Nova Gestão Hospitalar
Todos conhecemos os actuais desafios que se colocam à gestão da Saúde: dar resposta ao ritmo crescente dos gastos em saúde (determinados, essencialmente, pelo aumento do custo das novas tecnologias), procurando, ao mesmo tempo, assegurar ganhos efetivos em saúde.
Para os hospitais, unidades complexas autónomas e empresarializadas, o desafio está em conseguir a sua sustentabilidade económico sem descurar os seus objectivos de eficiência social. Trata-se, afinal, de observar as consequências, tanto positivas como negativas, de gerir hospitais como se de uma empresa se tratasse, sem descurar a prossecussão da sua função social definida na CR.
Tem sido interessante acompanhar a reconfiguração estrutural dos hospitais publicos nos ultimos anos no sentido de apurar em que medida a evolução organizacional e das relações de poder, em particular o aumento do peso e importância dos sistemas de gestão e dos gestores no processo de tomada de decisão, têm contribuído para a obtenção de ganhos de eficiência.
Especialização crescente da função a que a criação da carreira dos Administradores Hospitalares procurou dar resposta, autonomização da gestão e criação de estruturas intermédias de gestão, três vectores importantes que merecem desenvolvimento futuro.
Decorrido o reinado de Paulo Macedo, dos cortes a eito que amputaram a Saúde do financiamento necessário, chegámos a uma encruzilhada em que é necessário proceder a uma reflexão profunda das experiências em curso e erros passados. A solução já não está em copiar o que se faz no sector privado (a exploração das PPP encarregou-se de acabar com o mito).
«Entre o Tribunal de Contas e a CReSAP, há consenso quanto à necessidade de reforçar e aumentar a qualificação dos gestores que actuam na área da saúde. Em particular, o Tribunal de Contas e a CReSAP evidenciam as iniciativas orientadas para a qualificação dos gestores hospitalares, como mais-valia significativa, em face das deficiências verificadas nesta área » In “Saúde e Governança em Portugal ”. link
Tenho a certeza que o novo ministro da saúde reconhecerá a importância destas recomendações, responsabilizando os Administradores Hospitalares pela nova gestão dos hospitais da rede do SNS.
Promovendo o desenvolvimento das unidades intermédias de gestão (CRIS), lideradas por Administradores Hospitalares de carreira. Atendendo ao seu grau de especialização ímpar, modelado em torno de valores que devem presidir à gestão das unidades do nosso SNS. («garante da proteção e promoção da saúde, serviço solidário e universal, decisivo para manter e melhorar os níveis de saúde de toda a população e contribuindo para o seu bem-estar e qualidade de vida.») link
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