domingo, agosto 3

Isabel Vaz, quis o destino ...

Melhor negócio do que a saúde só o das armas. Isabel Vaz, conhecida por esta afirmação bombástica foi a primeira escolha de Passos Coelho para o ministério da privatização da saúde. link 
A administradora do Grupo Espírito Santo Saúde (ESS) tem sob a sua responsabilidade quase seis mil colaboradores. Número que não a assusta minimamente. Isabel Vaz nasceu para liderar e assume que a sua maior motivação, para lá da família e dos filhos, são os hospitais, os médicos, as enfermeiras, a equipa que criou do zero, porque gosta muito do que faz. link 
Há mais pessoas a procurar o Hospital de Loures para realizarem abortos do que a marcarem consultas para terem filhos, disse (…) a responsável pela Espírito Santo Saúde, entidade que gere aquela unidade hospitalar. (…) “Isto não tem nada a ver com ser ou não católico”, destacou a responsável da entidade do Grupo Espírito Santo, lembrando que “a cobertura universal dos cuidados de saúde não é possível“.link 
Como comenta a possibilidade de extinção da ADSE (a protecção na saúde dos funcionários públicos)? 
A ESS tem interesses brutais nesse tema, como todos sabem. No curto prazo seria um desastre orçamental porque, em 2011, a ADSE representou na rede privada €490 milhões dos quais 65% financiados pelos beneficiários, e este valor teria de ser gasto pelo Estado na mesma. No longo prazo, é também um grande disparate, é ceder a mais um interesse do lóbi prestador público, que está aflito de doentes. Neste momento a ADSE dá liberdade de escolha entre público e privado. Porque é que os portugueses em geral não exigem isso aos políticos e permitem nivelar por baixo, numa guerra intestina contra os funcionários públicos? 
Quais são os próximos investimentos? 
O grupo faturou €341 milhões em 2012, mais 25% face ao ano anterior. Se isolarmos o sector privado (€290 milhões) da PPP (Beatriz Ângelo) o crescimento é de 6%, e o Hospital da Luz (em Lisboa) subiu 7%, com um volume de negócios de €126,5 milhões. Temos um grande plano de expansão da Luz, que também é um hospital de ensino e está a precisar de ser ampliado em 35%, a que se somará a criação de um grande centro de formação. Precisamos de aumentar a vertente assistencial e consolidar também a atividade de investigação e ensino — nesse âmbito temos várias parcerias internacionais. E temos muitos pedidos de economias emergentes (Brasil, Colômbia, Venezuela, Norte de África, China) para exportar o nosso modelo de gestão. Estamos com muitos projetos de investigação ao nível de novos sistemas de informação clínicos. Isto vai muito além do turismo de saúde. Os portugueses têm capacidade inventiva para dar. Entrevista de Ana Sofia, Semanário Expresso de 16.02.13 
É de Setúbal, da terra de José Mourinho... Há quem a chame o Mourinho da Saúde em Portugal. Considera-se uma mulher poderosa no sector da saúde? 
Não, considero-me uma mulher muito trabalhadora que teve o privilégio da confiança de um grande empresário, o doutor Ricardo Salgado, porque ele, antes de ser banqueiro, é um homem com uma grande visão empresarial, que me deu o privilégio de acreditar num projecto que fizemos de raiz e em que ele acreditou, investiu como Grupo. Sou uma pessoa que lidera uma equipa de gente jovem, muito trabalhadora, fantástica, muito motivada... Não sei se isso é ter poder, mas não vejo a liderança como um exercício de poder. 
Qual foi o momento entre si e Ricardo Salgado em que pensaram "agora é mesmo para avançar"? 
Pensámos muito. O doutor Ricardo Salgado é uma pessoa extraordinariamente cerebral que não dá ponto sem nó, como costumo dizer. Pensa muito bem nas decisões. Fizemos um estudo muito grande sobre o sector, demorámos seis meses a estudar o que poderíamos ou não fazer, estabelecemos a estratégia. Os números faziam sentido, a estratégia também, portanto, foi muito rápido. Era muito claro que a oportunidade estava lá. Depois tive o privilégio do doutor Ricardo dizer "muito bem, faz todo o sentido, avance, monte a sua equipa" .link link Rui Pedro Baptista, DE 18 Ago 2011

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