quinta-feira, março 21

Tribunal de Contas investiga obstáculos às USF


No seguimento da «carta aberta» em defesa dos CSP link

No seguimento da «carta aberta em defesa dos cuidados de saúde primários» -- que denunciava entraves à constituição de USF --, apresentada recentemente em conjunto pela Ordem dos Enfermeiros, Ordem dos Médicos e Associação Nacional das USF (USF-AN), «o Tribunal de Contas (TC) decidiu investigar os obstáculos denunciados» e «solicitou à USF-AN mais informação sobre requisitos e limites à constituição, modificação e avaliação de USF», revela a USF-AN na sua página na internet.
A USF-AN, em resposta ao pedido do TC, do passado dia 27 de Fevereiro, enviou um dossier, que pode ser consultado em link.
Na informação enviada, aquela Associação informa o TC que, apesar de as USF serem uma «prioridade estratégica» do Memorando de Entendimento com a troika, em «2013 não houve o lançamento de nenhuma unidade», mesmo existindo «33 USF com pareceres técnicos emitidos pelas ERA a aguardarem das ARS o início da actividade», e que, em 2012, «apenas iniciaram atividade 38 equipas».
As instalações são também um entrave, revelando a USF-AN que «estão 26 equipas a aguardar instalações para iniciarem funções».
Também o «problema geral da falta de recursos humanos, particularmente de enfermeiros e de secretários clínicos», é outra das «dificuldades prementes» à constituição de USF.

Metodologia de contratualização ainda se encontra em discussão

O TC é ainda alertado para «factores novos e imprevistos que condicionam ilegitimamente o funcionamento e a avaliação das USF». Entre os quais, enuncia a USF –AN, o processo de limpeza de utentes na ARSLVT, que cria «uma situação de desigualdade de tratamento entre as equipas de diferentes USF».
Além disso, revela a Associação, «têm-se verificado constantes atrasos na contratualização com as equipas, assim como na publicação dos relatórios de actividades das USF»: «Em Março de 2013, a Metodologia de contratualização ainda se encontra em discussão e não foi enviada qualquer proposta de alteração à Portaria n.º 1368/2007 de 18 de Outubro para negociação sindical», denuncia a USF-AN. Acresce o facto de a aplicação de incentivos institucionais atrasar-se «cronicamente, excedendo em casos, um atraso sobre o prazo legal de mais de dois anos», pode ler-se no relatório.
A Associação liderada por Bernardo Vilas Boas, dá ainda conta ao TC de «USF que estão há quatro anos sem qualquer visita/auditoria, apesar de constante solicitação para as mesmas» e, por fim, dos «obstáculos à evolução de USF modelo A para modelo B, especialmente na ARS do Norte, apesar de existirem USF com parecer favorável emitido pela ERA, algumas das quais há vários meses». 
Tempo Medicina 19.03.13

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