terça-feira, novembro 15

SNS corta nos exames feitos no privado

A partir de 2017, o Estado só vai comparticipar exames e análises em clínicas e hospitais privados quando os serviços públicos não conseguirem dar resposta. 
Até aqui qualquer meio complementar de diagnóstico passado pelos médicos de família podia ser feito na rede de convencionados. O Governo vai limitar essa opção. Todas as requisições terão de passar primeiro pela plataforma de gestão partilhada de recursos do SNS, para verificar se há capacidade dentro do Estado.
Segundo o SOL apurou, no caso das análises ao sangue, fezes, urina ou outros materiais biológicos, as colheitas poderão ser feitas nos centros de saúde para posterior análise nos hospitais. Na área dos exames, corno radiografias ou ressonâncias, a implementação da medida será mais difícil mas a intenção da tutela é reforçar também os meios complementares de diagnóstico e terapêutica nos cuidados primários. Já os hospitais públicos poderão criara sua própria oferta nesta área para atrair mais doentes, com novos Centros Integrados de Diagnóstico e Terapêutica. As cirurgias, como o Governo já tinha anunciado, também só serão feitas no privado se não houver resposta no SNS em tempo útil e a uma distancia aceitável, regras por definir.
Sol 12/11/2016
Uma boa notícia para o Serviço Nacional de Saúde (por extenso para não haver dúvidas). Não chegam porém boas intenções, para que tal se concretize vão ser necessárias duas condições: reequipar o insuficiente e obsoleto parque hospitalar em meios complementares de diagnóstico e aprofundar a contratualização interna, levando a que os profissionais envolvidos sejam recompensados pela produção adicional que resulte desta medida.
Em 2016 o SNS pagou ao sector privado 1300 milhões de euros em MCDT. Se uma parte considerável dessa verba for utilizada para reequipamento, com a garantia de que a despesa com os privados é reduzida no mesmo valor, ter-se-á conseguido investir no SNS assegurando a neutralidade orçamental.


Tavisto

Etiquetas: