quarta-feira, outubro 28

O abstémio Leal a caminho de dar à Costa …

De mal a pior ou do inconcebível ao inevitavelmente péssimo. 
 Não se compreende como o Presidente da República, um homem que vem a público exibir abundantes e inquietantes reservas quanto a partidos representados na AR em relação à NATO, Tratado de Lisboa, Tratado Orçamental, etc., e não sabe ler ou interpretar o significado macabro de um ‘compromisso’ do recém-nomeado ministro da Saúde que baseia as suas concepções sociais na transferência de competências - e de meios financeiros - do sector público para o privado. 
 A terminologia usada foi: “ A nossa grande questão para os próximos quatro anos é tornar o SNS verdadeiramente universal, ou seja, criar condições para que os portugueses aceder ao SNS com maior facilidade, podendo isso passar pelo maior reforço entre o sector público e privado. Aqui é que não temos nenhum engulho ideológico, não precisamos de piscar o olho à esquerda com o papão dos privados, esse é um discurso que já não tem sentido na Europa do século XXI" link
Trata-se da mais pura demonstração de um aforismo que os portugueses conhecem bem e que Passos Coelho na bufa representação operática de vencedor minoritário das eleições, deu à estampa, resolvendo posicionar uma raposa a guardar o galinheiro. 
É certo que Leal da Costa pertence (ou pertenceu) ao ‘inner circle’ de Cavaco Silva e, também [ou só] por isso, gozará do privilegiado estatuto de ficar de fora das reincidentes diatribes presidenciais. 
O ex-secretário de Estado Adjunto do Ministro da Saúde demonstrou não ser um visionário qualquer, imbuído de idílicas alucinações que, em plena crise dos serviços de urgências hospitalares, no final ano passado, apressou-se a declarar que tudo estava a funcionar bem e os doentes (que considerou bem instalados) estavam deitados em macas com protecção anti queda link. Protecção que, agora, o novel ministro parece não disfrutar. Correndo o risco de acaba nas urgências vítima de uma síndroma de abstinência. 
 E-Pá!