Ana Jorge foi às compras
Ana Jorge contratualizou consultas e cirurgias a doze hospitais pertencentes à União das Misericórdias Portuguesas (28.03.11) pelas quais vai pagar cerca de 22 milhões de euros. link
José Manuel Silva, em nosso entender, acertadamente, manifestou «perplexidade» em relação a estes acordos, «quando o País atravessa grandes dificuldades económicas e quando há capacidade instalada no sector público que não está a ser devidamente aproveitada e rentabilizada», com «blocos cirúrgicos fechados à tarde, porque o Estado não investe o necessário».
Não satisfeita com esta medida insensata e despesista, Ana Jorge apressou-se a assinar novo protocolo com o Centro Champalimaud para tratamento de doentes do SNS com cancro, já a partir de Junho. link Para Leonor Beleza trata-se de um "acordo-chapéu", que irá traduzir-se depois em "acordos com hospitais e administrações regionais de saúde".
Já todos entendemos do que se trata.
José Manuel Silva, em nosso entender, acertadamente, manifestou «perplexidade» em relação a estes acordos, «quando o País atravessa grandes dificuldades económicas e quando há capacidade instalada no sector público que não está a ser devidamente aproveitada e rentabilizada», com «blocos cirúrgicos fechados à tarde, porque o Estado não investe o necessário».
Não satisfeita com esta medida insensata e despesista, Ana Jorge apressou-se a assinar novo protocolo com o Centro Champalimaud para tratamento de doentes do SNS com cancro, já a partir de Junho. link Para Leonor Beleza trata-se de um "acordo-chapéu", que irá traduzir-se depois em "acordos com hospitais e administrações regionais de saúde".
Já todos entendemos do que se trata.
6 Comments:
Deve, por razões não explicitadas mas suspeitadas, ter chegado a hora de fazer um favor ao CDS que, por sua vez, o endossará à Igreja católica, ficando à espera de receber indulgências plenárias e gordas prebendas.
Ana Jorge não foi propriamente às compras. Organizou um cortejo de oferendas ou foi festeira de uma quermesse. É sempre bom estar sintonizado com os deuses...
Todavia, abriu um grave precedente.
Entrou num regime de contratualização selectiva [para não dizer discriminatória] que, estou certo, levará os grandes grupos privados de saúde a reivindicar sentar-se à mesa do [frugal] orçamento da Saúde. De facto, estes grupos - como as Misericórdias - também têm capacidade instalada excedentária...
E assim vai exaurindo o SNS em todas as suas capacidades... em nome de pios equilíbrios e devotas ambições.
Ámen!
isso é mesmo verdade, eu trabalho num epe, que agora virou centro hospitalar e que neste momento ninguem sabe quem vai gerir... uns porque o epe foi extinto outros pq n foram nomeados, quem autoriza compras?
Temos stock, como mandam as boas práticas, para 1 semana, e depois?
é uma trapalhada... sabia que existia desorganização, mas assim é impossivel...
Neste momento parecem os meninos no recreio a discutir de quem é a bola, e quem a leva para casa, em x de planearem a estrategia e de saber como a paga-la...
Começo a estar farto de entrar às 8:00 e sair as 18 ou 19 e ver os "meus colegas" de bata branca a chegar às 10:00 e outros às 12:00 e os doentes à espera desde as 8:00.
Assim é impossivem! serviços que de manhã os médicos nem cabem nas salas de reuniões e à tarde e noite para se ter um médico tem que se pagar H extra, Porque? pq não trabalharem por turnos? pq não existir um corpo clinico no serviço de urgencia como há para os enfermeiros auxiliares e administrativos, por favor voces que são AH expliquem-me... pq eu não entendo.
Estas ofertas, estas abébias, já fazem parte da campanha. Tal como o recuo do PSD na prescrição por DCI e na avaliação dos professores.
Entretanto vale a pena ver os dados, recentemente publicados, da Direcção-Geral de Impostos,
onde se refere que em 2009, apenas 30% das empresas pagaram IRC, e das quase três mil empresas instaladas na Zona Franca da Madeira, apenas 51 pagaram IRC.
Quanto ao IRS, os profissionais liberais pagaram 1,3 por cento da receita global deste imposto em 2009, os empresários apenas 0,6 por cento e os rendimentos prediais pouco mais de 0,5%. Uma realidade que retrata uma evasão fiscal impune em décadas.
São estes os politicos, os governantes indecentes que nós temos.
A caça ao voto eleitoral ameaça tornar este País mais ingovernável do que já estava. Ao oportunismo laranja de aprovar o fim da avaliação dos professores e votar contra a prescrição por DCI, , dando o dito por não dito, junta-se agora o oportunismo rosa de cumprir compromissos e promessas eleitorais comprometedores para o futuro cada vez mais incerto do SNS.
Simultaneamente, os dois líderes vão trocando mimos quanto à responsabilidade pela situação económico-financeira, evitando dar passes em falso que comprometam o resultado eleitoral, num triste espectáculo diário de parada resposta de acusações mútuas. Entretanto os juros da dívida pública não param de aumentar, a ajuda externa é já inevitável (o montante já foi calculado em 75 mil milhões de euros) faltando apenas saber quem virá a ter o ónus de solicitar o apoio ao Fundo Europeu de Estabilização Financeira.
Sócrates tem afirmado que, neste tacticismo, Passos Coelho esconde uma agenda ideológica que visa acabar de vez com o estado social. Pelo que se conhece das propostas políticas do PSD assim parece ser, sendo a privatização da Saúde, Educação e Segurança Social, objectivos já declarados.
A sagacidade, porém, não foi até agora suficiente, nem a Sócrates nem ao PS, para perceberem que só com outros intervenientes haverá condições para fazer face aos desígnios da direita. Será que ainda nos vão surpreender anunciando uma outra personalidade como primeiro-ministro no caso de vitória eleitoral? Se assim for, terá a esquerda à esquerda do PS capacidade, elasticidade política e sentido de responsabilidade suficientes para aceitar discutir acordos eleitorais realistas numa conjuntura económico-social desfavorável?
Bem sei que são muitos “ses” e que se está a construir um cenário com pouca sustentação face ao passado dos intervenientes. Contudo, a decisão de Zapatero em não se recandidatar ás próximas eleições, as intensas movimentações da nossa juventude e, face às sondagens, a quase certeza de uma futura maioria de direita se nada for feito para a contrariar, faz-me acreditar que talvez seja desta que a esquerda nos surpreenda.
Sobre o recente acordo do Ministério da Saúde com a União das Misericórdias Portuguesas, o Póvoa (do Varzim) semanário on-line, dava a seguinte notícia.
“A partir desta terça-feira, o hospital da Misericórdia de Vila do Conde passa a integrar o Serviço Nacional de Saúde (SNS), com os utentes a pagarem “apenas as taxas moderadoras”.
O hospital da instituição vilacondense é um dos 12 hospitais que estão sob a responsabilidade das misericórdias que esta terça-feira assina o protocolo de cooperação com o Estado. Estes acordos vêm na sequência de um protocolo assinado há cerca de um ano, entre o Ministério da Saúde e a União das Misericórdias Portuguesas (UMP), que coloca os hospitais das Misericórdias, no mesmo nível de igualdade com os outros hospitais públicos que integram o SNS.
Este protocolo permite aproveitar melhor a capacidade instalada das Misericórdias, que poderão fazer mais consultas, mais cirurgias, e estarem mais perto das pessoas, com mais rapidez e menos custos para as pessoas.
O protocolo, que abrange todas as áreas dos cuidados de saúde, coloca as Misericórdias em situação de igualdade com os serviços oficiais integrados no Serviço Nacional de Saúde.”
Esta é também a opinião da Senhora Provedora da SCM de Esposende que vai ainda mais longe, como se pode ver e ouvir em http://www.esposendeservicos.com/video_viewer.php?id=154.
Sendo assim, o SNS passa a dispor, numa estreita faixa litoral que se estende de Esposende a Matosinhos ( 43 Km que se percorrem em meia hora, na A8) seis hospitais : Fão, Esposende, Povoa do Varzim, Vila do Conde (2) e Pedro Hispano, em Matosinhos, sendo que, nesta mesma faixa há, ainda, dois hospitais privados: Clipóvoa, na Póvoa do Varzim, e Hospital da Boa Nova em Leça da Palmeira.
Mas se nos deslocarmos um bocadinho de nada para o interior (o País é tão pequenino!) temos os Hospitais de Braga, Barcelos, Famalicão, Santo Tirso, Amarante, Vale do Sousa a que agora se acrescentam Vila Verde, Riba de Ave, Felgueiras, Lousada e Marco de Canavezes, sem contar com privados na Trofa, Guimarães e Braga e até, calcule-se , em Paredes, um Hospital da Misericórdia SA, como se pode ver em www.hmp.pt.
Diz a notícia citada que “Este protocolo permite aproveitar melhor a capacidade instalada das Misericórdias.”
Porventura para roubar as bandeiras de Paulo Portas, na próxima campanha eleitoral, (concordo totalmente com o É-pá) o Governo cede a mais um grupo de pressão.
Este é um assunto que daria pano para mangas. Por hoje, limito-me a uma única questão:
Antes de nos perguntar-mos porque não é aproveitada a capacidade instalada naqueles hospitais, não deveríamos, antes, querer saber as razões que levaram a criar essa capacidade.
Na véspera os médicos tinham apelado aos deputados para não aprovarem leis «à pressa»
PSD faz marcha-atrás e inviabiliza prescrição por DCI nesta legislatura
Com o actual ciclo político à beira do fim, a OM pediu «bom senso» aos deputados no sentido de travarem o ímpeto legislativo que visava acelerar a prescrição por substância activa. A Apifarma também fez o mesmo. O PSD confessou o desconforto da situação e encontrou argumentos para votar contra.
A obrigatoriedade da prescrição por denominação comum internacional (DCI) no ambulatório não foi aprovada à pressa na Assembleia da República (AR), aproveitando o último fôlego da actual legislatura. Tudo porque o PSD resolveu fazer marcha-atrás, no passado dia 31 de Março, relativamente a essa intenção, juntando-se assim ao PS no voto contra o respectivo projecto de lei.
Citada pela Lusa, a deputada Clara Carneiro justificou a discordância do PSD com a versão do diploma pelo facto de não ter vingado uma excepção à prescrição por DCI: o médico não tinha de justificar a receita de medicamentos por marca no caso das terapêuticas destinadas a quem sofre de problemas crónicos.
«Não podemos deixar de fora a continuidade do tratamento dos doentes crónicos e este foi o motivo principal do veto do Presidente da República», sustentou Clara Carneiro, aludindo ao recente decreto-lei do Governo que também apontava para a obrigatoriedade da prescrição por substância activa.
Bastou então um único ponto de discordância para travar a aprovação do diploma que, na quarta-feira passada (dia 30), em sede de Comissão Parlamentar de Saúde, dava mostras de poder seguir em frente e com passo acelerado. Um dia depois, contudo, deu-se o volte-face. Antes da sua consumação, Couto dos Santos, presidente social-democrata da referida comissão, já tinha confessado o seu desconforto quanto a uma viabilização apressada. Uma ideia reiterada, aliás, por Clara Carneiro.
OM e Apifarma pressionam
O PSD, deste modo, não se salvou da acusação, por parte da restante oposição, de ter cedido à pressão feita pela Ordem dos Médicos (OM) e pela Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (Apifarma), ambas críticas quanto à prescrição por DCI. A segunda tinha distribuído um comunicado durante a manhã do dia 31 de Março e a primeira tinha dado mesmo uma conferência de Imprensa na véspera.
«A OM estranha a pressa de alguns partidos políticos em aprovar uma legislação de substituição de medicamentos nas farmácias, vulgo prescrição por DCI, que só será regulamentada na próxima legislatura», denunciou o bastonário, José Manuel Silva, observando que, por isso, o diploma seria «ineficaz» no imediato. Tal ímpeto legislativo, por outro lado, conforme notou, também «não resolve nenhum dos graves problemas de Portugal».
O dirigente da organização representativa dos médicos apelou, por conseguinte, ao «bom senso da AR e dos partidos políticos». Isto para que «não aprovem leis à pressa, forçando negociações à última da hora». Alegando que «a pressa não é boa conselheira», o bastonário da OM defendeu que «há tempo na próxima legislatura para discutir esta questão». Pelos vistos, foi bem sucedido na sensibilização. Designadamente junto da bancada «laranja».
Apesar de ter sabido da «aceleração» legislativa de forma informal e de desconhecer oficialmente o teor do documento em discussão final, José Manuel Silva preconizou que a OM «não pode deixar de expressar o seu enorme receio relativo a uma legislação extremamente polémica, que traz inegáveis riscos para os doentes e que prejudica o País».
Preocupações coincidentes foram igualmente manifestadas pela associação da Indústria Farmacêutica: «A Apifarma não compreende que, perante a mensagem de ponderação e rigor do senhor Presidente da República, o Parlamento queira aprovar legislação em contra-relógio, descurando os verdadeiros interesses de Portugal e dos doentes.»
Tempo de Medicina 01.04.11
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