domingo, março 24

Cataventos

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No melhor interesse do Estado e do cidadão, as unidades hospitalares públicas que não correspondam às expectativas dos doentes, utentes e famílias não deveriam ser punidas pela própria população? O conceito de área de abrangência, sendo castrador das liberdades, é defendido pelo "statu quo" hospitalar que protege os seus recursos e uma ilusória estabilidade. Os líderes deste subsector, têm preferido o risco de verem as suas unidades encerradas por decreto-lei do que terem a oportunidade de lutar pela sua sobrevivência através da criatividade geradora de dinâmicas de competitividade e inovação. Trata-se do reflexo de uma cultura de liderança baseada nos processos de influência e negociação obscura em detrimento da transparência que resulta dos efeitos das opções livres dos doentes e famílias, conforme verificado nos sistemas de saúde de referência europeia. Sendo uma abordagem abandonada na maior parte das nações ocidentais, a resistência às dinâmicas de competitividade hospitalar teima em manter-se em alguns, poucos, sistemas de saúde.
Por outro lado, tendo sido eu o único membro de uma comissão para a sustentabilidade do SNS que, em 2006, não subscreveu a proposta de extinção dos subsistemas, incluindo a ADSE, custa-me agora ver o silêncio de alguns que é adoptado apenas por questões tácticas de alinhamento partidário. Defendo, como defendi na altura, que os subsistemas públicos são o melhor instrumento que o Estado tem para ajustar o financiamento dos cuidados de saúde ao custo real, algo que o SNS nunca conseguiu estabelecer na sua abordagem de contratualização. 
PM, JN 22.03.13 link

Cataventos
Os neo-liberais “convertidos” têm esta particular singularidade de se transformarem em oráculos da “resistência” encontrando novos apoios nos velhos adversários enjeitados que foram pela “família”.
Quanto ao resto: mais do mesmo. “Analisar” em tom paternalista o que nunca se deu prova de saber fazer, “julgar intenções” e insinuar, insunar…
O que é triste não é a política, nem sequer a Europa. O que é triste é vender a “alma ao diabo”. Cegueira, sectarismo, bota-abaixo são o melhor contraponto à criticada “propaganda”.
Faz pena o SaúdeSA transformado em caixa de ressonância da demagogia oportunista.Ver disto ao pé de gente coerente que escreve com alma e com ética (como é bom exemplo o e-pá) diminui a vontade de “revisitar” um blogue sério e resistente.
Talvez valha a pena lembrar e ouvir Sérgio Godinho: “Arranja-me um emprego”
Carlos Silva, comentário a propósito de um artigo anterior de PM

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6 Comments:

Blogger Clara said...

PM devia ter vergonha de referir a sua triste passagem na comissão responsável pelo estudo sobre sustentabilidade do SNS encomendado por Correia de Campos.
Neste artigo PM, ex PKM, quer parecer mais liberal que os liberais do governo e da troika.
Mais uma intervenção infeliz de PM.
O que andará este senhor a ensinar aos alunos da ENSP?

3:37 da tarde  
Blogger Tavisto said...

A que ajustamento e a que abordagem de contratualização se refere PKM relativamente aos subsistemas públicos?

O que vemos na prática são os subsistemas a “ferrar o calote” ao SNS e a pagarem toda e qualquer factura apresentada pelos sectores privado e social.
Considera uma boa abordagem de contratualização condicionar a atribuição da convenção para MCD à aceitação da marcação de consultas a baixo preço, sabendo-se que a pretensa poupança conseguida é rapidamente engolida pelo custo dos meios complementares de diagnóstico (MCD), frequentemente realizados sem outro obejctivo que não seja o de melhorar o reembolso?
Na verdade o único ajustamento que se conhece é o dos cortes cegos no valor dos MCD, rapidamente compensada pela multiplicação de procedimentos e pela baixa de qualidade, da parte do operador privado/social. Situação que se vem repetindo ano após ano com os encargos financeiros dos subsistemas a subirem em espiral num desequilíbrio de contas só compensado pelo que deixou de ser pago directa, ou indirectamente deixando a seu cargo os doentes mais graves e as patologias mais onerosas, ao SNS .

4:49 da tarde  
Blogger Unknown said...

Cara Clara se houvesse vergonha na cara não ousaria sequer referir nem o tempo nem o modo como “passou” pela referida comissão. Ninguém esquece a forma desleal e despudorada como se comportou. Parece, aliás, fazer parte do registo contínuo por onde passa. Nesta prédica escrita de hoje deu-lhe para um toque neoliberal retomando a sua verdadeira filogenia. Deambulando por entre as sombras, procurando desalmadamente, todos os dias, espaço para colocar nos jornais alguns carateres de ressabiamento, maledicência de onde sobressaem pérolas como esta: “uma cultura de liderança baseada nos processos de influência e negociação obscura”. Aparece como o grande verificador do que se passa nos “sistemas de saúde de referência europeia” assumindo-se como um verdadeiro estrangeirado, culto e omnicompetente conhecedor da melhor verdade. Esta demarcação da ADSE faz supor que os alinhamentos (tentados) à esquerda também terão soçobrado. Vai-se a ver a troika também embirrou com os subsistemas por um qualquer tipo de alinhamento partidário obscuro.

9:33 da tarde  
Blogger sofia said...

Apenas para precisar que a Comissão para a Sustentabilidade Financeira do SNS nomeada pelo ex-Ministro Correia de Campos não defendeu, ao contrário do afirmado, a mera extinção dos subsistemas como a ADSE, mas sim a sua "retirada do espaço orçamental", o que não é exactamente a mesma coisa - recomendação nº 7, na p.168 do relatório. E que PKM não integrou essa Comissão até ao final dos seus trabalhos, pelo que, tanto quanto me recordo, a sua posição sobre esse, ou outros temas, não terá ficado registada no âmbito dos trabalhos da mesma.
Ana Sofia Ferreira

5:16 da tarde  
Blogger Unknown said...

Comentários desrespeitosos merecem alguns reparos pela amizade e proximidade pessoal com o Professor PM.

deslealdade? tanto quanto sei, será que se referem ao facto do presidente (e vice-presidente) da comissão para a sustentabilidade dos sns ter pré-combinado as recomendações com a máquina do PS e não ter enviado a versão final aos outros membros da comissão para aprovação final antes de a enviar oa ministro?

Oportunismo? Não é PM o único que desde o inicio, meados de 2011, mais abertamente tem criticado este ministro da saúde?

Procura emprego? já lhe ofereceram um para o silenciar (técnica utilizada pelo actual ministro), mas recusou. Parece que a liberdade de opinião é mais valiosa.

Liberal? mais valia que quem utiliza esse termo entendesse melhor o seu significado.
PM é um livre pensador. Li que é um profundo admirador de Obama e de Blair.

Também conhece, de facto, a realidade internacional em profundidade e experiência prática.
Para nós, seus alunos, é uma honra tê-lo como professor seja em que instituição for.

A correcção da Dr.a Ana Sofia Ferreira, é hilariante. Os sistemas de saúde mais eficientes incluem susbistemas (sobretudo públicos) muito activos e bem geridos. Falta é discutir a boa gestão destes e a boa regulação dos estados que sabem pressionar as entidades financiadoras (subsistemas) no sentido de gerar eficiências.

Da inveja e critica cobarde, neste blogue, já vimos muito em relação a várias pessoas embora PM seja uma figura de "estimação" de alguns personagens cobardes e hipócritas que por aqui andam.

4:25 da tarde  
Blogger Clara said...

Quando mete PM isto é uma animação.
Como desta vez os comentários de PM são insultuosos proponho que o senhor livre pensador seja banido deste espaço.

9:16 da tarde  

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