Destino e desventura
O BE foi muito crítico da venda em hasta pública do
triângulo dourado, em Alcântara, e do terreno junto ao Hospital da Luz. Porquê?
Olhamos para a política de urbanismo deste executivo e vemos
que há, desde a revisão do Plano Director Municipal, uma preocupação mal
orientada para a rentabilidade de quem quer investir no imobiliário. No caso do
triângulo dourado e do Hospital da Luz, é um bocadinho esse paradigma: os
planos de pormenor e os planos de urbanização são adaptados de forma a
corresponderem às expectativas dos interessados nesses terrenos. Nós achamos
que o urbanismo deve ser feito a pensar na cidade, nas pessoas. Naturalmente
tem que ter em conta quem vai investir, mas não pode ser orientado para esses.
Os planos foram alterados a pensar nas manifestações de
interesse que tinha havido?
Sim, a história desse Plano de Pormenor do Eixo Urbano Luz
Benfica e do Plano de Urbanização de Alcântara é essa. São investidores
imobiliários, em ambos os casos ligados ao sector da saúde, a Espirito Santo
Saúde e o Grupo Mello, que começam por manifestar interesse num determinado
lote, registam esse interesse junto da câmara, a câmara procede à revisão dos
instrumentos de gestão territorial que regem a utilização desse espaço para os
adaptar às ambições desses grupos, aprova-os, depois cria uma hasta pública
para vender esses terrenos e em ambos os casos aparece um único comprador que
compra pelo valor de um euro acima da base de licitação. Achamos que isto não é
de todo transparente, que não é razoável construir-se e pensar-se a cidade em
função destes interesses.
A câmara favoreceu essas duas entidades?
Sim. O BE tem a convicção de que estas revisões de planos de
pormenor e de planos de urbanização foram feitas para isso, porque o resultado
foi esse. E, portanto, há um favorecimento.
JP 23.03.15 link
Costa ao sabor dos interesses do costume. Futuro, mais do mesmo.
Etiquetas: bater no fundo
1 Comments:
À semelhança da oportuna iniciativa: STOP Infeção Hospitalar, lançada pela Fundação Gulbenkian para reduzir a inaceitável taxa de infecção verificada nos nossos hospitais, deveria ser proposto um programa do género às nossas autarquias: STOP Corrupção Autárquica.
Depois das notícias sobre os benefícios concedidos ao clube da Luz, a Câmara de Lisboa mostra, uma vez mais, merecer candidatar-se a uma iniciativa deste tipo.
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