quinta-feira, fevereiro 16

Audição do Presidente do CA do CHON

Exma. Srª. Presidente da Comissão Parlamentar de Saúde,
Deputada Maria Antónia Almeida Santos
Assunto: Proposta de Audição do Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Oeste Norte

É do conhecimento público que o governo prepara a reorganização da rede hospitalar do Oeste, envolvendo o Centro Hospitalar do Oeste Norte (CHON – hospitais de Peniche, Alcobaça e Caldas da Rainha) e os hospitais de Torres Vedras e do Barro. O governo abandonou a construção do novo hospital previsto para a região do Oeste Norte e admite criar o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) por integração das unidades de Torres Vedras e do Barro no Centro Hospitalar Oeste Norte.

Este processo decorre no âmbito e sob a orientação da ARSLVT e têm suscitado grande controvérsia junto das comunidades locais. Esta reorganização terá grande impacto na capacidade de resposta do SNS às necessidades de saúde das populações assistidas por aquelas unidades hospitalares, razão pela qual antes de qualquer decisão se justifica a maior ponderação das mudanças em preparação.
Compete à Assembleia da República não se alhear da reorganização da rede hospitalar da região do Oeste.

Assim, ao abrigo das disposições regimentais e constitucionais, o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requer a Audição do Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Oeste Norte pela Comissão Parlamentar de Saúde, com o objetivo recolher informação e discutir os planos de reorganização da rede hospitalar da região do Oeste.

Lisboa, 15 de Fevereiro de 2012
Pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda,
O Deputado,
João Semedo

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3 Comments:

Blogger e-pá! said...

Invocando razões bíblicas...

"o Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda requer a Audição do Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Oeste Norte pela Comissão Parlamentar de Saúde..."

Embora esteja completamente de acordo que esta agenda de fusões, concentrações & junções de instituições hospitalares pouco ou nada modificará quanto à funcionalidade de cada uma das unidades e nada acrescentará à prestação global de serviços e realtivamente à qualidade de cuidados - mais parecendo medidas a reboque de mobilizações espúrias - penso que o BE não deveria ficar pela audição do Presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Oeste Norte.
Ousaria sugerir que, cumulativamente (ou simultaneamente), chamasse à Comissão de Saúde o gestor Mendes Ribeiro, que foi o insigne coordenador do grupo técnico para a reforma hospitalar.
Usando uma linguagem pia (um pouco em consonância com a actual "onda de assistencialismo") pergunto:
- Para quê ouvir inocentes querubins deixando de fora majestáticos arcanjos que se sentam à direita de Paulo (apóstolo do Senhor)?

10:52 da manhã  
Blogger tambemquero said...

O Ministério da Saúde espera poupar 27,5 milhões de euros com a reestruturação de serviços nos hospitais das Caldas da Rainha e de Torres Vedras, segundo uma proposta a que a agência Lusa teve esta quinta-feira acesso.



De acordo com a proposta da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSVLT), "estima-se uma redução de custos" de 27,5 M€.



A proposta, que está a ser discutida com as administrações hospitalares, tem como objectivo "dar sustentabilidade financeira" ao futuro centro hospitalar, depois de ambas as unidades terem chegado ao fim de 2011 com um défice 20,5M€ (11,5 M€ em Caldas da Rainha e 9M€ em Torres Vedras).



Por outro lado, os respectivos orçamentos para 2012 sofreram cortes significativos, tendo Caldas da Rainha passado a receber 35,6M€ em vez dos 56M€ de 2011 e Torres Vedras 26,4M€ contra os 40,7M€.



A poupança deverá ser conseguida através da repartição de valências médicas entre os dois hospitais prevista e da sua fusão num único centro hospitalar gerido pela mesma administração.



Além disso, prevê-se um "melhor aproveitamento da capacidade instalada quer do bloco operatório, quer da consulta externa e dos meios complementares de diagnóstico".

As medidas, segundo a ARSLVT, vão contribuir para a "redução da contratação externa de recursos humanos, das horas extraordinárias e dos suplementos remuneratórios e das despesas com consumos clínicos e medicamentos".



A concentração de serviços e a optimização de recursos deverão reduzir a despesa em cerca de 12M€.



Os "ganhos de escala" vão ser também obtidos por via da concentração de serviços hospitalares que até agora estavam multiplicados por várias unidades hospitalares da região e até deslocalizados nos hospitais de Peniche e de Alcobaça.



Peniche e Alcobaça deixam de ter internamento e deverão ser transformados em unidades de cuidados continuados, o que permitirá poupar 15M€ com o encerramento dos serviços hospitalares e 2,2M€ com o fim do internamento nestas unidades.



As consultas de especialidade vão manter-se adstritas aos respectivos centros de saúde e, enquanto a urgência de Peniche deverá ficar em funcionamento, a de Alcobaça deverá encerrar, estando a tutela a equacionar entregar as instalações à Santa Casa da Misericórdia.



Apesar de manter a pneumologia, o ministério pretende também encerrar o Hospital José Maria Antunes Júnior, em Torres Vedras, ao reduzir as 15 camas de internamento e reduzir a despesa em 0,5M€, sendo os doentes transferidos para o Hospital Pulido Valente, em Lisboa.



A região Oeste é servida pelo Centro Hospitalar Oeste Norte (Caldas da Rainha), que abrange os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche, e pelo Centro Hospitalar de Torres Vedras que serve o Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras e parte do concelho de Mafra.

11:37 da tarde  
Blogger tambemquero said...

Ministério quer transformar Torres Vedras em urgência básica

O Ministério da Saúde pretende reduzir as duas urgências médico-cirúrgicas da região Oeste a apenas uma em Caldas da Rainha, restringindo a resposta no Centro Hospitalar de Torres Vedras, segundo uma proposta a que a Lusa teve esta quinta-feira acesso.



“Propõe-se que a unidade hospitalar de Caldas da Rainha tenha uma urgência médico-cirúrgica e a urgência da unidade hospitalar de Torres Vedras passe a serviço de urgência básica”, refere o documento da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARSLVT) que está a ser negociado com as administrações dos dois centros hospitalares.

Contudo, na proposta datada de Janeiro deste ano, a ARSLVT esclarece que em Torres Vedras vai haver “reforço de especialistas de Medicina Interna e de Cirurgia Geral” nas 24 horas da urgência.



Ao passar de médico-cirúrgia para básica, a urgência de Torres Vedras deixa de ter equipas compostas por médicos especialistas nas várias valências, tais como medicina interna, ortopedia, cirurgia geral ou pediatria, e passa apenas a ser constituída por dois médicos, entre outros profissionais.



Por outro lado, passa a estar dotada com menos meios técnicos e deixa de dar resposta a grandes cirurgias e ao tratamento de patologias como enfartes do miocárdio ou Acidentes Vasculares Cerebrais.



A Lusa contactou a ARSLVT no sentido de obter esclarecimentos sobre a proposta e ainda aguarda esclarecimentos.



Contactado pela Lusa, o presidente da delegação regional da Ordem dos Médicos defendeu que se trata de “uma decisão sem sentido, que pode pôr em risco o atendimento às populações ao concentrar tudo em Caldas da Rainha, que já por si está actualmente sobredimensionada para as necessidades”.



“É um risco uma população de 200 mil habitantes deixar de ter uma urgência. A situação não está a ser bem avaliada”, alertou Rui Marroni, da direcção nacional do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.



Tendo em conta que a região está na área de influência dos hospitais centrais em Lisboa, Pedro Coito disse que a medida vai implicar um “vaivém agravado de ambulâncias”.



O responsável dá como exemplo um acidente ocorrido em Torres Vedras, cujas vítimas eram até agora reencaminhadas para este hospital e daí para Lisboa e passarão a ser reencaminhadas para Caldas da Rainha, mais a norte, para depois serem transportadas para Lisboa, de novo para sul, aumentando assim o tempo de deslocação das ambulâncias.



Apesar de o Ministério da Saúde querer transformar a urgência médico-cirúrgica de Torres Vedras numa básica, é a sul que tenciona colocar a “maior concentração de serviços cirúrgicos”.

Ainda que a Ordem dos Médicos não tenha sido chamada a pronunciar-se sobre a proposta, que ainda desconhece, Pedro Coito disse que concentrar a cirurgia em Torres Vedras onde deverá haver apenas uma urgência básica “é uma contradição”.



A região Oeste é servida pelo Centro Hospitalar Oeste Norte (Caldas da Rainha), que abrange os concelhos de Alcobaça, Bombarral, Caldas da Rainha, Nazaré, Óbidos e Peniche, e pelo Centro Hospitalar de Torres Vedras que serve o Cadaval, Lourinhã, Torres Vedras e parte do concelho de Mafra.

11:38 da tarde  

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