sexta-feira, fevereiro 10

Transparências e dilemas…

O "resgate", ou melhor, a renegociação do programa de auxílio externo, também denominada de “flexibilização”, vem a caminho – por vontade do ministro das Finanças alemão Wolfgang Schäuble. link
Maravilhosa esta dualidade de postura política. Cá dentro vocifera-se: “Nem mais tempo, Nem mais dinheiro…”
link , lá fora: “Agradecemos muito” link

Duas caras, dois corações. Nenhuma credibilidade.

Difícil vai ser – no futuro - explicar aos portuguesas e aos portugueses a razão porque se optou por acirrar tão drásticas medidas de austeridade. Mas na verdade este tremendo erro, essa teimosia, só será difícil explicar se o Governo persistir em negar que tem uma agenda política e económica neoliberal.
E, finalmente, resta-nos ter a capacidade de compreender (e aceitar) como empobrecendo inexoravelmente seremos capazes de gerar riqueza para crescer (economicamente) e pagar a dívida. Mais parece o “dilema do prisioneiro” iterado…


e-pá!

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2 Comments:

Blogger Tavisto said...

Esta conversa entre Schäuble e Vítor Gaspar é particularmente esclarecedora quanto à situação que se vive hoje na Europa. A irrelevância política dos órgãos comunitários é hoje mais que notória, em boa verdade é a Alemanha que põe e dispõe mexendo todos os cordelinhos.
Como sói dizer-se: manda quem paga.

12:37 da manhã  
Blogger tambemquero said...

Numa conversa indiscreta entre os ministros alemão e português das Finanças, captada pela TVI, Wolfgang Schauble diz: “Se no final precisarmos de fazer um ajustamento do programa português, nós estaremos preparados”. Vítor Gaspar responde: “Agradecemos muito”. Gaspar diz que entendeu aquelas palavras como a confirmação de que se um país cumprir as metas mas não puder regressar aos mercados no prazo previsto, então a troika continuará a financiar esse país. Mas a ser assim, Gaspar deveria ter respondido: “eu sei, muito obrigado”. E se fosse a oferta de mais tempo e dinheiro, deveria ter respondido¨ “Obrigado, mas não precisamos”. Como disse “agradecemos muito”, o que se depreende é que Gaspar e o primeiro-ministro sabem que vão ter de suavizar metas e condições, mas atuam como se não fosse assim. A questão é que agora eles sabem que nós sabemos que eles sabem.

expresso 11.02.12

12:21 da manhã  

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