ACF, política de direita
«PSD considerou hoje que
a decisão anunciada pelo Governo para a ADSE é um “erro crasso”, que “choca”,
porque o Estado vai continuar a “financiar o setor privado da Saúde”. “É um
erro crasso sobre aquilo que deveria ser a ADSE e o que me choca é que acaba por
ser um Governo apoiado por todas as esquerdas parlamentares a apoiar que seja o
Estado que continue a financiar o setor privado da saúde, porque, na realidade,
a ADSE é responsável por entre 20 e 30% da faturação dos prestadores de
cuidados de saúde privados no país”, afirmou o deputado do PSD Ricardo Batista
Leite, da Comissão Parlamentar de Saúde. Para o deputado, o “Estado
controlador” continua a dominar o processo e a “continuar a permitir que o
dinheiro que entra nos cofres do Estado continue a alimentar o negócio do setor
privado”. O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, anunciou na
terça-feira que a ADSE vai ser um instituto público de gestão participada, com
participação dos beneficiários, e que terá uma dupla tutela, dos ministérios da
Saúde e das Finanças. “É uma cegueira ideológica e que no final do dia é o
próprio Estado a alimentar o negócio do privado”, acrescentou o deputado.
Segundo o ministro, a ADSE será um instituto público de gestão participada, o
que permite preparar uma evolução, para uma eventual solução de maior
autonomia, para uma associação mutualista de interesse público.»
DV 28.09.16
Mas o que
é isto! Que tempos vivemos na Saúde em que um deputado de um partido de
Direita defende princípios e esgrime argumentos, que se esperariam ouvir das
bancadas das Esquerdas?
Que
paradoxo explica que, enquanto António Arnault diz ser preciso "domesticar
o setor privado" JN
14.09.2016, Adalberto Campos Fernandes, secundado pelos Sindicatos da
Função Pública, queira engordar a ADSE (cliente exclusivo dos privados) com
mais 45 mil beneficiários, como forma de garantir a sustentabilidade do
subsistema DN
28/09/2016?
Que
tempos são estes em que se contém despesa, trazendo o SNS à rédea curta Despacho
413/2016, e se garantem e reforçam as rendas dos grupos económicos
privados?
Pergunta-se,
o SNS é para levar a sério ou para ser utilizado como bandeira eleitoral “à la
carte”?
Tavisto
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