quinta-feira, dezembro 8

Hospitais à beira do caos...




«O sistema de saúde é um sector crucial e merece pensamento sério e integrado. Pensar hospitais sem pensar processos e estruturas de respostas pré-agudas e pós-agudas é muito perigoso. Pensar hospitais públicos ignorando as respostas existentes no sector privado e social é um contributo para mais desperdício e empobrecimento nacional, dado que todos os investimentos privados e sociais contribuíram para a dívida nacional externa. Pensar processos de acesso aos serviços sem política de desenvolvimento organizacional é incoerente (como as críticas dos profissionais de saúde já demonstram). Pensar tudo isto sem repensar a política de financiamento global do sistema cria um vazio estratégico.» link

Paulo Moreira JP 30.11.11

Etiquetas:

4 Comments:

Blogger DrFeelGood said...

Ministério da Saúde queixa-se que é «difícil» elaborar plano de pagamento

Ao mesmo tempo que anuncia o «estudo» de um plano de pagamento aos fornecedores do SNS, o Ministério da Saúde queixa-se que ele «será difícil de elaborar». Razão: o pacote de ajuda externa não contempla nenhuma verba para o efeito. É assim que Paulo Macedo responde ao deputado António Serrano (PS), que o questionou por escrito sobre o assunto link.
«Encontra-se em estudo, em conjunto com o Ministério das Finanças, um plano de recuperação de dívidas do SNS», avança o ministro num ofício remetido ao Parlamento no passado dia 30 de Novembro.
«Este desafio acresce à necessidade de assegurar o reequilíbrio das contas públicas, de forma a cumprir os compromissos inscritos no memorando de entendimento celebrado entre o Estado português e o BCE, FMI e CE», enquadra também o documento, deixando uma primeira nota sobre a dificuldade em levar a cabo a tarefa.
Mantendo o registo, o gabinete de Paulo Macedo lembra igualmente que as unidades de saúde do SNS têm autonomia administrativa e financeira. Ou seja, terão de acolher os planos de pagamento nos respectivos orçamentos individuais de tesouraria.
«Não obstante, o Ministério da Saúde continua a desenvolver esforços para que seja assegurado um plano de pagamento efectivo e exequível das dívidas do SNS, o qual será difícil de elaborar uma vez que não foi acordado com a “troika” qualquer valor para estas dívidas», assume a tutela.
Segundo as contas do próprio ministro da Saúde, a dívida a fornecedores de todas as entidades do SNS deverá chegar aos três mil milhões de euros no fim do ano. Um pouco mais de um terço deste valor diz apenas respeito às facturas por liquidar dos hospitais aos laboratórios.
«A sustentabilidade do SNS é fortemente condicionada pelo montante acumulado em dívida à Indústria Farmacêutica que, de acordo com os dados disponíveis em 30 de Setembro de 2011, ascendia a 1235 milhões de euros em dívida vencida», informa Paulo Macedo no ofício que dirigiu à bancada do PS, que se tinha manifestado preocupada com o cenário de interrupção de fornecimento de medicamentos por falta de pagamento.
Apesar de ainda estar a elaborar um plano para pôr as contas em dia, o mesmo já deveria estar pronto desde o passado dia 30 de Setembro. Isto de acordo com o que ficou escrito no tão propalado e já referido memorando de entendimento.

TM 06.12.11

11:37 da tarde  
Blogger saudepe said...

O problema deve ser que não há dinheiro que chegue!

12:04 da manhã  
Blogger e-pá! said...

Fugir com o rabo à seringa...

O íncompreensível (para não dizer intolerável) é essa maravilhosa equipa de gestores que habita lá pela João Crisóstomo não ter aproveitado vinda desses senhores da troika - no quadro dessas periódicas fiscalizações, impecções & imposições - para introduzir o candente assunto das dívidas na Saúde.

No meu entendimento (e aí nada tem a ver com o celebrado memorando) o que se está a fazer não é nada bonito. Não se tratam de feijões. São 3 mil milhões de euros. Muito mais do que aquele "excedente" que - segundo PPC - vai "reanimar" a economia.
O que o MS está a fazer para usar o jargão caseiro é... fugir com o rabo à seringa!

12:55 da manhã  
Blogger Clara said...

O governo não necessitou de incluir nas negociações com a “troika” o deficit anual das empresas públicas porque preferiu por os funcionários públicos e os pensionistas a suportá-lo.
Basta dar uma simples leitura pelo OE/2012, comparando-o com o de 2011, para percebermos isso. As empresas públicas (EP, RTP, Metro de Lisboa, do Porto, etc) vão receber alguns milhares de milhões de euros do Estado, ao contrário do que acontecera no OE/2011, porque aquelas empresas ainda podiam recorrer à banca para financiarem o seu deficit.
Estes milhares de milhões vão agora sair do bolso dos trabalhadores ligados ao Estado e dos pensionistas. Foi a única solução encontrada pelo governo para ultrapassar o problema. O tal “buraco colossal” alegadamente herdado do governo anterior (e foi de facto). Pelo menos enquanto estas empresas não forem reestruturadas e tornadas rentáveis vai continuar a ser necessário recorrer à carteira daquele sector da população (ou de outro qualquer, pela via dos impostos).
Agora resta saber se o governo terá autoridade para conseguir reestruturar as suas empresas, pois terá de contar com uma oposição muito determinada dos respectivos trabalhadores (não são como os funcionários públicos – passivos -, nem com os pensionistas – sem peso reivindicativo). Vai ser um processo muito complexo e doloroso para os grandes centros urbanos, onde operam maioritariamente aquelas empresas, designadamente as transportadoras).
E se não conseguirem implementar esta reestruturação nos próximos dois anos (2012/13), não mais a conseguirão, pois estarão depois deste período muito próximos de novo acto eleitoral, e aí esquecem toda e qualquer reestruturação. Além de que a confusão entretanto gerada terá desgastado de tal forma os partidos do actual governo, que lhes retirará condições de repetirem nova maioria.

carlos Melo, blog sedes

1:06 da manhã  

Enviar um comentário

<< Home