domingo, outubro 2

ACF, política de direita


«PSD considerou hoje que a decisão anunciada pelo Governo para a ADSE é um “erro crasso”, que “choca”, porque o Estado vai continuar a “financiar o setor privado da Saúde”. “É um erro crasso sobre aquilo que deveria ser a ADSE e o que me choca é que acaba por ser um Governo apoiado por todas as esquerdas parlamentares a apoiar que seja o Estado que continue a financiar o setor privado da saúde, porque, na realidade, a ADSE é responsável por entre 20 e 30% da faturação dos prestadores de cuidados de saúde privados no país”, afirmou o deputado do PSD Ricardo Batista Leite, da Comissão Parlamentar de Saúde. Para o deputado, o “Estado controlador” continua a dominar o processo e a “continuar a permitir que o dinheiro que entra nos cofres do Estado continue a alimentar o negócio do setor privado”. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou na terça-feira que a ADSE vai ser um instituto público de gestão participada, com participação dos beneficiários, e que terá uma dupla tutela, dos ministérios da Saúde e das Finanças. “É uma cegueira ideológica e que no final do dia é o próprio Estado a alimentar o negócio do privado”, acrescentou o deputado. Segundo o ministro, a ADSE será um instituto público de gestão participada, o que permite preparar uma evolução, para uma eventual solução de maior autonomia, para uma associação mutualista de interesse público.»
DV 28.09.16

Mas o que é isto!  Que tempos vivemos na Saúde em que um deputado de um partido de Direita defende princípios e esgrime argumentos, que se esperariam ouvir das bancadas das Esquerdas?
Que paradoxo explica que, enquanto António Arnault diz ser preciso "domesticar o setor privado" JN 14.09.2016, Adalberto Campos Fernandes, secundado pelos Sindicatos da Função Pública, queira engordar a ADSE (cliente exclusivo dos privados) com mais 45 mil beneficiários, como forma de garantir a sustentabilidade do subsistema DN 28/09/2016?
Que tempos são estes em que se contém despesa, trazendo o SNS à rédea curta Despacho 413/2016, e se garantem e reforçam as rendas dos grupos económicos privados?
Pergunta-se, o SNS é para levar a sério ou para ser utilizado como bandeira eleitoral “à la carte”? 
Tavisto

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