Ministros a martelo
Leal da Costa, o ex secretário de estado adjunto da saúde, contou ao SOL que o convite de Passos Coelho para assumir a liderança do Ministério chegou via telefone no dia 26: “Disse-lhe logo: ‘Com certeza senhor primeiro-ministro: seja por 24 horas ou por 4 anos”. “Há muito boa gente que pensa que fui escolhido para 15 dias mas, perdoem-me a arrogância, o senhor primeiro-ministro por ventura reconhecerá a minha competência”, atirou, acrescentando que “era importante” a continuação no cargo. “Acho que era importante que o próximo ministro da Saúde fosse eu”, frisou.
NM, 06.11.15 link
Saiu Paulo Macedo. Entrou Leal da Costa. Um médico que gosta de aparecer. Falar aos órgãos de comunicação.
Desta vez, em entrevista ao “Sol”, aproveitou para gabar a escolha “competente” e importante de Passos Coelho.
Afinal, quem teve o desplante de dizer a propósito do caos das urgências do último inverno: “Nós só vimos pessoas bem instaladas, bem deitadas, em macas com proteção anti queda, em macas estacionadas em locais apropriados. Os testemunhos dos médicos que eu ouvi, com o devido respeito, conheço-os há bastante tempo, alguns deles são reputados e reconhecidos militantes do Partido Comunista e da oposição, alguns candidatos a deputados. São pessoas que eu tenho gosto de conhecer há muito tempo e que obviamente estão politicamente motivadas para fazer algumas afirmações, que são opiniões. Nada daquilo é demonstrado." link
Só podia dar em Ministro da Saúde. Nem que seja por quinze dias.
Nota: Porque é que este distinto protagonista da nossa política me faz lembrar outro não menos distinto hematologista do PS.
Etiquetas: bater no fundo
4 Comments:
Sabia uma parte da história (que em 2011 fora Cavaco quem influenciara decisivamente Passos Coelho, quando este lhe levou a lista de Secretários de Estado, a substituir um médico do Norte pelo seu assessor para a Saúde, Leal da Costa, para o lugar de Secretário de Estado da Saúde).
Por um acaso, soube agora o resto da história: o médico do Norte era o Dr. Eurico de Castro Alves que acaba de ser nomeado agora para o efémero mandato de Secretário de Estado da Saúde.
A Saúde seria hoje algo diferente, pois Eurico Castro Alves é uma personalidade capaz. Foi ele um dos líderes que no campo médico puxaram pela Cirurgia de Ambulatório, a nível nacional e deu o exemplo no Hospital de Santo António.
Foi ele também que lançou um projecto de indicadores para avaliação dos pela Entidade Reguladora da Saúde.
O agora Ministro é uma construção na areia de alguns amigos (João Lobo Antunes, Correia de Campos e 'dirigentes' da Direcção Geral da Saúde. Sempre que se fala com colegas, as orelhas dele ardem, seguramente.
Clara:
A aura de 'capacidade' do Dr. Eurico Alves poderá ser - com toda a carga subjectiva que encerram as especulações comparativas - uma outra 'martelada'.
Desconhece-se se no continuum de buscas e descobertas de talentos, promovido pelo defunto Governo nesta área, com a prestimosa ajuda de Belém, não se acabe por chegar ao Dr. Luís Filipe de Menezes... e, depois, não esquecer de 'chutar' o Dr. Marco António para a presidência (de qualquer coisa).
Seria um 'honorable trio' ao serviço "do interesse público"...
Vá o diabo escolha. O pior é se nos sai o outro hematologista do PS. Uma verdadeira entrada em Beleza.
Valha-nos o Adalberto.
PS2 Os ministérios temporários do actual governo estão eivados de um misticismo cruzado com ingenuidade pastoril que anima até o mais insuspeito social-democrata a erguer catanas e desbastar tanta vaidade. Depois de Calvão da Silva e do seu transe místico, também Leal da Costa (quem?... é o ministro da Saúde em gestão) ajustou o seu halo, acha que o melhor ministro da Saúde seria sempre ele próprio e ufana-se nos jornais de se ter apressado a trocar de lugar com Paulo Macedo no carro oficial imediatamente após a sua tomada de posse. Haja decoro e, não havendo, haja silêncio. Miguel romao jornal i link
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