Pela hora da morte (3)
Este processo de aumento das taxas moderadoras tem sido exemplar. Uma verdadeira trapalhada. Como dizia um amigo meu: Uma trapalhada das caldas.
Ora se anunciam aumentos superiores a cem por cento para as consultas dos centros de saúde e urgências hospitalares, ora, uns dias depois, se refutam os aumentos anunciados. link link
Dir-se-ia que o ministro da saúde anda inseguro. Receoso, relativamente à sua proposta de aumento das ditas taxas moderadoras, matéria muito debatida, por sinal, nos últimos dias: co-pagamentos, sem expressão no financiamento do sistema, destinadas a moderar/sem impacto na moderação, para pagar/para isentar (a isenção já vai em sete milhões de portugueses).link
Espereremos que após a publicação da referida portaria, Paulo Macedo acalme e não venha justificar os aumentos brutais para os jornais com as gralhas da tipografia da Imprensa Nacional Casa da Moeda.
O aumento de preços das taxas moderadoras, muitos furos acima da taxa de inflação, configura uma medida estratégica. Que CC também muito prezava mas que a reacção vodka-laranja não lhe permitiu pôr em prática. Medida estratégica que tem por alvo vários objectivos: a) fomentar a ideia que a saúde é para pagar; b) que paga quem pode (ou seja, acede quem paga); b) aos poucos, já que é para pagar, deixa-me ver a quem é que eu estou disposto a pagar (escolha de prestador); c) para quem pode começa a fazer sentido reforçar o prémio do seguro; d) para quem tem seguro (reforçado) faz sentido sair do sistema público (opting out) com a devida compensação fiscal; e) os restantes tugas, coitados, devem continuar a ter direito ao acesso aos cuidados de saúde do Estado. Pobrezinhos. Pena que o serviço público, descapitalizado, passe a prestar cuidados de merda.
Concluindo: Temos que aceitar que numa sociedade competitiva pague quem pode, aceda quem possa pagar. E, não se admirem que os seguros passem a custar, cada vez mais, os olhos da cara.
Feliz Natal
Ora se anunciam aumentos superiores a cem por cento para as consultas dos centros de saúde e urgências hospitalares, ora, uns dias depois, se refutam os aumentos anunciados. link link
Dir-se-ia que o ministro da saúde anda inseguro. Receoso, relativamente à sua proposta de aumento das ditas taxas moderadoras, matéria muito debatida, por sinal, nos últimos dias: co-pagamentos, sem expressão no financiamento do sistema, destinadas a moderar/sem impacto na moderação, para pagar/para isentar (a isenção já vai em sete milhões de portugueses).link
Espereremos que após a publicação da referida portaria, Paulo Macedo acalme e não venha justificar os aumentos brutais para os jornais com as gralhas da tipografia da Imprensa Nacional Casa da Moeda.
O aumento de preços das taxas moderadoras, muitos furos acima da taxa de inflação, configura uma medida estratégica. Que CC também muito prezava mas que a reacção vodka-laranja não lhe permitiu pôr em prática. Medida estratégica que tem por alvo vários objectivos: a) fomentar a ideia que a saúde é para pagar; b) que paga quem pode (ou seja, acede quem paga); b) aos poucos, já que é para pagar, deixa-me ver a quem é que eu estou disposto a pagar (escolha de prestador); c) para quem pode começa a fazer sentido reforçar o prémio do seguro; d) para quem tem seguro (reforçado) faz sentido sair do sistema público (opting out) com a devida compensação fiscal; e) os restantes tugas, coitados, devem continuar a ter direito ao acesso aos cuidados de saúde do Estado. Pobrezinhos. Pena que o serviço público, descapitalizado, passe a prestar cuidados de merda.
Concluindo: Temos que aceitar que numa sociedade competitiva pague quem pode, aceda quem possa pagar. E, não se admirem que os seguros passem a custar, cada vez mais, os olhos da cara.
Feliz Natal
drfeelgood
Etiquetas: taxas moderadoras, XIX gov
1 Comments:
Excelente o articulado a fazer lembrar o poço da morte, em espiral e num só sentido.
Feliz Natal, caro drfeelgood (embora neste caso sejamos, ambos, bem mais um misto de drfeelbad e drfeelnoGod)
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