quarta-feira, março 2

Tudo à molhada...

Foi publicado no DR de hoje o decreto-lei n.º 30/2011 que cria seis novos centros hospitalares. link
Segundo os patrocinadores desta medida a fusão de catorze hospitais visa, como não podia deixar de ser, melhorar os cuidados prestados às populações; facilitar o acesso aos serviços; e aumentar a eficiência dos hospitais.
É assim que se liquidam unidades de saúde e se limita a proximidade dos cuidados. Nada de surpreendente num país falido governado por gente medíocre.

drfeelgood

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3 Comments:

Blogger e-pá! said...

Estas medidas poderiam ser passos importantes se conduzissem a situações integradoras de prestação de serviços, concertadas, estudadas e respeitadoras das identidades e das orgânicas dos diferentes serviços, nos vários HH's, a concentrar.
São, no entanto, meras medidas de fusão do tipo empresarial que podem resultar, ou economicamente se justificar, em áreas de negócios mas que levantam imensas reservas no sector da Saúde.
Coimbra é um exemplo paradigmático dessa situação. Em Coimbra não se justifica a existência de 2 HH's Centrais, rodeados pelos HH’s de Viseu, de Aveiro e de Leiria.
Mas fusões de HH's com uma cultura assistencial, formativa e de ensino diferente - um deles é um HH universitário ou escolar - sem qualquer trabalho prévio junto dos diferentes grupos profissionais corre sérios riscos de claudicar, precisamente, nos objectivos invocados: melhorar cuidados; eficiência dos serviços e acessibilidades.
Um outro factor não despiciendo é a concentração da gestão. Uma concentração a raiar o gigantismo - para poupar meia dúzia de gestores - pode ter como custo uma situação dramática: a "ingovernabilidade" e o "descontrolo" desta emergente mega-instituição...
Uma situação de proximidade não tem só a ver com a acessibilidade. A gestão hospitalar ao mais alto nível deve estar próxima dos serviços, se não...não gere, nem funciona. Por vezes soluções aparentemente "boas" dão resultados perversos.
Um processo gerado por forcings orçamentais, de afogadilho e implementado à pressa [com PSD a "pressionar" menos peso público]será sempre um mau começo.
Espero que funcionamento e as consequências para os utentes a criação destes novos 6 centros hospitalares seja criteriosamente avaliada no futuro [no espaço de 2 - 3 anos]... De preferência por uma entidade autónoma independente do Governo... [seja qual for o governo em exercício na altura].

De facto é "tudo à molhada", mas a fé é pouca!

11:45 da tarde  
Blogger e-pá! said...

Errata:

Onde se lê:

"Espero que funcionamento e as consequências para os utentes a criação destes novos 6 centros hospitalares seja criteriosamente avaliada no futuro [no espaço de 2 - 3 anos]... "

Deverá ler-se:

"Espero que novo modelo de funcionamento e que as consequências para os utentes resultantes da criação destes novos 6 centros hospitalares seja criteriosamente avaliada no futuro [no espaço de 2 - 3 anos]..."

Peço desculpa pela incorrecção.

2:31 da tarde  
Blogger Tavisto said...

Com tanta concentração o SNS está a atingir o ponto de fusão, temperatura a que uma substância passa do estado sólido ao estado liquido. Com tudo e todos à molhada, é previsível que o SNS entre então em efervescência atingindo rapidamente o ponto de ebulição. Depois, pronto, está feito, evapora-se e deixará de constituir um problema político a resolver.

8:03 da manhã  

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