dignas do Inimigo Público.
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