sábado, março 28

Destino e desventura

O BE foi muito crítico da venda em hasta pública do triângulo dourado, em Alcântara, e do terreno junto ao Hospital da Luz. Porquê?
Olhamos para a política de urbanismo deste executivo e vemos que há, desde a revisão do Plano Director Municipal, uma preocupação mal orientada para a rentabilidade de quem quer investir no imobiliário. No caso do triângulo dourado e do Hospital da Luz, é um bocadinho esse paradigma: os planos de pormenor e os planos de urbanização são adaptados de forma a corresponderem às expectativas dos interessados nesses terrenos. Nós achamos que o urbanismo deve ser feito a pensar na cidade, nas pessoas. Naturalmente tem que ter em conta quem vai investir, mas não pode ser orientado para esses.
Os planos foram alterados a pensar nas manifestações de interesse que tinha havido?
Sim, a história desse Plano de Pormenor do Eixo Urbano Luz Benfica e do Plano de Urbanização de Alcântara é essa. São investidores imobiliários, em ambos os casos ligados ao sector da saúde, a Espirito Santo Saúde e o Grupo Mello, que começam por manifestar interesse num determinado lote, registam esse interesse junto da câmara, a câmara procede à revisão dos instrumentos de gestão territorial que regem a utilização desse espaço para os adaptar às ambições desses grupos, aprova-os, depois cria uma hasta pública para vender esses terrenos e em ambos os casos aparece um único comprador que compra pelo valor de um euro acima da base de licitação. Achamos que isto não é de todo transparente, que não é razoável construir-se e pensar-se a cidade em função destes interesses.
A câmara favoreceu essas duas entidades?
Sim. O BE tem a convicção de que estas revisões de planos de pormenor e de planos de urbanização foram feitas para isso, porque o resultado foi esse. E, portanto, há um favorecimento.
JP 23.03.15 link
Costa ao sabor dos interesses do costume. Futuro, mais do mesmo. 

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1 Comments:

Blogger Tavisto said...

À semelhança da oportuna iniciativa: STOP Infeção Hospitalar, lançada pela Fundação Gulbenkian para reduzir a inaceitável taxa de infecção verificada nos nossos hospitais, deveria ser proposto um programa do género às nossas autarquias: STOP Corrupção Autárquica.
Depois das notícias sobre os benefícios concedidos ao clube da Luz, a Câmara de Lisboa mostra, uma vez mais, merecer candidatar-se a uma iniciativa deste tipo.

6:12 da tarde  

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