domingo, julho 31

Não lembra ao diabo ...

Médicos deslocados para o Algarve com 800 doentes em lista de espera em Bragança

Autarquia critica decisão de “emprestar” dois ortopedistas e um anestesista ao Algarve.
A Câmara de Bragança reclama a “revogação imediata” da deslocação de três médicos especialistas para o Algarve, considerando a medida penalizadora dos mais de 800 doentes da região em lista nas especialidades nem causa, divulgou ontem o município.
Os dados constam de uma tomada de posição da autarquia liderada pelo social-democrata Hernâni Dias e aprovada por unanimidade em reunião de Câmara, na segunda-feira, para ser enviada ao Governo e às entidades regionais.
No documento, a autarquia vinca que a decisão de “emprestar” dois ortopedistas e um anestesista ao Algarve, “para além de ser injusta, penaliza de forma grave os mais de 800 cidadãos (da região de Bragança) que se encontram em lista de espera para serem submetidos a uma cirurgia ortopédica”.
A Câmara da capital de distrito entende que a ausência destes especialistas durante todo o Verão “irá dilatar ainda mais o tempo médio de espera que, segundo os dados publicados no portal do Serviço Nacional de Saúde (SNS), é nesta data superior a meio ano, mais precisamente 194 dias”.
Acresce ainda que as especialidades em causa “foram identificadas com carências de recursos médicos” pelo próprio Governo num despacho que abre concurso para 11 vagas em várias especialidades da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, entre as quais um ortopedista e um anestesista.
O município transmontano lembra ainda que “nos meses de Verão verifica-se o regresso de milhares de emigrantes para gozo de férias, podendo registar-se, em situações de urgência ou emergência, uma ausência de respostas na prestação de cuidados nas especialidades em questão, obrigando a deslocações dos doentes para hospitais do litoral”.
A câmara considera ainda que a medida “irá agravar a já débil situação económico-financeira da ULS do Nordeste” que poderá ver-se obrigada a “recorrer ao pagamento adicional para a realização de cirurgias com os elevados custos daí decorrentes”.
A autarquia pede a revogação imediata da deslocação dos médicos para o Algarve.
Lusa
Não lembra o diabo autorizar a deslocação de especialistas de uma das regiões mais carenciadas pelo fator interioridade para suprir carências de uma outra onde, não faltando médicos desta e outras especialidades (não estão é no SNS), a pressão mediática obriga ao disparate do decisor político. 
Descobre-se a cabeça para tapar os pés, a “manta” SNS está cada vez mais curta e tardam medidas de fundo para lhe dar a dimensão devida. 

Tavisto

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