Tribunal de Contas investiga obstáculos às USF
No seguimento da «carta aberta» em defesa dos CSP link
No seguimento da «carta aberta em defesa dos cuidados de
saúde primários» -- que denunciava entraves à constituição de USF --,
apresentada recentemente em conjunto pela Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos
Médicos e Associação Nacional das USF (USF-AN), «o Tribunal de Contas (TC)
decidiu investigar os obstáculos denunciados» e «solicitou à USF-AN mais
informação sobre requisitos e limites à constituição, modificação e avaliação
de USF», revela a USF-AN na sua página na internet.
A USF-AN, em resposta ao pedido do TC, do passado dia 27 de
Fevereiro, enviou um dossier, que pode ser consultado em link.
Na informação enviada, aquela Associação informa o TC que,
apesar de as USF serem uma «prioridade estratégica» do Memorando de
Entendimento com a troika, em «2013 não houve o lançamento de nenhuma unidade»,
mesmo existindo «33 USF com pareceres técnicos emitidos pelas ERA a aguardarem
das ARS o início da actividade», e que, em 2012, «apenas iniciaram atividade 38
equipas».
As instalações são também um entrave, revelando a USF-AN que
«estão 26 equipas a aguardar instalações para iniciarem funções».
Também o «problema geral da falta de recursos humanos,
particularmente de enfermeiros e de secretários clínicos», é outra das «dificuldades
prementes» à constituição de USF.
Metodologia de contratualização ainda se encontra em
discussão
O TC é ainda alertado para «factores novos e imprevistos que
condicionam ilegitimamente o funcionamento e a avaliação das USF». Entre os
quais, enuncia a USF –AN, o processo de limpeza de utentes na ARSLVT, que cria
«uma situação de desigualdade de tratamento entre as equipas de diferentes
USF».
Além disso, revela a Associação, «têm-se verificado
constantes atrasos na contratualização com as equipas, assim como na publicação
dos relatórios de actividades das USF»: «Em Março de 2013, a Metodologia de
contratualização ainda se encontra em discussão e não foi enviada qualquer
proposta de alteração à Portaria n.º 1368/2007 de 18 de Outubro para negociação
sindical», denuncia a USF-AN. Acresce o facto de a aplicação de incentivos
institucionais atrasar-se «cronicamente, excedendo em casos, um atraso sobre o
prazo legal de mais de dois anos», pode ler-se no relatório.
A Associação liderada por Bernardo Vilas Boas, dá ainda
conta ao TC de «USF que estão há quatro anos sem qualquer visita/auditoria,
apesar de constante solicitação para as mesmas» e, por fim, dos «obstáculos à
evolução de USF modelo A para modelo B, especialmente na ARS do Norte, apesar
de existirem USF com parecer favorável emitido pela ERA, algumas das quais há
vários meses».
Tempo Medicina 19.03.13
Etiquetas: CSP
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