Hospitais, reforma na gaveta
Dr. Adalberto Campos Fernandes, o actual modelo de gestão hospitalar caminha no sentido da optimização dos serviços ou será antes a gestão possível?
Neste momento não temos um verdadeiro modelo de gestão pública nos hospitais que integram a rede do Serviço Nacional de Saúde. Na verdade, coexistem hospitais em regime de parceria público-privada, hospitais integrados no sector público administrativo e a grande maioria de hospitais entidades públicas empresariais cujo estatuto foi profundamente desvirtuado através de medidas de centralização burocrática e administrativa. Mais uma vez, também neste aspecto, se perdeu uma oportunidade histórica de, para além da reforma da rede hospitalar, se ter definido um novo estatuto com um novo modelo de organização e de gestão. Sem isso nada acontecerá de relevante e o caminho da desestruturação e da diminuição da qualidade e do acesso prosseguirá o seu caminho.
Apdh, 12 Fevereiro 2014 link
Decorrido quase um ano após a posse do XXI Governo Constitucional (25 nov 2015) o que foi feito relativamente à reforma da rede hospitalar?
Quase nada. E já vamos no terceiro coordenador da reforma dos Cuidados Hospitalares. link
Recuperação da autonomia de gestão, inovação dos modelos organizacionais (Unidades Autónomas de Gestão – UAG), avaliação dos gestores hospitalares, definição de um novo estatuto com um novo modelo de organização e de gestão dos hospitais. Algumas das medidas que continuam na gaveta.
A acção governativa deste governo tem-se quedado pelas frases feitas, pelos soundbites, tão ao gosto do nosso presidente Marcelo Rebelo de Sousa.
Clara Gomes
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